2019/07/11

Análise ao Wiko View 3

O Wiko View 3 vem inserir-se no competitivo segmento dos smartphones de gama média, e o nosso Luis Costa esteve a testar um ao longo das últimas semanas para nos dizer que tal se comporta.



No MWC 2019 tivemos oportunidade de ficar a conhecer em primeira mão, a nova linha de equipamentos Wiko. Manuel Ferreira, Country Manager da Wiko para Portugal deu-nos a conhecer a nova estratégia da marca para 2019, que assenta numa imagem renovada, inspirada nos jovens, centrando-se nos seus interesses, necessidades e estilo de vida.

Como tem sido habitual na sua estratégia, a marca procura estar presente em diferentes segmentos de mercado, e a sua linha View 3 é exemplo disso mesmo, com três modelos: View 3 Lite, View 3 e View 3 Pro que se inserem na ultra-competitiva gama média. Ao longo das últimas semanas testámos o View 3 para ver até que ponto este modelo terá argumentos para fazer face à concorrência.

O Wiko View 3



Dentro da caixa, encontramos o smartphone, carregador, cabo USB, auriculares, documentação de referência e o clip para instalação dos cartões SIM e SD. No unboxing do equipamento há logo um primeiro reality check, com a presença de uma porta micro USB e um carregador básico. Nos tempos que correm, apostar numa porta micro USB é algo que já não se encaixa com facilidade, mesmo no segmento de mercado onde este View 3 se insere, com a Wiko a limitar a porta USB-C ao modelo Pro. O carregador fornecido, para uma bateria de 4000mAh, resulta num demorado processo de carregamento, com a noite a ser o cenário ideal para esse efeito.

Estes dois aspectos menos conseguidos do View 3 acabam por ser contrabalançados pela restante lista de especificações, com a já referida bateria de 4000mAh a estar na linha da frente. Os 3GB de RAM e 64GB para armazenamento, extensível com o cartão microSD, são argumentos interessantes para a gama de preço em que este smartphone se insere. O sensor Sony IMX486 (lançado no início de 2018) e o processador octa-core MediaTek Helio P22, estão dentro do nível de desempenho que se espera de um gama média-baixa.


O destaque acaba por ir para o design, com a Wiko a apostar num corpo em metal com traseira em vidro, com um efeito dégradé bastante bem conseguido.



O ecrã ocupa grande parte da superfície frontal, com as margens laterais a terem cerca de dois milímetros.


A margem superior é um pouco maior, mas a grande diferença está na zona inferior do ecrã, a qual apresenta uma margem de cerca de meio centímetro.


Ainda na área frontal, temos um notch "gota de água" e, por cima deste, um entalhe muito reduzido para a coluna destinada às chamadas de voz.



Na traseira, em cima à esquerda, temos a tripla câmara e o flash. Ao lado, numa zona central, o sensor de impressão digital e o novo logótipo da marca.



Do lado direito, os botões de power e volume, à esquerda, o slot para os cartões SIM e SD.




Na lateral superior, a a presença da cada vez mais rara ficha de 3.5mm e um microfone. Na parte inferior, outro microfone, porta micro USB e a coluna de som.


Em utilização



A Wiko aposta numa interface sem grandes modificações, face ao disponibilizado no Android da Google, facto que naturalmente se saúda.



As opções extra, estão concentradas nas "definições - funcionalidades Wiko", sendo nesta área que o utilizador vai poder configurar o tipo de notch a apresentar, podendo o mesmo ficar oculto por quem não o quiser ver no ecrã. É também nesta secção que se pode configurar o sistema de navegação, ocultando os três botões, passando a utilizar um sistema misto com ícones e gestos. O futuro vai passar por aqui, pelo que nada como começarem a testar este novo método de navegação.



Os utilizadores menos experientes, ou aqueles não se queiram dar ao trabalho, têm no assistente de telefone uma aplicação multi-funções que concentra algumas ferramentas para gestão do smartphone. Através de apenas um toque o utilizador pode fechar as aplicações a correr em segundo plano, eliminar ficheiros temporários e efectuar uma pesquisa para detectar malware.


Ao ligar o smartphone pela primeira vez não nos deparamos com bloatware mas, na primeira ligação à internet, o utilizador é "brindado" com a instalação de um pacote "surpresa" que inclui alguns jogos e a app para aceder à loja da Amazon. Caso não considerem as propostas interessantes, podem sempre desinstalar estas ofertas.



No que diz respeito a aplicações, há ainda uma notificação que surge de tempos em tempos, a qual pode ser dispensada na hora. O facto de esta aparecer repetidamente acaba por ser desagradável, mas o utilizador tem sempre a possibilidade de bloquear o acesso desta app à área de notificações, resolvendo o problema de forma definitiva.




Em termos de desempenho, não há lugar a grandes atrasos, com o smartphone a responder dentro do esperado para o hardware que apresenta. Há que contar com este facto, principalmente na instalação e abertura das aplicações.

O sensor de impressões digitais é preciso na detecção mas lento na resposta. Esta poderá ser melhorada se desactivarem as animações no meu de opções de programador. Na verdade, não é o sensor que é lento na resposta mas sim o ecrã, que demora um pouco mais que o desejável a ligar. Poderão testar esta situação ligando primeiro o ecrã e só depois deste ligado tocar no sensor de impressões digitais. A resposta é muito mais rápida, indicando que a demora está no ligar do ecrã.


As câmaras



A interface é simples e intuitiva, com três zonas de acção. À esquerda, definições, filtros de cor, modo HDR, relação da imagem e flash. À direita, duas secções, uma com o modo de operação - panorama, vídeo, fotografia, fundo desfocado e FaceBeauty, e uma segunda com o atalho para as fotografias, botão de disparo e alternância entre câmara frontal / traseira.



Tendo em conta que estamos na presença de um smartphone de gama média-baixa, as expectativas eram obrigatoriamente comedidas. O sensor Sony IMX486 com 12MP, é nosso bem conhecido, marcando presenças em vários smartphones da Xiaomi, Sony e Asus. A lente grande angular com 13MP disponibiliza um campo de visão de 120º para as fotografias panorâmicas. No caso de pretenderem um fundo desfocado, têm um terceiro sensor com 2MP para garantir o efeito de profundidade. Há contudo que fazer escolhas, com este efeito a ficar limitado a uma relação de 4:3.


Wiko View 3

Em termos de qualidade de imagem os resultados acabaram por surpreender graças a um inesperado nível de detalhe nas imagens. As imagens com o fundo desfocado apresentam contudo algumas falhas no recorte do objecto que esteja a ser focado, algo que contudo se poderá aceitar face ao segmento de mercado em que este View 3 se insere.

As selfies ficam a cargo de um sensor com 8MP que é auxiliado por um sistema de inteligência artificial para ajuste automático dos parâmetros da fotografia. Caso assim pretendam, podem sempre ajustar o tom da pele e nível de "alisamento", assim como desfocar o fundo da imagem.


Apreciação final



Há alguns anos a Wiko apostou numa nova estratégia que procurava catapultar as vendas no mercado livre. A nova imagem e os smartphones que agora estão a chegar ao mercado representam um novo salto qualitativo para a marca, que agora apresenta ambições redobradas de expansão a outros territórios, incluindo o solo americano.

O View 3 da Wiko não foi propriamente uma surpresa, mas sim uma confirmação das boas indicações que o smartphone já tinha deixado no breve contacto que tivemos oportunidade de efectuar no MWC 2019 de Barcelona. Linhas mais requintadas, aliadas a materiais mais nobres, acrescentam valor ao produto, o que lhe permite bater-se de forma mais confortável com as propostas da concorrência. Os efeitos de luz na traseira serão por certo um forte argumento para convencer o consumidor que procura um equipamento cheio de estilo.

Estamos na presença de um smartphone bastante equilibrado, capaz de um fornecer uma experiência de utilização muito interessante, principalmente quando temos em conta o segmento de preço em que o mesmo se enquadra (abaixo dos 200€). Há contudo alguns aspectos menos positivos, como são o caso da porta micro-USB e o tempo de reposta do ecrã quando se utiliza o sensor de impressões digitais para desbloquear o smartphone; contudo o seu preço também obriga a uma maior tolerância nos pontos fracos encontrados, sendo que a questão do sensor poderá ser eventualmente melhorado através de uma actualização. Considerando tudo isto, o Wiko View 3 sai desta análise com um distinto "Quente".



Wiko View 3
 https://abertoatedemadrugada.com/2010/02/classificacoes-aberto-ate-de-madrugada.html
Quente


Prós
  • Desempenho equilibrado
  • Traseira em vidro

Contras
  • Porta microUSB
  • Tempo de resposta ao ligar o ecrã



Wiko View 3

Quente (4/5)

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