2018/09/09

IBM usou câmaras de vigilância de Nova Iorque para treinar AI


Séries como Person of Interest mostram-nos um futuro onde sistemas de Inteligência Artifical têm acesso a praticamente todas as câmaras e informação digital existentes no mundo, e no mundo real parece que a IBM quer dar os primeiros passos nesse sentido.

Os sistemas de vigilância de pouco servem se estiverem dependentes de um operador humano a olhar para dezenas (ou centenas) de câmaras. Há muito que se começou a aplicar sistemas de reconhecimento de imagem para detectar automaticamente situações suspeitas, assim permitindo que o operador só tenha que prestar atenção a esses casos; e desde então que as capacidades desses sistemas têm vindo a aumentar.

A IBM também trabalha nessa área, com sistemas com capacidades impressionantes de reconhecimento, e agora descobriu-se que terá usado secretamente vídeo das câmaras de vigilância da polícia em Nova Iorque para treinar o seu sistema.

Para efeitos dos sistemas que recorrem a inteligência artificial, é sabido que quantos mais dados forem utilizados melhor, e é fácil perceber o quão valioso seriam centenas ou milhares de horas de vídeos de câmaras de segurança em ambientes reais.



Para se ter uma ideia do que este sistema da IBM é capaz de fazer, para cada pessoa cujo rosto seja apanhado num único frame por uma qualquer câmara de vigilância, é capaz de reconhecer: se usa óculos escuros ou óculos normais, se é careca, cor do cabelo ou se usa chapéu/boné e respectiva cor, se tem bigode ou barba, cor da pele, cor e padrão da camisa (e se tem área visível do peito), sexo, idade, etc. Ter em conta que isto era algo referente ao sistema em 2012,  pelo que facilmente se pode imaginar o quanto já terá sido melhorado ao longo da última meia dúzia de anos...

Que este tipo de coisas seja inevitável, acredito que sim - por isso parece-me que a única coisa que se poderá pedir (ou exigir) será a garantia de total transparência quanto aos dados que são recolhidos e como são utilizados... O que não irá evitar as teorias de conspiração que possam surgir, mas poderá ajudar a detectar potenciais abusos que possam ser cometidos por quem tenha acesso ao sistema.

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