Sendo o (muito) feliz possuidor de um televisor LG OLED da série C7, foi com bastante interesse que tive oportunidade de testar um dos mais recentes da série E9.
Os televisores OLED representam uma evolução significativa face aos televisores LCD, com níveis de contraste que só podem ser rivalizados pelos modelos com "local dimming". Mas, em vez de lidarmos com centenas ou milhares de zonas de iluminação, nos OLEDs estamos a lidar com a iluminação precisamente controlada, para cada um dos seus 8.29 milhões de pixeis (para um ecrã 4K).
O LG OLED 55E9
O LG 55E9 segue as tendências actuais, de não perturbar aquilo que é essencial num ecrã, com margens reduzidas e sem elementos para distrair. A espessura é, como também é habitual nos OLEDs, extremamente reduzida - desnecessariamente até, uma vez que continuamos a ter uma secção mais volumosa na parte inferior, onde encontramos a habitual panóplia de fichas HDMI (4x, com suporte para eARC e VRR), portas USB (3x), áudio out (analógico e óptico), etc.
Um detalhe curioso é que ao contrário dos modelos que são suportados por uma base, no caso deste 55E9 a parte frontal - um generoso painel de vidro - fica assente na superfície onde for pousado.
Cria um efeito curioso, de deixar o ecrã a "flutuar", e tem como vantagem (ou desvantagem, dependendo da perspectiva) não deixar usar a parte por baixo do televisor para acumular "tralhas".
O controlo remoto é o habitual nos OLEDs da LG, contando com microfone para comandos de voz e "air mouse" para controlar o ponteiro usando gestos no ar. Mais importante e útil, conta com botão de acesso directo à Netflix e Amazon Prime Video.
Em funcionamento
Para garantir que nunca há falta de algo para ver, o televisor pode apresentar "quadros", o que seguramente resultará ainda melhor para quem instalar o ecrã pendurado numa parede.
E, obviamente, a imagem irá rodando regularmente, para que não seja necessário preocuparmos-nos com a questão da retenção de imagem. De resto, com o meu OLED a aproximar-se dos dois anos, e muitas vezes enfrentando sessões intensivas de jogos ao fim-de-semana (por vezes com o mesmo jogo durante horas a fio), não é visível qualquer efeito de persistência. E isto sem ter feito uma única vez o processo de "limpeza" dos pixeis (a não ser os que são feitos de forma automática pelo próprio ecrã, sem intervenção do utilizador). A não ser para casos muito específicos onde se vá ter conteúdos estáticos permanentemente no ecrã, a questão do "burn-in" nestes televisores OLED já não é assunto para preocupações.
A LG permanece fiel ao webOS para os seus televisores, e é uma opção bastante aceitável. Este E9 mexe-se bastante melhor que o meu C7, que ainda sofre de alguma hesitação ao passear pelos menus de definições (especialmente se estivermos simultaneamente a ver um filme no Netflix ou YouTube). Faz-nos pensar como seria útil que o "CPU" do televisor estivesse num módulo que pudesse ser trocado após um par de anos. Mas, não que isso seja necessário, considerando que o funcionamento dentro das apps é mais que desembaraçado, e a utilização do controlo remoto com air mouse para escrever é também bastante ágil.
O interface principal consiste numa barra horizontal de apps e opções que surge na secção inferior do ecrã. Podemos mover, adicionar ou remover as apps, de modo a manter as mais utilizadas sempre à mão.
Ter atenção que a instalação de algumas apps pode afectar várias definições do televisor. Por exemplo, ao se instalar a app do YouTube é automaticamente activada a função de ligar via WiFi. Isto é indicado através de um popup, que também indica onde é que se pode desligar a opção, mas seria mais simpático se perguntasse se realmente se quer ligar isso ou não antes de o fazer automaticamente.
Passando à parte "que interessa", o LG 55E9 não desaponta. A qualidade destes televisores OLED é de outro mundo, e o efeito só não foi mais pronunciado por estar a olhar diariamente para um ao longo dos últimos dois anos. Felizmente o meu estilo de utilização consiste também exclusivamente em ver conteúdos Netflix e Amazon Prime Video, o que me dispensa de lidar com a qualidade duvidosa dos canais nacionais (sempre que espreito algum canal ocasionalmente, fico horrorizado com os níveis de compressão utilizados, até mesmo nos canais ditos "premium" de filmes e séries!)
Aqui, basta seleccionar uma qualquer série ou filme em qualidade 4K HDR ou - idealmente - em Dolby Vision - e podemos ver realmente o que todos os 8 milhões de pixeis OLED podem fazer. E depois disso torna-se difícil voltar a olhar para qualquer outro televisor... a não ser que seja também um OLED.
Som
Por norma, quem vai investir num televisor OLED também terá o cuidado de o integrar num sistema surround, ou no mínimo complementá-lo com uma sound bar. Dito isto, haverá quem possa querer recorrer ao som do próprio televisor. O impacto inicial foi algo desanimador, com o som a soar bastante "abafado" (relativamente ao modelo C7 que tenho). Felizmente, depois de um processo de calibração de som, usando o microfone no controlo remoto, as coisas ficaram bastante melhores. Dito isto... continua a ser recomendável recorrer a colunas externas para se ter um som à altura da imagem.Apreciação final
Se há equipamento que é "fácil" testar, é seguramente um televisor OLED. Não há nada que se possa "não gostar" em termos de imagem, e a experiência de ver pela primeira vez um filme ou série em 4K HDR só é manchada pelo facto de, de seguida, todas as emissões "regulares" fazerem parecer com que se tenha regressado à idade da pedra, com imagens sem brilho e sem cor. Para quem apreciar ver conteúdos do Netflix, Prime Video ou demais serviços de streaming que disponibilizem conteúdos 4K, um televisor como este LG 55E9 (ou preferencialmente uma versão de maiores dimensões, se tiverem espaço) é um investimento que será recuperado ao longo de cada minuto que passarem à sua frente.
Neste momento o LG 55E9 já pode ser encontrado por valores próximos dos 2100 euros, e considerando que televisores LCD de gama alta se aproximam (ou até superam) esse valor, torna-se numa escolha que nem dá trabalho nenhum a fazer.
LG OLED TV 55E9
Escaldante
Prós
- Qualidade de imagem
- Interface webOS prático de utilizar
- Controlo remoto com acesso imediato a Netflix e Amazon Prime Video
Contras
- Qualidade sonora não está à altura da imagem
- Processamento de imagem por vezes continua a causar algumas "interferências" ocasionais (mas quem ficar incomodado pode optar por desligar essas opções)
Galeria de fotos
LG OLED TV 55E9
Aberto até de Madrugada
Escaldante (5/5)
Ainda não percebo porque não há no mercado TV OLED de tamanhos mais reduzidos. Por exemplo, eu no limite não consigo colocar uma tv de mais de 47" na minha sala!
ResponderEliminarJá era altura dos fabricantes colocarem no mercado TV com tamanhos abaixo dos 50".
Porque a LG já disse que só vai apostar em 55" pra cima.
EliminarCarlos, qual é a distância a que tens o televisor da vista quando te sentas? e a quantos cms tens a base do sofá da TV? É preciso fazer algum compromisso nessa distância entre ver conteúdos 4K e FHD ideal ou os canais da MEO normais que praticamente só chegam em HD normal?
ResponderEliminarhttps://www.rtings.com/tv/reviews/by-size/size-to-distance-relationship
EliminarAqui pode ver que tamanho se adequa melhor a distância que pretende.
Essa distancia depende de muita coisa. No meu caso estou a 3 metro se nao me falha a memoria e em relação a altura a tv esta a centrada aos meu olhos e nao a distancia do chao.
EliminarEstá a essa distacia devido a ver filmes UHD, quando vejo canais HD, nota-se claramente que a qualidade é má
A minha é de 65" e tenho o sofá a 2m. Distância aos olhos deve ficar cerca dos 2.5m.
EliminarComo só vejo FHD ou 4K dos serviços de streaming, não tenho razão de queixa. :)
OrDos, 2.4 metros aqui, da TV aos olhos. Conteúdos SD e HD das boxes não ficam nada mal, pior é videos de telemóvel gravados ha alguns anos... Não foi preciso mexer em configurações nenhumas.
ResponderEliminarEstas a ser simpatico... No meu caso nem vejo canais SD por ter qualidade inaceitavel pra tv que tenho.
EliminarObrigado pela preocupação. O buraco foi precisamente para resolver o problema da humidade e, se morares num condomínio, certamente compreenderás que as coisas nem sempre se passam com a celeridade desejada. A prioridade foi fazer com que deixasse de cair água, o que felizmente já foi cumprido... Mais alguma questão?
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