Dos EUA chega mais um caso que relembra as preocupações adicionais dos sistemas de segurança digital quando aplicados a produtos físicos bem valiosos, como é o caso de um automóvel.
Na versão resumida e mais mediática, um homem terá conseguido roubar um Tesla Model 3 com um simples telefonema para a Tesla, conseguindo fazer com que a empresa associasse o veículo à sua conta, assim permitindo-lhe usar o seu smartphone como chave, entrar no automóvel e levá-lo embora. Mas há todo um conjunto de condicionantes que ajuda a compreender o que se passou.
Para começar, tratava-se de um Model 3 de uma empresa de aluguer, onde o indivíduo em causa já tinha feito diversos alugueres - incluindo do próprio veículo que terá roubado. Considerando que o smartphone é a forma mais prática de aceder às diversas funcionalidades dos Tesla, é-lhes dado o acesso ao veículo - que é removido no final do aluguer. Neste caso, o que se suspeita que se terá passado, é que o indivíduo em causa terá telefonado para a Tesla e conseguido que lhe atribuíssem novamente o acesso ao veículo - facto que terá sido facilitado pelo facto de já ter os dados do veículo (como o código VIN) e já ter no seu historial o acesso a esse mesmo veículo, contribuindo para criar a ideia de que se tratava apenas de mais um aluguer.
Se é certo que o indivíduo terá conseguido escapar com o veículo (e desactivado o GPS para não ser seguido remotamente), acabou apenas por contribuir para as estatísticas dos Tesla roubados que são recuperados com sucesso - tendo sido apanhado alguns dias depois através da informação sobre o posto de carregamento onde estava a ser recarregado, a que a rent-a-car tinha acesso. À semelhança das mais recentes gerações de smartphones, que não compensa roubar por poderem ser localizados ou permanecerem bloqueados, também os Tesla têm uma impressionante taxa de recuperações (de 115 Tesla roubados nos EUA foram recuperados 112).
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