2017/07/24
Google, Facebook e Amazon são os monopólios do séc. XXI?
Mudam-se os tempos, mudam-se as empresas, mas há quem se interrogue se os actuais gigantes tecnológicos não se terão tornado nos novos monopólios, que acabam por erradicar muitos dos aspirantes a concorrentes e, indirectamente os próprios utilizadores.
A Google domina a pesquisa e as redes de publicidade mundiais; o Facebook domina as redes sociais e a maior parte dos tráfego mobile, e a Amazon tem-se vindo a tornar na loja que nos vende tudo o que se precise (ao ponto de já se estar a alastrar também para a presença física com lojas reais). E se pudermos adicionar os lucros a este grupo, também a Apple aqui estaria, ao absorver 90% dos lucros da venda de smartphones - um feito notável quando se considera que "apenas" vende 10% dos mesmos.
Qualquer um deles, tem a capacidade para simplesmente comprar qualquer concorrente que apareça - antes sequer de se poder tornar num concorrente - e o caso do que o Facebook tem feito com o Snapchat mostra o que acontece quando alguém se recusa a ser comprado. O Snapchat recusou a oferta de 3 mil milhões de dólares que tinha sido feita pelo Facebook, e o resultado é estar agora em grandes dificuldades, já que o Facebook se tem dedicado a copiar todas as funcionalidades que vai lançando, aplicando-as aos seus próprios serviços que contam com muitos mais utilizadores, assim evitando que sintam a necessidade de experimentar o produto "da concorrência".
Será sempre complicado querer penalizar empresas apenas por terem sido extremamente bem sucedidas... mas os exemplos que temos tido, desde sempre, é a de que quem detém demasiado poder, raramente consegue resistir a abusar dele (veja-se que até a Google abandonou o seu "do no evil" pela qual se regeu durante tantos anos...) Mesmo que, agora e durante muito tempo, estes serviços nos estejam a dar aquilo que queremos... não se pode deixar de pensar nas consequências de poderem mudar de ideias a qualquer momento, e passarem a fazer aquilo que não queremos. Ou, ainda mais importante, se haverá algo ou alguém que lhes pudesse fazer frente.
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Eu sempre bato na tecla da nomenclatura porque ela é fundamental nessa discussão: Há que diferenciar posição dominante no mercado de monopólio. Monopólio é o que existia no sector petrolífero, televisivo ou eléctrico em Portugal, com Galp, RTP e EDP sendo as únicas empresas do mercado. No caso da tecnologia há empresas pioneiras que estabeleceram uma posição preponderante no mercado, não por imposição governamental e sim por seus próprios méritos. Se um português quisesse assistir outra emissora ou contratar outra empresa de energia não podia, mas se hoje em dia quiser comprar na Gearbest, usar o Google+ ou fazer pesquisas no Bing pode fazê-lo sem nenhum problema.
ResponderEliminarTenho muita dificuldade em entender porque uma empresa deva ser penalizada por fazer sucesso. Além disso essas posições são tênues. Há 10 anos quem falasse em telemóveis da Apple seria ridicularizado, pois o que estava a dar era Nokia, BlackBerry, Ericsson ou Siemens. Hoje ninguém sequer conhece essas empresas.
Numa economia de mercado, a concorrência justa é fundamental para que se definam os termos do serviço, o melhor negócio para o consumidor e exista opção de escolha. As regras antitrust têm como objectivo defender essas condições, assim como garantir estabilidade e sustentabilidade ao sector, evitadno o exemplo que deste de em 10 anos o quadro virar completamente. Isso não é saudável do ponto de vista operativo, nem eficiente do ponto de vista dos gastos de recursos. A situação que referes da RTP e EDP nem fazem muito sentido, a primeira porque a RTP prestando um serviço público, pode ser considerado um monopólio natural, a segunda porque a EDP enquanto geradora e distribuição de energia, num país como portugal também representa um monopólio natural. Não temos nem volume nem densidade para que os investimentos necessários no sector da energia eléctrica justifiquem a redundância de factores produtivos, neste caso há o efeito contrário em que mais operadores no sistema fazem aumentar os preços porque os custos aumentam.
EliminarConcordo.
ResponderEliminarE a mim também me faz confusão o porque de aplicarem multas há Microsoft e Google por colocarem no próprio sistema operativo deles o browser que eles próprios desenvolvem de origem, quem não quiser é livre de instalar qualquer outro browser o mesmo já não acontecer se calhar com o sistema da maça, principalmente o iOS que é super fechado.
Existe tanto onde multar estas empresas que vão pegar em coisas idiotas, deve ser para tapar olhinhos.