2018/03/22

Vídeo do atropelamento do Uber autónomo divulgado pela polícia


O trágico acidente com um automóvel autónomo da Uber que atropelou e matou uma mulher tem gerado enorme preocupação sobre a capacidade destes veículos detectarem pessoas nas estradas, e a polícia já divulgou as imagens que antecedem o acidente que poderão ajudar a explicar o que se passou... mas que também levantam outras perguntas.

Uma das "vantagens" (se assim se pode dizer) dos acidentes com automóveis autónomos, é que estes levam a bordo uma quantidade considerável de câmaras e sensores que registam tudo o que acontece, e que assim permitem recriar a situação e analisar o que se passou. As primeiras indicações que tinham sido dadas era a de que teria sido um acidente impossível de evitar, mesmo para um condutor humano... e o vídeo agora revelado parece demonstrar que de facto assim foi:



A mulher, que ia a atravessar a estrada empurrando uma bicicleta, escolheu o pior sítio possível para o fazer, numa zona sem iluminação logo após uma zona iluminada da estrada (sem considerar que tinha uma passadeira iluminada a poucas dezenas de metros). O efeito é o de ter "aparecido" de repente, sendo que poucos condutores poderão dizer que teriam conseguido evitar este acidente.

Actualização: novos vídeos contrariam o cenário de "escuridão" indicado pelo vídeo da Uber.

... No entanto, estas são apenas as imagens captadas por uma das câmaras instaladas no automóvel. Tratando-se de um dos Volvo equipados com muitas mais câmaras e - mais importante para este caso - LIDAR, torna-se mais difícil compreender porque motivo o LIDAR, pelo menos, não terá detectado a pessoa a atravessar a estrada.




Antes deste vídeo do acidente, imaginava que a mulher pudesse ter saído de trás de um veículo ou arbustos num separador central, impedindo a sua detecção de forma atempada. Agora que vimos o que se passou, não parecem haver desculpas para que, mesmo tratando-se de um acidente que não poderia ser evitado por um condutor humano ou com base em câmaras normais (câmaras térmicas ou de visão nocturna / IR teriam também tratado do assunto) era o tipo de situação que o LIDAR deveria, obrigatoriamente, ter detectado! (Sem esquecer que, ainda o ano passado, a estes automóveis precisavam de atenção constante por parte dos condutores humanos.)

Certamente que a investigação deste caso irá quer ver os dados do LIDAR e o que falhou; e só espero que, ao estilo de um acidente que tive há muitos anos, em que um sujeito chocou comigo e me veio explicar que "foi por ter o ABS avariado há algumas semanas e ainda não ter tido tempo para levar o carro à oficina"  não se venha a descobrir que os LIDAR nestes carros da Uber estejam lá apenas para "enfeitar" e o sistema não os esteja a usar... Vamos acreditar que não, e que há outra explicação lógica para o LIDAR não ter detectado uma pessoa no meio da estrada...

Actualização: novos vídeos contrariam o cenário de "escuridão" indicado pelo vídeo da Uber.

28 comentários:

  1. estranhamente a noticia do jornal público sobre o mesmo video diz que a condutora e a culpada por nao ir a olhar para a estrada, pelo que vi mesmo que fosse a olhar ela torna-se visivel muito tarde, do ponto de vista da camera .. se os nossos olhos teriam conseguido ver uns segundos antes e uma boa questao.

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    1. se a condutora fosse a olhar para a faixa de rodagem teria visto muuiiiito antes

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    2. Miguel, não tinha visto nada, nem de perto. Acho que não tens noção que os teus olhos demoram mais a ajustar a diferenças de luminosidade que uma câmara.

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    3. sempre que uso câmaras de vídeo à noite
      quando vou ver o resultado a minha reação é sempre a mesma :

      'porra! tanta coisa que eu não tinha visto ao vivo na hora'

      sempre

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  2. nao me digam que agora vão culpar o condutor/Carro por 1 erro de quem atravessou numa para da estrada que estava escura, estava de preto, sem qualquer sinalização e fora de 1 passadeira!!!!

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    1. quem ia a olhar para o telemóvel
      (ou lá o que era)
      e não para a faixa de rodagem
      não tem culpa nenhuma

      é isso é isso

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    2. E quem atravessou sem ver as luzes do carro não é culpado? Parece-me mais fácil vêr os faróis do carro a umas centenas de metros que um vulto a uns metros da frente do carro.

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    3. Concordo perfeitamente. A questão futura será mesmo se o LIDAR consegue ou não lidar com situações semelhantes

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  3. Acho que estes ultimos comentários refletem o que na realidade irá acontecer. As duvidas que irão surgir na atribuição da culpa...

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  4. um condutor em caso de atropelamento so nao e considerado culpado se tiver feito ao seu alcance para o evitar, isso de nao podes atravessar aqui por isso passo-te por cima nao existe.

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  5. lol...se a culpa é do condutor que ia num carro autonomo porque nao viu uma pessoa que passou no meio da estrada de noite entao a culpa de eu a minha mulher e a nossa filha de 3 anos que ia-mos sendo apanhados por um carro que ignorou o sinal verde para os pioes é culpa nossa.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. se esse condutor que te ia apanhando fosse a olhar para o telemóvel
      a culpa seria tua

      claro

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    3. Miguel, pelos vistos andas pelos comentários todos a espalhar a tua inteligência...

      Ires a olhar para o telemóvel não faz de ti culpado. Tu não deves conseguir entender que são duas coisas completamente separadas uma da outra, as duas contra as regras da estrada e que lá porque a primeira é quebrada isso não desculpa a quebra da segunda.

      Se passares um vermelho e um gajo vier em excesso de velocidade e se espetar contra ti, a culpa do acidente é tua, o facto do outro vir em excesso de velocidade é irrelevante para o assunto. São dois casos separados e são analisados separadamente. Tu és culpado do acidente porque passaste no vermelho, o outro é culpado de ir em excesso de velocidade, cada um é castigado de acordo com o que fez.

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    4. o condutor a olhar para o telemóvel não é culpado???

      não levas a mal que eu deseje que te apareça um desses condutores pela frente, pois não? é que.. desejo!

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    5. Miguel Maia,

      Mas não é um carro autónomo?
      "Supostamente" conduz por nós...

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    6. "supostamente" já o conseguem fazer.
      *supostamente*.

      na realidade
      não.
      e, por isso,
      testes e ensaios *têm* de ter 'condutor'.
      condutor *atento*.

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  6. Só tenho isto a dizer: do pouco que se pode ver no vídeo, é mesmo muito assustador... :(

    Se por um lado me parece haver incúria por parte da condutora, por outro, parece-me mesmo que se os sistemas de automação estivessem todos plenamente funcionais, isto teria sido evitado.

    A senhora da bicicleta não me pareceu estar atravessando muito depressa.

    No entanto, parece-me que a câmara não estaria bem calibrada para lidar com as grandes diferenças de luminosidade ao longo da estrada.

    Muito estranho, isto tudo...

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  7. tive a oportunidade leia-se mais tempo para rever o video pausando-o e aos 0.03 segundos a uma distancia que eu calculo de 3 a 4 metros a senhora e visivel na estrada, agora falta-nos informação do local que era eba que velocidade o automóvel seguia, esta cientificamente provado que desde que um humano ve um obstáculo e decide travar decorre um segundo neste segundo o carro ja avançou pelo menos um metro a 50/kmh depois temos de somar o tempo de travagem absoluta que depende de carro para carro o estado do piso e dos pneus, nao e facil.... uma coisa e certa o carro seria sempre mais visivel para o peao do que o contrário, acho que estes veículos estao a dar os meus passos que a aviacao deu, muitos avioea cairam ate se tornarem o meio de transporte mais seguro.

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    1. esqueces-te de que o 'olho' da câmara é muuiiito mais cegoceg que o humano...

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    2. o problema não é olho da camera. são os sistemas lidar que se tivessem a funcionar bem teriam detectado a muitos mais metros de distância. de qualquer forma também me parece que a ciclista não ligou puto a se vinham carros ou não...

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    3. Exatamente, acho que o ponto principal de falha é o Lidar que devia ter visto a sra assim que meteu o pé na estrada mesmo sem qq luz. Em relação à camara, é dificil de saber o que o olho humano conseguia ver naquelas condições, mas tenho dúvidas que fosse assim tão dificil de ver a sra como a camera apanhou no video.

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    4. Os carros têm câmaras de infravermelhos que conseguem ver nitidamente sem qualquer luz e mais, o Volvo XC90 que penso ser o carro em questão tem sistema de travagem automática, "Proteger os ciclistas
      Se um ciclista de repente se atravessar à frente do seu automóvel, o nosso sistema de deteção de ciclistas alerta-o com uma luz no para-brisas e trava por si se for necessário agir rapidamente." Onde estava este sistema na hora H? Será que foi desativado para não interferir com os sensores do sistema de condução autónoma!?

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  8. Parece que vai um pouco acelerado mas a agravar isso é o facto da "condutora" estar completamente desatenta da condução e da estrada logo o facto de poder assumir o controlo do carro ser algo inútil, a imagem é fraca em luminosidade como já referiram o que é algo inadmissível tendo em conta todo o valor do veículo, tenho quase a certeza de que o veículo em questão tem de origem sistema para detectar obstáculos e se não tiver o que é que o radar no tejadilho estava a fazer. Erro claro da pessoa que atravessou a estrada mas, acho que está na hora de rever estas autorizações de circulação de carros "autónomos" pois está visto que tanto funcionam bem como não funcionam de todo e neste caso houve excesso de confiança por parte da "condutora" numa panóplia de geringonças montadas num carro.

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  9. Este vídeo não releva nada de útil à discussão. Uma imagem de uma dashcam não é certamente o que é usado (pelo menos apenas) para detectar objectos, pessoas, etc...

    Além de que, esta imagem de vídeo é muito menos do que o olho humano consegue ver à noite. Portanto, não sabemos nem podemos deduzir o que seria vísivel para o condutor, caso este estivesse a olhar para a estrada. Importa agora saber, que dados os radares e outras câmeras estavam a obter para que o veículo não tenha travado sequer (assim parece) e que não tenha tentado um desvio.

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  10. Porque é que o veículo não circulava com luzes de estrada (máximos)?

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    1. Porque provavelmente foi mais uma funcionalidade do carro que foi desligada como a travagem de emergência.

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