2019/02/19
Tesla Model 3 sem direito a apoio do Estado para veículos eléctricos [actualizado]
O novo limite máximo de 60 mil euros para a ajuda do Estado na compra de veículos eléctricos faz com que até o mais barato Tesla Model 3 em Portugal perca o direito ao "desconto" de 2250 euros
Actualização: afinal o Model 3 ainda passa a estar dentro do limite - ver actualização mais abaixo.
O estado mudou as regras na atribuição das ajudas para a compra de veículos eléctricos, passando agora aplicar um tecto máximo de 60 mil euros para os automóveis. Com este limite, até o mais económico Model 3 disponível no nosso país deixa de poder contar com esta ajuda, já que tem um valor base de 60.200 euros, resultando num preço final efectivo de 61.180 euros (e isto sem considerar quaisquer extras, como o Autopilot melhorado).
Só quando a Tesla disponibilizar por cá o modelo com autonomia standard (que segundo as práticas da Tesla, quase garantidamente contará com a bateria total, mas limitada por software) é que poderemos ter um Tesla com direito a apoio do Estado. (E não que eu esteja a favor disso... acho que estar a dar ajudas até mesmo para um carro de 60 mil ou 50 mil euros é um exagero.)
A venda de automóveis eléctricos em Portugal aumentou 148% em 2018 face ao ano anterior, num total de 4073 veículos. Destes, 1170 tiveram direito ao apoio do Estado, o que superou os mil inicialmente previstos, e obrigando a ir buscar verbas que estavam destinadas ao apoio de motociclos e ciclomotores eléctricos, onde os pedidos de apoio ficaram abaixo do previsto. Ainda assim, ficaram de fora 322 pedidos de apoio, por não haver mais verbas.
O apoio aos carros eléctricos é de 2250 euros por veículo, e para os motociclos e ciclomotores corresponde a 20% do valor de aquisição até um máximo de 400 euros. Este ano o apoio será também alargado à compra de bicicletas eléctricas, embora não se conheça ainda em que moldes (provavelmente, com a mesma fórmula e limite máximo que a dos motociclos e ciclomotores - a não ser que o governo ache que a bicicleta merece ainda mais incentivos, o que também seria bem recebido).
Actualização: Afinal o Model 3 base ainda passa a estar contemplado, pois o limite máximo é de 62500 euros. O apoio, para particulares, sobe dos 2250 euros para os 3000 euros; as empresas passam a ter um limite de 4 veículos; e as bicicletas ficam-se por um apoio máximo de 250 euros.
À medida que a opção pelos carros eléctricos for aumentando, é de imaginar que estes apoios se reduzam progressivamente. Pelo que, se estiverem a considerar a compra de um - e puderem - aproveitem enquanto dura.
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Pessoalmente acho que os apoios se deveriam verificar apenas em situações em que comprovadamente alguém necessitado deles usufrua (por exemplo pessoas com incapacidades ou motoras e como meio de transporte de apoio aos mesmos e também na conversão de veículos a isso destinados). Agora terem apoio os quecos ou Quercos e afins salvadores da humanidade a receber verbas por comprarem um veículo eléctrico só porque sim não concordo.
ResponderEliminarFinalmente... devia baixar para 40 mil
ResponderEliminarAcho que não devia ser preto ou branco, devia haver uma formula para calcular um subsidio variável, sendo que os carros mais baratos e com mais autonomia beneficiariam de mais subsidio, e acima de 60mil o subsidio passava a ser 0 (zero).
ResponderEliminarSeja como for é sempre de louvar apoios que incentivem o uso de tecnologias que não estraguem a qualidade de vida dos outros.
Eu uso uma "tecnologia que não estraga a vida dos outros" chama-se andar de comboio e de metropolitano e ninguém me paga apoios nenhuns!
EliminarOra vejamos... O lítio (usado na produção de baterias para automóveis que "não estraguem a vida dos outros") é responsável por "estragar a vida dos bolivianos, dos argentinos, e, em princípio, também dos portugueses, porque em é suposto começar-se a minerar lítio em Portugal no futuro:
Eliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=AsxjjLbn28Q
Vitor... queres começar a enumerar todos os países já arruinados pelo interesses do petróleo? Infelizmente, seja quais forem as fontes dos recursos energéticos, será sempre assim (bem gostaria de ser mais optimista, mas infelizmente não me parece que haja grande esperança nisso - com base nos milhares de anos da nossa história).
EliminarHá alguma esperança, mas nao muita...
EliminarNa verdade, vejo as coisas mais como tu próprio sempre disseste: o futuro só poderá ser sustentável se recorrermos à partilha de viaturas.
Suponho que não haverá lítio suficiente para permitir uma viatura elétrica por cada habitante.
"Eu uso uma "tecnologia que não estraga a vida dos outros" chama-se andar de comboio e de metropolitano e ninguém me paga apoios nenhuns!"
EliminarE por acaso esses transportes não são apoiados com os impostos de todos? Não são EPEs (entidades públicas empresariais)?
São! Eu não disse que não eram! Digo sim que ninguém me paga a mim para andar neles. Por isso não concordo que paguem a uns quantos para comprarem carros. Porque é isto que se está a fazer, enquanto que os outros seja porque não têm possibilidade seja porque simplesmente não querem não usufruem de apoios nenhuns. Antes pelo contrário têm de andar a pagar "passes" e "bilhetes" que aumentam de ano para ano. Se calhar se aplicassem esses fundos ambientais a melhorar os transportes públicos e a baixar os preços faziam melhor! Transformem a frota de autocarros públicos numa rede de autocarros a hidrogénio por exemplo e deixem de pagar carrinhos a pilhas a uns quantos iluminados.
EliminarNão te pagam directamente mas beneficias na mesma dos investimentos que se fazem nas redes de transportes públicos. Ou achas que as linhas se fazem sozinhas? Que os comboios circulam sem electricidade? Que a manutenção é feita por gnomos durante a noite? Pagamos todos para o beneficio de alguns. Na minha zona por exemplo, mas é assim em muitos locais do pais, não temos redes decentes de transportes públicos. Essas empresas geralmente dão prejuízo, não se sustentam apenas com o dinheiro dos passes. Logo, estás a beneficiar dos impostos dos outros. Mas concordo que as verbas do fundo ambiental podiam ser aplicadas noutras áreas e/ou equipamentos. Mas em vez de autocarros a hidrogénio porque não autocarros "a pilhas"? Não percebo o fascínio do hidrogénio para transportes de rotas curtas. Até 400km por dia acho que "as pilhas" servem perfeitamente e serão mais eficientes do que o hidrogénio.
EliminarO estado em vez de garantir o acesso a carros baratos anda entretido a ajudar pessoal que vendem e compram carros por 60.000 eur ? Um carro eléctrico não tem economia nenhuma é uma questão fazer contas. Tanto para quem compra tanto para o estado na perda da receita fiscal sobre os combustíveis , quem vai pagar esta perda ? Muitos países já estão apreensivos com a diminuição de impostos. Um utilitário a gasolina tem um preço base de 8000 eur e um eléctrico é de 26.000 eur.
ResponderEliminarEmbora ainda haja uma diferença grande de preço na aquisição as contas não devem ser feitas apenas com base nessa métrica. O custo de utilização, manutenção e impostos também devem ser considerados. Além disso, qual é o utilitário a que se refere por 8k€? Qual o nível de equipamento? É equiparável ao eléctrico de 26k€?
EliminarEm relação à perda de impostos por parte do estado, não se preocupe! Se há coisa em que a classe política excele é em arranjar novas maneiras de ir ao bolso do contribuinte. Quando dão com uma mão geralmente já tiraram com a outra.
" Não se preocupe " .....quem está preocupado é o estado e os contribuintes que precisam de carros para se deslocar , já vi que você não está , quanto aos carros elétricos sei do que falo porque trabalho na industria automóvel e somos fornecedores de componentes para esses mesmos carros , quando falo em preço base é preço á saída de fábrica e não ao preço final porque cada país aplica a sua carga fiscal . A titulo de exemplo tem como utilitário o Dacia Sandero stepway ou Ford K+ , o utilitário eléctrico mais barato tem o Renault Zoe compare um e outros ( dimensões ,equipamento etc ) e tire as suas conclusões.
EliminarClaro que estou. É por isso que ando com um carro usado de 3k€ e aguardo que o preço dos eléctricos utilitários usados desça até valores mais favoráveis à profundidade (ou falta dela) do meu bolso. No entanto considero que isso só acontecerá em breve se houver um aumento da procura, incentivada ou não, de novos carros eléctricos.
EliminarEm relação à economia... ainda não é para todos. Mas dependendo do perfil de utilização, e fazendo contas à manutenção reduzida, zero impostos, estacionamento "gratuito" em algumas cidades, custo por Km entre 50%-75% mais barato em relação a gasóleo/gasolina - pode ser que seja para muitos.
A grande questão e que fica a ideia, pela escohes do valor 60000, que foi feito de propósito para não apanhar os Tesla Model 3... Nunca se tinha falado disso e agora, ja depois do orçamento aprovado vem estia ideia de limitar e logo num valor mesmo, mesmo antes dos 60200 do modelo 3...
ResponderEliminarDe resto o € vem do fundo ambiental. Logo deve ser usado para melhorar o ambiente e qualquer carro elétrico, em vez de um a combustão, é melhor para o ambiente.
Mas o que está em causa é usarem os impostos de todos para ajudar alguns a comprar carro! Fundos ambientais ou o que seja são acumulados à conta dos impostos e não por árvores mágicas que dão euros.
EliminarUsar os impostos de todos para ajudar alguns não é nada de novo. Seja para comprar carro eléctrico, seja para ter melhores estradas e acessos nalgumas zonas do país em detrimento de outras, seja para ter melhores redes de transportes públicos nalgumas zonas do país em detrimento de outras, seja para ter acesso a mais prestadores de cuidados de saúde nalgumas zonas do país em detrimento de outras, seja para apoiar a cultura nalgumas zonas do país em detrimento de outras, e por aí fora. Para mim o que está em causa é usar o fundo ambiental para apoiar iniciativas/tecnologias que sejam mais sustentáveis. E embora considere que os carros eléctricos cumprem nesse campo, parece-me que 40k€, 50k€ ou 60k€ é demasiado para a realidade da maioria dos portugueses, e como tal, carros eléctricos até esse valor (40k€) não deveriam receber apoios nenhuns, pois quem os compra quase de certeza que não necessita realmente dos 2250€ do apoio para fazer a compra.
EliminarNão obstante está a dar-me razão! Não tem lógica nenhuma estar a dispor de dinheiros públicos para beneficiar privados! Já chega de mamas! Seja que montante for.
Eliminar" Seja para comprar carro eléctrico, seja para ter melhores estradas e acessos nalgumas zonas do país em detrimento de outras, seja para ter melhores redes de transportes públicos nalgumas zonas do país em detrimento de outras, seja para ter acesso a mais prestadores de cuidados de saúde nalgumas zonas do país em detrimento de outras, seja para apoiar a cultura nalgumas zonas do país em detrimento de outras, e por aí fora." - Não deixa de ser público: não são estradas de privados, são transportes públicos, são prestadores de cuidados de saúde públicos e/ou PPP, são acções culturais públicas e/ou com participação pública.
A utilização do fundo ambiental deve obrigatoriamente ser aplicado em outro tipo de acções de consciência e consequente acção ambiental. Dar dinheiro para uns quantos comprarem carros não! De forma nenhuma!
Sem dúvida, como já disse mais acima, parece-me que a decisão mais acertada seria aplicar esses fundos noutros projectos e/ou equipamentos. Mas o ponto que queria frisar é que embora os exemplos que dei sejam em coisas públicas a assimetria no seu acesso é enorme. Embora estejam disponíveis nem toda a gente tem capacidade ou necessidade de usufruir desses investimentos. Pagam sempre todos para o bem de alguns. E nem vale a pena falar dos investimentos públicos que beneficiam enormemente alguns privados (bancos, prestadores de serviços com adjudicação directa, etc). Mas mesmo não sendo, a meu ver, o investimento mais correcto para estes fundos, parece-me no entanto que estes 2.6 milhões (ou perto disso) são uma gota num oceano de fundos mal aplicados. E se a consequência desse gasto for uma maior consciencialização para a alternativa que são os eléctricos, não sinto grande agravo.
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