2017/12/23

Apple processada por abrandar secretamente iPhones


Depois de (finalmente) admitir estar a abrandar os iPhones com baterias mais usadas, a Apple enfrenta agora vários processos por parte dos utilizadores que não estão dispostos a considerar que isto seja tão "normal" quanto a marca tenta fazer passar.

Demorou, mas perante o número crescente de utilizadores a reclamarem da lentidão dos seus iPhones e as provas que se iam tornando cada vez mais irrefutáveis, a Apple lá foi forçada a admitir que efectivamente está a reduzir a velocidade dos iPhones, dizendo que é necessário para evitar que o iPhone se desligue de forma inesperada devido à incapacidade da bateria em responder às solicitações do sistema em situações mais exigentes.

Esta foi a "solução" encontrada pela Apple para resolver as queixas de que havia iPhones 6 a desligarem-se espontaneamente e sem motivo aparente, tendo inicialmente começado por substituir as baterias, mas mais tarde - perante um casos cada vez mais frequentes - disse ter resolvido o problema através de uma actualização de software. O que não disse, nessa altura, é que a resolução passava pela redução da velocidade dos iPhones, de forma gradual e progressiva à medida que a bateria vai envelhecendo, até atingir valores que se fazem sentir - e bem - na utilização no dia a dia destes equipamentos.

Não será por isso de espantar que nos EUA já estejam em marcha vários processos "class-action" contra a Apple a respeito deste abrandamento; sendo que me parece que, por muitas tentativas de justificação técnica que a Apple utilize, o caso se resume a dois pontos essenciais:
  1. Se a Apple sabe que isto acontece, porque motivo não dimensiona as baterias por forma a garantir o desempenho máximo durante pelo menos o período de garantia dos iPhones? (Afinal, nenhum outro fabricante tem necessidade de abrandar os seus smartphones, mesmo após anos de uso intensivo.)

  2. Porque motivo fez este abrandamento em segredo, não dando qualquer indicação ao utilizador que o seu iPhone pode estar a funcionar a 40% da velocidade a que deveria estar a funcionar - e tendo demorado mais de um ano a admitir que o fazia.

Nem que seja apenas por estes dois pontos, espero bem que daqui saia uma sanção exemplar e a exigência de que a Apple rectifique a situação: quer seja através de um programa de troca de baterias, quer - no caso de uma decisão mais "suave" - através de uma indicação clara nos iPhones que informe os utilizadores de que os seus dispositivos estão a funcionar em modo "de lentidão propositada".


... E que seja um processo rápido: no caso contra a Qualcomm a Apple está a ser multada em 25 mil dólares por dia por não apresentar os documentos que devia. ;P

5 comentários:

  1. A Apple criou aqui um grande problema. Uma bateria que deve durar cerca de 500 ciclos para reter 80% da capacidade original, não é compreensível nem aceitável que muito antes desses 500 ciclos um cliente se depare com um equipamento a funcionar numa frequência inferior. Um iPhone 7 que antes funcionava a 2.34 Ghz, agora com pouco menos de um ano e menos que os 500 ciclos de bateria apenas funciona a 1.64 Ghz. Daqui a mais uns 3 meses , deve estar pelos 1.35 Ghz como ja vi alguns. Enquanto não não faço uma visita a um centro de reparação autorizado da Apple, fico a aguardar as cenas dos próximos capítulos...

    ResponderEliminar
  2. Por um lado compreendo a decisão que tomaram, afinal a bateria degrada e vai perdendo capacidade levando o telemóvel a desligar-se, o que não é consistente com a experiência premium que vendem e que os clientes esperam. Por outro parece forçar as vendas de novos telemóveis ao criar nos utilizadores a ideia de que o equipamento já está ultrapassado

    ResponderEliminar
  3. Chama-se a isto falta de verg.... Oops, queria dizer, obsolescência programada!

    ResponderEliminar
  4. Mas é só a Apple que faz isso? A mim parece que até é a que faz menos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Se indicares exemplos concretos será melhor do que fazer insinuações.

      Eliminar