2019/07/17

Alertas do 5G e cancro assentam em estudo com falhas


As redes 5G não têm escapado à polémica de que as frequências mais elevadas poderão aumentar o risco de cancro, mas o estudo utilizado para esse efeito - para além de ser contrariado por muitos outros - parece conter uma falha fatal que o seu investigador se recusa a reconhecer: que temos pele a proteger-nos.

O receio de que os telemóveis e redes WiFi possam provocar cancro é algo que vai ressurgindo de tempos a tempos nas notícias, e é natural. Depois de já termos passado por casos em que diversas indústrias (tabaco, petrolíferas, etc.) manipularam o mercado para esconder os efeitos nocivos dos seus produtos, não se pode censurar quem se interrogue se não estaremos perante um novo incidente, desta vez referente às comunicações wireless. E de facto, há quem alerte que as rede 5G são perigosas... mas que parece ter esquecido um detalhe importante.

Um estudo feito por Bill P. Curry revelou que frequências mais elevadas aumentam o risco de dano no tecido cerebral.


É este estudo que tem estado na base dos alertas que apregoam que o WiFi e os telemóveis são um perigo para a saúde pública, e que aumentam de tom com a chegada do 5G com frequências mais elevadas e exponencialmente mais problemáticas... mas que falha ao se esquecer de um pequeno pormenor: que os nosso tecido cerebral está protegido por pele e osso, e que as frequências mais elevadas têm ainda mais dificuldade em chegar até ele.

O estudo foi feito expondo tecido cerebral directamente às frequências de rádio, sem qualquer protecção, e não é representativo daquilo que acontece em circunstâncias reais. As frequências superiores utilizadas no 5G terão ainda mais dificuldade em penetrar a pele.


Embora Bill P. Curry se recuse a reconhecer que há falhas no seu estudo - dizendo que terão que ser novos investigadores e estudos a demonstrá-lo - do campo oposto dizem que a situação é automaticamente explicada pela realidade, e que mesmo após décadas de exposição aos telemóveis e WiFi, não houve qualquer aumento do número de casos de cancros que pudessem ser atribuídos a essa exposição.

Só o futuro poderá esclarecer se é mesmo assim. Mas considerando o actual panorama no nosso planeta, acho que de momento temos problemas bem mais graves que necessitam de atenção mais urgente, senão não restará ninguém para se preocupar com os potenciais riscos eventuais do 5G e WiFi.

3 comentários:

  1. Sem dúvida, não podia estar mais de acordo.

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  2. Com mais de 7 mil milhões de pessoas neste planeta, porque motivo não poderão existir umas quantas milhares dessas pessoas para estudar o impacto do 5G e do WiFi na saúde humana? Não compreendo quando aparecem com argumentos de termo-nos de focar todos em um bem determinado conjunto de problemas ignorando todos os outros... com mais de 7 mil milhões de pessoas penso que temos pessoas para se dedicarem a TODOS os problemas possíveis e imaginários que existam e venham a existir! E ainda sobrará muita gente!

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    1. Podem, devem, e existem. Daí haver inúmeros estudos sobre isto, tanto já feitos, como em curso.

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