Por diversas vezes temos referido que o efeito secundário benéfico das leis de bloqueio de sites é promover novas formas de contornar os ditos bloqueios, e eis que foi precisamente isso que o site de torrents RuTracker fez.
A Rússia é mais um dos países que tem facilitado o bloqueio de sites de torrents, e o impacto no site RuTracker estava a fazer-se sentir, especialmente a partir do momento em que também os serviços de VPN que operam no país foram obrigados a bloquear o acesso aos sites considerados indesejados.
Quando um site deste tipo é bloqueado, a consequência natural é o surgimento de dezenas ou centenas de sites proxy ou mirror que permitam contornar o bloqueio; mas uma vez que esses sites alternativos são listados publicamente, é apenas uma questão de tempo para que também eles sejam bloqueados. Daí que o RuTracker esteja a apostar numa solução mais eficiente: em vez de usar domínios públicos, está a pedir aos utilizadores que forneçam os seus próprios.
Ou seja, qualquer interessado poderá registar um domínio (ou usar um que já tenha) e, depois de contactar a equipa do site, ter o seu próprio domínio que lhe permite aceder ao RuTracker. Como se trata de um nome de domínio completamente à vontade do utilizador, não consta de qualquer lista pública; e como o IP utilizado para o site é dinâmico, os operadores também não podem fazer o bloqueio por IP.
A equipa do site sabe que nem todos os utilizadores estarão dispostos a dar-se a este trabalho, mas a ideia é que surja um número suficiente de utilizadores com os seus domínios personalizados que os partilhem entre um círculo alargado de amigos... assim beneficiando dezenas, centenas, ou milhares de pessoas que de outra forma continuariam com dificuldade em aceder ao site.
... Ainda não é o tal acesso completamente descentralizado e sem depender de domínios centrais... mas não deixa de ser uma solução engenhosa e eficiente.
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