2018/12/16

Automóveis autónomos enfrentam ira de condutores humanos


Para além de todas as dificuldade que os automóveis autónomos têm que enfrentar na estrada, há uma para a qual não há tecnologia que resolva: a ira de alguns condutores que não olham a meios para os atormentar.

É mais que sabido que muitos condutores humanos se transformam por completo enquanto conduzem, fazendo surgir tendências violentas e anti-sociais, naquilo que em inglês é designado por "road rage". Aparentemente, essa "fúria da estrada" não parece discriminar entre automóveis conduzidos por humanos ou automóveis autónomos, sendo que neste caso se tratam de dezenas de incidente registados que tinham como alvo os veículos autónomos da Waymo, quer por serem veículos autónomos, quer por pertencerem à Waymo / Google.

Os casos são muitos e diversificados, desde os tradicionais pneus furados / cortados, a pessoas a exibirem armas para intimidarem os condutores a bordo dos veículos, a perseguições dos veículos, a queixas na polícia (uma dizendo que o condutor estava a observar, quando na realidade estava apenas a realizar diagnósticos de testes com o carro estacionado), e até tentativas de os atirar para fora da estrada, como um condutor de um jeep terá feito... por seis(!) vezes.

São tudo situações que demonstram que por muito que a tecnologia evolua, e neste caso com o incrível potencial de reduzir drasticamente o número de acidentes e mortes na estrada, para além de nos fazer sonhar com um futuro onde as filas de trânsito se tornem num pesadelo do passado, há mentalidades que oferecerão resistência a esta mesma evolução. Por um lado, só serve para confirmar que quanto mais depressa se tirar o volante da mão destes humanos, melhor!

13 comentários:

  1. Vejo as coisas doutra forma complentar:
    Alguns humanos estão a observar parte do seu próprio futuro, em que onde antes existia liberdade para se poder conduzir para qualquer destino desejável sem ter que prestar contas seja a quem for, passará a existir um monopólio entregue a poucos que terão conhecimento dos passos que os seres humanos poderão ou não tomar, podendo até vir a decidir se os humanos têm ou "direito" a desejar ir para os destinos desejados...

    Sou um apaixonado por tecnologia, mas cada vez mais me convenço de que a tecnologia tem todo o potencial para nos retirar mais do que nos dá...

    Espero estar totalmente errado.

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    1. no dia a dia casa, trabalho etc um carro autonomo era do "best"
      acaba va se as filas de transito e os acidentes por distracao.
      mas de resto nas viagens longas ter a escolha de conduzir ou ser conduzido.

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    2. Também gosto de conduzir mas, imagina fazer uma viagem de 3 horas em autoestrada sozinho ou com o passageiro a dormir ou então a ver um filme enquanto comes umas pipocas ou jantas?!

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    3. Vitor, isso já é mais uma ilusão que realidade:
      1) tens que ter carta (e ainda bem, embora por vezes não pareça)
      2) tens que comprar ou alugar carro, pagar taxas e impostos e seguro
      - até mesmo que queiras ter o carro parado o ano todo
      3) tens que comprar combustíveis onde voltas a pagar mais impostos e taxas que sabe-se lá
      4) ao circulares nas estradas és "seguido" pelos pórticos por onde passas, câmaras e sabe-se lá que mais
      5) o ir até "onde se deseja" é algo que é prontamente bloqueado com um simples sinal de sentido proibido.

      Faz as contas a tudo isso - e já nem entrando na questão do absurdo que foi (e é) a ideia de que todas as pessoas "têm" que ter um carro, ao estilo "American Dream", pela mera questão de se estar a atribuir 2 toneladas de material, com todo o trabalho "louco" que se teve em transformar as matérias primas num automóvel, a cada pessoa - para algo que custa uma fortuna e que, para 99% das pessoas, passa 90% do tempo estacionado, a ocupar espaço que melhor seria utilizado de outra forma.

      Diz-me seria assim tão mau que em vez de todos terem carro, se tivesse uma rede de transportes públicos realmente eficiente (e por transportes públicos me refiro a toda uma ampla oferta que iria dos transportes colectivos aos individuais).

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    4. Acho que o Vitor no fundo está-se a referir aos "avanços" que vemos nesse sentido na China em que querem limitar as possibilidades de deslocação ás pessoas com baixa pontuação no sistema de rating dos cidadãos que querem implementar.

      Quanto aos carros autónomos, a razão da sua criação não passa por providenciar um bom serviço a consumidores privados mas sim a criar alternativas automatizadas ás grandes corporações para assim não terem que contratar condutores.

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    5. Sim, até porque na componente ecológica e de racionalização de recursos económicos, estou com o Carlos.

      Aliás, foi aqui neste blogue através dos artigos do Carlos que pela primeira vez fiquei a saber que no futuro poderia vir a ser possível termos automóveis autónomos partilháveis entre mais do que um utilizador de forma "transparente" - e isso parece-me muito positivo.

      Só o que não me parece positivo é a questão de num futuro muito próximo, podermos vir a ser surpreendidos com a proibição de podermos andar com as nossas viaturas por onde desejarmos (claro está, desde que não estejamos a cometer nenhum crime / ofensa civil / etc.)

      Acho que foi a India que se insurgiu contra os automóveis autónomos, não foi?

      Não vou dizer que subscrevo integralmente a decisão da India, mas fico com curiosidade para saber como será o desfecho dessa decisão perante as nações que decidirem em sentido contrário.

      (provavelmente já cá não estarei para assistir a esse cenário - não presumo que seja algo que venha a ocorrer assim tão a breve prazo - mas sem dúvida alguma que será curioso seguir como cada país viverá o fenómeno do transporte pessoal no futuro, seja ele assistido com viaturas autónomas ou não...)

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  2. Sou da opinião do sr. Victor Madeira, no aspecto de tanta tecnologia nos tirara mais do que aquilo que nos dará.
    Talvez porque com a minha idade- já passei os oitenta- recordo muitas vezes o tempo em que tinhamot de escrever a mao.
    Sim, está tudo mais fácil no aspecto do conhecimento, ou de conhecer,mas acho que toda esta tecnologia, só não cansa algumas vezes, aqueles que nos encontramos de uma qualquer maneira metidos nela.
    Podem ser só divagações, mas, eu divago bastante . . . .

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    1. É mais ou menos isso: Não será tanto uma vontade de ter as coisas "como antigamente" mas antes ter sempre uma certeza de que a liberdade de movimentos e a capacidade para os seres humanos serem plenamente livres (no campo da liberdade de movimentos) seja como outrora foi.

      Presumo que num futuro demasiado carregado de tecnologia seja pouco abonatório para a liberdade de movimentos pessoais, mas é como disse acima: espero estar totalmente errado.

      Também tenho grandes ajudas na minha própria vida devido às inovações tecnológicas, mas...

      Ficará sempre este "mas"...

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  3. E os Simpsons, não têm nada profético acerca desta matéria.....?

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  4. Infelizmente há pessoas que não sabem lidar com os avanços da tecnologia :)
    Isto é de chorar a rir:

    https://www.youtube.com/watch?v=j52odgkRxDs

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  5. Não sei até que ponto é que esse vídeo não terá sido feito em conjunto com a "loira" só para se tornar viral...

    Vindo dos EUA é de esperar mesmo muita coisa.

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  6. O meu bisavô era o "veterinário" e ferrador da minha aldeia, morreu nos anos oitenta, viveu na altura da transição em que praticamente toda a população das zonas rurais tinha animais para consumo próprio e de auxílio na lavoura, como tal o Vô'Jequim teve sempre uma vida sem problemas monetários para uma pessoa sem grandes estudos (deve ter feito o equivalente à quarta classe se tanto), na última parte da sua carreira/vida, os tractores substituíram quase por completo os animais que trabalham os campos e isso não o levou à ruína sempre teve trabalho, porque quem é bom naquilo que faz não tem que temer a tecnologia. De vez em quando até vinham putos da faculdade de veterinária aprender os truques do velhote.

    O meu avô seguiu os passos do seu pai, mais na vertente de ferrador e sempre foi bem sucedido, soube adaptar-se à mudança e mais tarde criou o seu próprio negócio a vender rações para animais que prosperou até à sua morte.

    Não sejamos alarmistas, os avanços na tecnologia sempre criaram grandes mudanças na nossa sociedade, mas de forma gradual, quem se adapta sobrevive, os outros desaparecem, é como na natureza.

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