2017/02/11
NASA cria componentes electrónicos capazes de sobreviver em Vénus
A exploração de Vénus tem sido complicada pelas infernais condições na sua superfície, mas a NASA criou novos componentes que poderão sobreviver durante muito mais tempo e possibilitar uma recolha de dados mais prolongada.
A exploração de outros planetas não é nada fácil, e Vénus é um dos exemplos mesmo aqui ao lado, que nos faz dar ainda mais valor às condições que temos na Terra. Se por cá estamos habituados a ver algumas pessoas a supostamente fazerem testes abusivos a equipamentos electrónicos, isso em nada se compara com tudo aquilo que as sondas têm que suportar em Vénus: temperaturas de quase 500°C, pressão atmosférica equivalente 90x superior à da Terra, e chuva de ácido sulfúrico... Não admira portanto que o recorde de permanência em Vénus tenha sido de apenas 127 minutos, feito conseguido pela sonda soviética Venera 13 em 1981 (e tendo superado em muito o seu objectivo, pois previa-se que apenas conseguisse resistir por 32 minutos).
O problema é que qualquer chip de silício, como os que por cá proliferam, não conseguem funcionar a tais temperaturas, e tentar manter um ambiente "fresco" naquelas condições representa sempre muito peso e complexidade adicional. Por isso, a NASA tem estado a desenvolver chips em carboneto de silício, capazes de resistir a temperaturas (e também voltagens) muito superiores; e agora conseguiu criar micro cabos de ligação dos chips aos restantes componentes, também capazes de sobreviver às condições em Vénus.
Por agora o chip criado é extremamente simples, mas foi capaz de resistir durante mais de 500 horas num simulador que replica as condições na superfície de Vénus. Isto, refira-se, sem qualquer tipo de protecção adicional ou refrigeração.
Embora ainda se esteja longe de criar um CPU complexo (para não falar das dificuldades de todo o resto dos componentes mecânicos), é mais um pequeno passo que no futuro poderá permitir um regresso a Vénus para uma exploração mais prolongada, assim como de outros locais inóspitos e com condições muito mais exigentes do que as que temos no nosso acolhedor planeta.
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