As gravações feitas pelo Google Home voltam a estar na ordem do dia, depois de uma pessoa que trabalha na transcrição destas mensagens ter denunciado gravações "incómodas" com as quais se deparou, incluindo dados privados nalguns casos.
Nas condições de utilização do Google Home está uma cláusula que dá à Google o direito de recolher algumas das gravações para efeitos de transcrição manual, de forma supostamente anónima, para melhorar o serviço. Mas uma das pessoas que tem essa função disse que, pelo meio das 1000 gravações que ouve por semana, se encontram algumas que considera serem bastante problemáticas.
Isto porque, para além de todas as gravações deliberadas que foram iniciadas com o habitual "Hey Google", existem também gravações acidentais, registadas indevidamente por qualquer motivo que faça o dispositivo pensar que ouvir as palavras de activação. É sobre estas gravações que recaem as críticas, permitindo ouvir relatos privados do que se passa em casa das pessoas, e que vão desde coisas que parecem situações de violência a outras onde se podem ouvir relatos sobre a saúde de pessoas. Neste último caso, a transcrição de informação de saúde poderá, por si só, constituir uma violação do RGPD, já que se tratam de dados que necessitam de consentimento explícito para poderem ser recolhidos.
Teremos que aguardar para ver como é que esta situação, que é transversal à maioria dos assistentes digitais que estão sempre à escuta, se irá desenrolar. Talvez uma forma simples seja começar por identificar se realmente foi dita a palavra de activação antes de dar acesso ao resto da gravação, eliminando-a no caso de tal não se comprovar. Ou então, podem sempre tentar o argumento da Apple relativamente à Siri, que diz que as gravações são anonimizadas de tal forma que não podem ser consideradas "dados pessoais" - e assim evitando ter que as disponibilizar aos utilizadores, como a Google e Amazon têm que fazer a propósito do Google Assistant e Alexa.
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