A Cloudflare quer facilitar o acesso à internet interplanetária, mas as suas vantagens poderão revelar-se extremamente vantajosas para uso cá na Terra, escapando às tendências de controlo cada vez mais apertado sobre os conteúdos.
Há muito que os especialistas vão trabalhando para criar as bases de uma internet que se expanda para lá do nosso planeta, considerando todos os problemas inerentes a comunicações que podem demorar dezenas de minutos, horas, ou até dias, a serem realizadas. Até mesmo comunicações com a ISS já vão obrigando a considerações especiais, e as dificuldades aumentarão cada vez mais à medida que nos afastamos da Terra. Mas ao recorrer a sistemas capazes de superar essas dificuldades, o IPFS (InterPlanetary File System) resolve também problemas que vão surgindo no solo.
A principal grande vantagem do IPFS é que cria uma rede descentralizada que dispensa por completo a tradicional estrutura "servidor-cliente", trocando-a por uma rede P2P.
Em vez de uma página, ou dados, que estão guardados algures num único servidor, que poderá estar inacessível - quer por estar noutro planeta, com comunicações limitadas; quer por estar num país onde o acesso ao mesmo foi censurado - o IPFS distribui esses dados por dezenas, centenas, ou potencialmente milhões de dispositivos, garantindo que os mesmos estejam acessíveis de forma muito mais resiliente.
Obviamente, também não fica esquecida a parte da segurança, de modo a garantir que os resultados obtidos são exactamente os originais e que não foram "mexidos" por um qualquer intermediário.
O problema é que o acesso a esta IPFS é algo que, por agora, ainda não é muito comum (ao estilo do que acontece com a rede Tor) e é isso que levou a Cloudflare a criar um gateway de acesso à IPFS. Assim, mesmo que não se quiser chatear com todas as questões técnicas de aceder ao IPFS poderá fazê-lo através deste gateway, e ter acesso a tudo o que estiver disponível neste rede "super-resistente".
Eventualmente, lá chegará o tempo em que um qualquer browser poderá navegar na IPFS com a mesma facilidade com que o faz via HTTP/HTTPS; com configurações que permitam ao utilizador dizer se quer fazer parte desta rede, quanto espaço local está disposto a partilhar, assim como qualquer limite à largura de banda ou limite de dados enviados. E quando assim for, acabam-se os tempos em que um site poderia ser encerrado desligando-se o seu servidor.
Com a justificação de resolver o problema da internet interplanetária, resolve-se também o problema de ter uma internet verdadeiramente descentralizada.
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Isto está muito próximo do princípio geral da 'blockchain' usada nas criptomoedas.
ResponderEliminarSe assim for, o grande calcanhar de Aquiles será sempre a possibilidade de alguém dominar 51% da rede...
Ya , concordo
ResponderEliminarÉ só a mim, ou isto tudo tá a fazer-me lembrar Silicon Valley? :P
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