Temos assistido a um re-interesse no regresso à Lua, mas entre as muitas dificuldades e desafios a superar, há um detalhe adicional que será particularmente problemático: o pó lunar.
O pó lunar é extremamente abrasivo e "agarra-se a tudo". Mas a pior parte é que, se nas missões Apollo apenas se tratava de ficar alguns dias na Lua (a Apollo 17 foi a mais longa, tendo passado 3 dias na Lua) e se tratavam de missões isoladas, as coisas complicam-se drasticamente se começarmos a falar de pousos frequentes na Lua e missões de maior duração.
Sem atmosfera e com gravidade reduzida, o processo de pousar na lua pode projectar partículas de pó lunar a distâncias de centenas de quilómetros e a velocidades superiores a 1000 metros por segundo. No fundo, uma verdadeira saraivada de pó abrasivo a velocidade quase supersónica (caso fosse na Terra) e que pode provocar danos sérios - e não apenas nas instalações circundantes caso se tratasse de uma base lunar de qualquer tipo, como também de equipamentos e instalações a dezenas ou centenas de quilómetros. A missão Apollo 12 alunou propositadamente perto de uma sonda, para avaliar o tipo de estragos que a projecção do pó lunar faria, e os resultados comprovaram os receios dos cientistas, com as placas metálicas a ficarem como se tivessem sido submetidas a uma limpeza com "jato de areia".
Uma das potenciais soluções consistirá em criar plataformas de alunagem que permitam aterrar sem projecção de detritos, mas o processo para as transportar para a Lua, ou de eventualmente as produzir lá com equipamento industrial, será algo bastante dispendioso e moroso, que não evitará que este problema do pó lunar se torne numa séria consideração durante a década que se segue.
O local de que a humanidade dispõe para viver é a Terra.
ResponderEliminarÉ aqui que terão de encontrar soluções para o suporte e manutenção das atividades humanas, não noutros planetas ou satélites.
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EliminarTambém concordo, mas por este andar vejo a situação muito complicada, até porque as projeções que os cientistas fizeram no passado recente foram claramente ultrapassadas, vai haver um ponto de não retorno e ele pode chegar muito mais cedo do que se previa, por isso não compreendo como é que o poder político e civil não se une neste desígnio tão nobre, quando quisermos fechar a porta já pode ser muito tarde.
ResponderEliminarHá uma jovem que tem vindo a tentar mostrar aos políticos o que pensam as novas gerações acerca do planeta que a nossa (e a dos nossos pais e avós) lhes irão deixar como herança, chama-se Greta Thunberg e já existem fações políticas que tentam silenciá-la:
Eliminarhttps://www.publico.pt/2019/07/23/mundo/noticia/conservadores-extremadireita-franceses-unemse-greta-thunberg-1880926