2019/02/15
Project Treble sem impacto visível nas actualizações dos Android
O problema da longa demora - ou completa ausência - das actualizações de sistema nos equipamentos Android é algo que levou a Google a criar o Project Treble, mas passados dois anos da sua apresentação, os seus efeitos práticos continuam a não se fazer notar no mundo real.
Estávamos em 2017 quando a Google mostrou estar empenhada em enfrentar o problema das actualizações, com o Project Treble que visava reduzir significativamente o trabalho dos parceiros na disponibilização de novas versões do Android para os seus equipamentos. Em vez terem que refazer todo o trabalho de raiz a cada nova versão do Android, poderiam praticamente aplica a nova versão sem qualquer trabalho extra do seu lado.
Infelizmente, sendo algo que só seria implementado de raiz no Android 8.0 Oreo, significava também que o seu potencial efeito só se fizesse sentir na geração seguinte, no momento das actualizações para o Android 9 Pie. Passado mais de meio ano após o lançamento público do Android 9... as tais vantagens do Project Treble continuam sem se fazer sentir.
Considerando as facilidades que o Treble traz a nível de facilitar as actualizações, esperava-se que - no mínimo - pudesse ter reduzido o tempo que as marcas demoraram a lançar as mesmas face às versões Android anteriores. No entanto não tem sido esse o caso, com marcas como a LG, HTC e Motorola a não terem ainda disponibilizado a actualização para os seus topo de gama, quando para o Oreo já o tinham feito em prazo mais reduzido. A Samsung reduziu ligeiramente o tempo, mas demorando ainda meio ano para o fazer; e, com a excepção da Google, apenas a OnePlus parece ter colhido os benefícios do Treble, ao disponibilizar actualizações em tempo bastante mais reduzido, poupando cerca de três meses face ao tempo que anteriormente tinha demorado para lançar o Android anterior (precisamente a poupança de tempo que a Google estimava que o Treble iria trazer aos fabricantes).
Sendo este o triste panorama para as actualizações nos topos-de-gama actuais, para os topo-de-gama do ano anterior as coisas tornam-se ainda mais desanimadoras.
Neste caso, para além das marcas que já estavam em falta para os topo-de-gama actuais, também a Samsung se junta ao grupo, e mais uma vez, para além da Google, também a OnePlus se revela a única a ter disponibilizado actualizações - embora demorando mais tempo do que anteriormente.
Com tudo isto, chegamos à triste conclusão de que o Project Treble foi um falhanço completo. Não por não ser eficaz, mas sim por demonstrar que não há sistema possível que se possa sobrepor à falta de interesse dos fabricantes em manter os seus dispositivos actualizados. Se mesmo com o Treble à disposição temos marcas que continuam sem disponibilizar o mais recente Android há mais de meio ano, e a esquecer por completo os seus smartphones do ano anterior, resta apenas aos consumidores que se preocupam com estas coisas darem prioridade aos fabricantes que vão sendo a excepção a esta triste regra.
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Tenho outra perspectiva, acho o projeto muito bom, a falta de adesão dos fabricantes tem o motivo de sempre, €£¥$, incentivar os clientes a comprar sempre o tlm mais recente.
ResponderEliminarA perspectiva é a mesma. O projecto pode ser excelente... mas se não tiver impacto visível acaba por ser irrelevante.
EliminarVamos ver se algumas marcas começam a ganhar vergonha face aos bons exemplos que vai havendo (por ex. a "Nokia").
Foi precisamente por isto que voltei à Nokia... Até agora tem corrido muito bem :D
ResponderEliminarExperimentem perguntar aos vossos amigos e colegas que não sejam muito ligados à tecnologia, qual é a versão que têm no seu smartphone (diria que 90% não faz ideia do que estamos a falar). O oneplus é uma marca completamente diferente das outras porque 99% dos seus users valorizam os uptades
ResponderEliminarCompletamente de acordo.
EliminarVai ser o meu próximo smartphone, vou deixar a Xiaomi, só asneiras nos updates, desde que atualizei para o Pie que não tenho a banda 20, é muito difícil usar o equipamento nestas condições, para finalizar comecei a receber publicidade na App Mi home, enfim a Europa não é a China.
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