2019/11/21

Análise ao Asus ROG Phone II


Depois de em 2018 ter testado o mercado com o ROG Phone, a Asus reforça a sua aposta no mercado mobile de gaming, com o ROG Phone II, um smartphone "cheio de esteróides", a todos os níveis, com o melhor hardware disponível no momento.

Com o gaming na ordem do dia, as diferentes marcas vão explorando este filão de milhões na tentativa de assegurarem a sua fatia deste mercado altamente apetecível. A Asus, marca com longo historial no segmento dos PCs, tem na sub-marca ROG, a sua armada para os adeptos dos jogos no computador.

O ROG Phone II é um dos melhores smartphones actualmente disponíveis no mercado. Junta um extraordinário poder de desempenho ao design irreverente, argumentos que fazem deste gaming phone uma proposta incontornável não só para os fãs dos jogos, mas também para o público em geral que procura um equipamento premium.

O ROG Phone II



A forma como o produto se apresenta para análise é disso exemplo, com a Asus a apostar nada mais, nada menos, que numa mala de viagem. Sim, leram bem, a nossa unidade de testes vem numa mala de viagem. A razão para esta opção, prende-se com o facto de a Asus acompanhar o smartphone, com a vasta linha de acessórios, pensados para maximizar a experiência de utilização do equipamento.



Aberta a mala, rapidamente somos surpreendidos com a "palete" de acessórios, havendo opções para todos os gostos. Claro que a primeira investida teria que ser feita na caixa do smartphone, pois a expectativa era elevada.



A caixa apresenta um formato hexagonal, com o seu conteúdo a ter que ser extraído como se de um filme de ficção científica se tratasse, onde o invólucro serve para transportar um produto extremamente perigoso.



No caso em questão, o único perigo é o numero de horas que iremos passar à frente do smartphone, mas felizmente até já temos ferramentas para nos alertar quando estivermos a ultrapassar os limites.



Dentro da caixa encontramos o smartphone, a documentação de referência, carregador, cabo USB-C, uma capa altamente futurista e o AeroActive Cooler II, um acessório para auxiliar a ventilação do ROG Phone II. A Asus disponibiliza ainda umas pequenas peças de borracha que servem para proteger a ficha proprietária. A peça é tão pequena que o mais provável é que seja perdida com alguma frequência, pelo que estas peças sobressalentes são uma excelente ideia.



Em termos de design, o ROG Phone II herda algumas linhas do seu irmão ZenFone 6, mas o produto acaba por ser muito diferente graças à irreverência da sua traseira, que facilmente o diferencia de outros smartphones.



Do lado direito, um elemento destacado do corpo traseiro da smartphone. A pequena grelha terá como objectivo contribuir para a ventilação do equipamento, mas tendo em conta que não existe um elemento interno para forçar a convecção do ar, o lado estético (bem conseguido, diga-se), acaba por se sobrepor ao funcional.



Ao centro, o símbolo ROG, sobre o qual é apresentada esta abreviatura por extenso.



Em cima, à esquerda, o módulo com duas câmaras e flash duplo.



Na frente, em cima, uma margem generosa onde se encontra a câmara frontal, sensores e uma coluna. Não um altifalante para chamadas de voz, mas sim um verdadeira coluna. Tudo isto, sem lugar a "dentadas" no ecrã. Olhando para as margens dos Pixel, é caso para perguntar porque razão a Google não apresenta uma segunda coluna frontal nos seus smartphones.



Na zona inferior, outra generosa margem, com uma segunda coluna


Na lateral inferior, a porta USB-C e a cada vez mais rara ficha de 3.5mm para os earphonesque, curiosamente, não acompanham este smartphone nem tão pouco aparecem na lista de acessórios associados ao ROG Phone II.



Na lateral superior, apenas um microfone.




Na lateral direita, o botão de power, volume e dois botões capacitivos, um em cada extremidade, materializados pelo grafismo que vemos em cima, à direita, que permitem replicar a funcionalidade dos "shoulder buttons" dos gamepads.



Do lado oposto, um slot para os cartões SIM, não havendo lugar para cartão micro SD para expansão do armazenamento. Na zona central, a porta proprietária, onde se ligam alguns dos acessórios, servindo também para ligar um cabo para ligar o ROG Phone II a uma TV ou monitor.



Tal como acontece no ZenFone 6, o ecrã apresenta um anel a toda a volta, para aumentar o nível de protecção do vidro frontal. No caso do ROG Phone II, este anel é mais fino, sendo mais agradável o segurar do smartphone com uma mão.

Especificações - Hardware




O processador fica a cargo da Qualcomm, com o Snapdragon 855 Plus, um octa-core a poder chegar aos 2.96GHz. O ecrã AMOLED 120Hz/1ms 10-bit HDR, apresenta uma resolução 2340 x 1080, numa relação 19.5:9. O vidro Corning Gorilla Glass 6 deverá oferecer uma boa capacidade de resistência aos riscos, mas como é norma nas unidades que me passam pelas mãos, não ficou isento de alguns riscos superficiais, algo que, supostamente, não deveria acontecer neste tipo de vidro.

O armazenamento com 512GB UFS 3.0, os 12GB LPDDR4X de memória RAM e os 6000mAh da bateria, fazem corar os topo de gama de outras marcas, que se apresentam com argumentos inferiores aos deste ROG Phone II.

As câmaras traseiras, são herdadas do ZenFone 6, com a Asus a apostar num Sony IMX586 com 48MP como sensor principal, com o sensor secundário com 13MP a apresentar uma grande angular de 125°. Para colmatar o facto de a câmara traseira não ser rotativa, a Asus aposta num sensor com 24MP, abertura f/2.0 e um campo de visão com 77,9°.

O preço é um dos mais fortes argumentos do ZenFone 6, algo que já não acontece com este ROG Phone II, que tem um PVP recomendado de 899€, para a versão comercializada no mercado nacional.


Em utilização



O primeiro impacto é muito forte, estamos na presença de um smartphone grande, especialmente no  comprimento. A largura está em linha com os topos de gama de outras marcas, variando em apenas 3 a 5 milímetros. A grande diferença está na espessura, com 1 a 2mm (que equivalem a um aumento de 10 a 20%) e sobretudo no comprimento, cerca de 13mm (+ ~8%) e no peso, com mais 65g, algo perto de 30% a mais.

O peso é o resultado do aumento das dimensões, mas sobretudo da bateria, com uns imponentes 6000mAh, algo pouco habitual num equipamento no segmento premium.



A diferença no comprimento deve-se às "enormes" margens, superior e inferior, com cerca de 5mm. Seriam de criticar, não fosse a Asus ter uma boa razão para a sua existência. Em cada extremidade temos colunas de som, requisito fundamental para uma boa experiência de utilização deste smartphone. E que som! É um verdadeiro prazer, com potência quanto baste e uma assinalável qualidade sonora. Um verdadeiro deleite para ouvir boa música ou jogar, até porque na sua essência, este ROG Phone II, é um smartphone de gaming.



Quanto ao ecrã de 120Hz, suspeitava eu que as diferenças não seriam perceptíveis, ao qual o Carlos rapidamente contrapôs com um: "Não, não é! Basta um scroll para ver a diferença". Pois bem, lá fui eu fazer a mesma acção no ROG Phone II e no Mate 20 Pro com eles lado a lado, e que foi prontamente seguido de um genuíno f***-** à boa maneira tuga. Que diferença! Não é nada "igual", e tudo se processa de forma mais fluída no ROG Phone II, sem os saltos ou soluços a que estamos habituados no dia a dia e pelos quais nem damos presença. É efectivamente outro campeonato e o difícil agora, é voltar um ecrã "normal" de 60Hz.

O ecrã do ROG Phone II pode funcionar a 60, 90 ou 120Hz, sendo que no caso dos jogos é possível configurar a taxa de refrescamento pretendido, havendo igualmente que contar com o suporte do próprio jogo.



A Armoury Crate é a central de controlo de todos os aspectos relacionados com o gaming. Esta aplicação é constituída por duas secções principais: Jogos e Consola.


Na primeira secção, temos os jogos instalados no ROG Phone II, sendo possível lançar os mesmos e ainda definir perfis de utilização.



As opções existentes, cobrem um alargado espectro de opções relativos ao toque, ecrã, desempenho, áudio, rede, botões virtuais, mapeamento de teclas e macros. Todos estes parâmetros, permitem ajustar o comportamento do smartphone, ao gosto do utilizador, de forma a garantir uma experiência de utilização optimizada.


A aplicação dá igualmente sugestões de jogos para cada um dos acessórios, ficando bem patente que este é o grande problema para a Asus, a falta de títulos para explorar o ROG Phone II e acessórios na sua plenitude.


Ainda na área da jogabilidade, temos o "Génio do Jogos" (Game Genie), aplicação que há algum tempo acompanha os smartphones da Asus. Com esta app é possível ter um acesso rápido a mais uma palete de opções, que vão desde a informação sobre o hardware à gravação das sessões de jogo.



A ZenUI apresenta-se num formato cada vez mais discreto, longe do indesejado bloatware que marcava presença nos smartphones Asus. Hoje em dia, a marca apresenta uma interface em linha com a definida pela Google, não havendo lugar a grandes modificações estéticas.



A Asus faz questão de manter a temática do gaming bem viva, dando ao utilizador a possibilidade de utilizar um tema padrão ou, em alternativa, três opções mais viradas para os fãs dos jogos. Estas últimas têm um aspecto mais futurista, que se altera sempre que é activado o modo X.


Para o fazerem, podem utilizar o respectivo ícone na área de notificações ou apertar as laterais inferiores do smartphone. O ecrã apresenta as zonas de pressão a vermelho e são emitidas duas vibrações após as quais se activa/desactiva o modo X, sendo exibida uma animação no ecrã. Caso estejam a utilizar um tema "normal" podem activar o modo X da mesma forma, mas não sendo exibida a animação que materializa a alteração do modo de funcionamento.

As funcionalidades extra estão agrupadas no menu das definições, o que facilita a vida ao utilizador, não andando "perdido" dentro das várias secções à procura das funcionalidades pretendidas:

  • Mobile Manager - ferramentas de gestão do smartphone;
  • Game Genie - optimização da experiência de jogo;
  • Twin Apps - duas contas para um leque seleccionado de apps;
  • Safeguard - contactos de emergência;
  • OptiFlex - gestão das apps em segundo plano;
  • Gestos;
  • Navegação com uma só mão;
  • Air Triggers - botões virtuais;
  • Gravação do ecrã;
  • Captura do ecrã;
  • Detecção do telefone no bolso;
  • Utilização de luvas;

Face a uma tão vasta lista de opções, a opção de as concentrar numa área única acaba por ser uma excelente opção em termos de organização.

Desbloqueio do ecrã


Para desbloquear o smartphone o utilizador pode recorrer ao sensor de impressão digital, que neste ROG Phone II surge sob o ecrã. Para facilitar a identificação do local onde se encontra o sensor, o ecrã apresenta um grafismo nesta zona quando é detectado movimento ou se toca no ecrã.

Este tipo de sensor ainda está nas primeiras gerações, não estando ainda à altura do nível de desempenho que os sensores tradicionais colocados na traseira ou lateral do smartphone. Esta diferença de eficiência deve-se sobretudo ao posicionamento do dedo, que não tem uma estrutura física para o guiar. Quando o dedo acerta no alvo, a diferença de eficiência é quase inexistente.

Quem assim preferir pode ainda utilizar o reconhecimento facial para desbloquear o ROG Phone II. Ao contrário do que acontece com o sensor de impressão digital, o reconhecimento da face só é activado depois de ligado o ecrã. Esta opção por parte da Asus acaba por ser algo limitativa, pois esta funcionalidade torna-se bastante mais prática se activada quando é detectado movimento, permitindo o desbloqueio quando se levanta o smartphone.


Navegação por gestos


No que diz respeito à navegação por gestos, a Asus apresenta uma novidade interessante, indo ao encontro das melhores expectativas. No ZenFone 6, a Asus disponibilizou um sistema com três áreas de detecção de gestos, na zona inferior do ecrã, igual à que a Samsung apresenta actualmente na série Galaxy S10.

Esta opção, acaba por não ser a mais funcional, pois o gesto de "voltar atrás" é bem mais prático de se executar na zona intermédia do ecrã, a partir de uma das laterais. Foi precisamente isso que a Asus apresentou no ROG Phone II, não havendo por isso que esperar pela chegada do Android 10, para usufruir deste tipo de navegação por gestos.




Em termos de software, o ROG Phone II ainda aguarda pela chegada do Android 10. Os testes foram efectuados com Android 9 Pie e patch de segurança de Agosto, algo que é difícil de se aceitar num equipamento que está a chegar ao mercado. Infelizmente, a Asus não tem tido um desempenho sustentado neste campo das actualizações, alternando entre o muito bom (como foi a actualização do ZenFone 5Z para Android 9 Pie) e o sofrível (com o ZenFone 4 a ficar-se pelo Android 8 Oreo). Com o Android 10 garantido, haverá que esperar mais algum tempo pelo update, estando a Asus nesta altura a efectuar a actualização do ZenFone 6. Para já, no que ao ROG Phone II diz respeito, os utilizadores terão de se contentar contar uma actualização do patch de segurança que passa para a versão de Outubro, algo bem mais em linha do que se espera para um equipamento premium.


Acessórios



Os acessórios do ROG Phone II dividem-se em duas categorias, os que acompanham o smartphone e os que são vendidos em separado. Na primeira encontramos o AeroActive Cooler II, uma capa e borrachas de silicone sobressalentes. À venda, poderão encontrar uma bolsa de transporte, a Mobile Desktop Dock II, TwinView Dock II, Lighting Armor Case, WiGi Display Dock Plus e Kunai Gamepad.


O AeroActive Cooler II é um acessório para melhorar o sistema de refrigeração do smartphone. Para este fim, possui uma ventoinha interna, que faz circular o ar contra a traseira do smartphone.


O corpo tem uma zona móvel, para permitir o encaixe dos dois conectores, na lateral do smartphone. Após efectuado o encaixe, basta pressionar a extremidade superior do corpo do AeroActive Cooler II, para garantir que este fica devidamente instalado.



Para colmatar o facto de ocultar o logótipo da ROG na traseira, o AeroActive Cooler II apresenta igualmente um logótipo ROG, para que a imagem de marca se mantenha sempre visível.



A capa que acompanha o smartphone é mais flexível em baixo para poder ser removida mais facilmente. Protege os cantos do ROG Phone II, oferecendo uma protecção extra contra as inevitáveis e inesperadas quedas.


Tem a particularidade de permitir a instalação do AeroActive Cooler II, não comprometendo a utilização deste, pelo que poderão utilizar os dois acessórios em simultâneo.


O lote de acessórios disponibilizado pela Asus tem opções para quase todos os gostos. A capa Lighting Armor dá um look mais refinado ao smartphone.


Além do grafismo, apresenta um logótipo (imagem e texto) iluminados. Confere igualmente um nível de protecção nos cantos, se bem que a frente fique menos protegida face à capa que vem de origem.



A WiGi Display Dock Plus vem acompanhada de um adaptador Ethernet USB e permite passar imagem e som para uma TV. Será uma opção para quem gostar de ecrãs com grande dimensão.


A traseira apresenta um botão de reset, uma porta HDMI, USB 3.0, alimentação e botão de power. A sincronização é feita por WiFi, o que permite um elevado grau de liberdade na utilização do smartphone.


Controlar o jogo via toque no ecrã, com a imagem e ser transmitida para a TV, não é muito prático. Este é um dos casos em que o Kunai Gamepad se revela uma excelente opção.


Este gamepad vem acompanhado de um "bumper", uma capa onde se insere o smartphone, ficando este com encaixes laterais para encaixar os dois comandos bem ao estilo da Nintendo Switch, fazendo deste ROG Phone II uma verdadeira consola de jogos portátil.



Outra opção será utilizar os comandos sem estarem instalados na consola, passando os mesmos para um bloco que permite a sua instalação transformando-se num convencional gamepad com botões para todos os gostos. Estes modos de utilização do Kunai Gamepad poderão ser interessantes para utilizar com a WiGi Display Dock Plus, assim como a outra dock que a Asus disponibiliza para ligar o ROG Phone II, a Mobile Desktop Dock.



Ao contrário da WiGi Display Dock Plus, a Mobile Desktop Dock II prevê a ligação do smartphone à dock, ficando este instalado na mesma.


A Mobile Desktop Dock é bastante mais completa em termos de ligações;

Entradas

  • DisplayPort 1.2
  • USB 3.0 Micro-B
  • Leitor de cartões SD( SDXC até 2TB class 10)
  • 4 x USB 3.1 Gen1 Type-A
  • 3.5mm para microfone
  • 10/100/1000Mbps RJ45 Gigabit LAN
  • Type-C para alimentação

Saídas

  • HDMI 2.0
  • DisplayPort 1.2
  • 3.5mm combo (Headphones + S/PDIF)

As 4 portas USB, poderão ser particularmente interessantes para ligar um conjunto teclado mais rato, que possibilitam um outro nível de experiência de jogo. Os LEDs RGB dão um toque gaming ao conjunto e a ventoinha interna garante o arrefecimento do conjunto.


Com os smartphones com ecrã dobrável a terem um parto difícil, a utilização de dois ecrãs surge como uma alternativa a ter em conta.



A TwinView Dock II é exemplo disso mesmo, permitindo a utilização de dois ecrãs em simultâneo, quer para jogar, quer para uma utilização dita normal, como seja a consulta do email e redes sociais, ou navegar na internet.



Para transportar o smartphone e alguns dos acessórios, a Asus disponibiliza uma bolsa com vários elementos, o que permite uma boa arrumação e sobretudo protecção para os equipamentos.



Com um leque tão variado de acessórios, o difícil será escolher aqueles que melhor nos poderão servir. Pessoalmente, a dock mobile e o gamepad foram os que mais interesse me despertaram, pois possibilitam uma diversificação dos cenários de jogo. A possibilidade de ligar um teclado e um rato, é particularmente interessante para os FPS, sobretudo para todos os jogadores (como é o meu caso) que neste tipo de jogos não se conseguem habituar aos gamepads.

Em termos de preços e disponibilidade, a marca avançou com a seguinte informação:
  • Mobile Desktop Dock - 149,99€
  • TwinView Dock - 249,99€
  • Lighting Armor Case - 39,99€
  • ROG Kunai - 119,99€
  • WiGi Dock Plus - 249,99€

A bolsa e o trolley são exclusivos do pack, não havendo ainda previsão da disponibilidade do mesmo para a Europa, sabendo-se apenas que deverá ter um preço na casa dos 2.000€, ROG Phone II incluído.


Desempenho


Tendo em conta que estávamos na presença de um smartphone premium, as expectativas eram naturalmente elevadas. Atendendo ao seu desempenho global o ROG Phone II não desiludiu, primando por um comportamento de excelência.



Modo X desactivado


Modo X activado


O Snapdragon 855 Plus é o melhor processador actualmente disponível no mercado, batendo toda a concorrência por larga vantagem, sendo que no caso do ROG Phone II, consegue inclusivamente bater outros smartphones equipados com o mesmo processador.

Os 120Hz do ecrã AMOLED, são um verdadeiro deleite para a vista, mesmo as mais desatentas, como é o meu caso pessoal. Tudo se processa de forma fluída, não havendo qualquer salto na imagem. O problema, é voltar a um ecrã de 60Hz...



O armazenamento está em linha com o processador e o ecrã. O processo de configuração inicial, onde são instaladas as aplicações que habitualmente são utilizadas nas análises, decorreu de forma surpreendentemente rápida, tendo terminado antes do processo na sua totalidade, algo que até agora nunca tinha acontecido. Para comprovar este facto, instalei o Call of Duty mobile e mais uma vez, a instalação foi efectivamente muito rápida, bastante mais célere do que em outros equipamentos premium.




Um dos aspectos em destaque no ZenFone 6, foi a sua bateria de 5000mAh. O ROG Phone II, com um processador mais evoluído e com uma bateria de maior capacidade (6000mAh), não conseguiu bater o resultado do ZenFone 6 nos testes do Geekbench 4 (por 180 pontos, 8040 vs 8220).



Esta situação não deve contudo ser uma preocupação, pois em termos práticos o ROG Phone II chega ao final do dia com bateria para dar e vender, nem que seja a ele próprio, com a Asus a não corrigir esta situação que já vem do primeiro ROG Phone...




O carregamento da bateria com um carregador compatível com a especificação Quick Charge 4.0 ou PD pode ir até aos 30W. Nos testes que efectuámos, uma carga completa demorou entre 1h52min a 2h, com o smartphone a chegar aos 72-81% em uma hora de carregamento.



Até aos 30%, a bateria carrega a 9V/3A, passando a 9V/2A até aos 70%, altura em que baixa para 9V/1,5A. Até aos ~95%, carrega a 9V, com a intensidade da corrente a baixar gradualmente até aos 0,75A, passando posteriormente para 5V/1A-0,39A.

Estes resultados foram obtidos com o carregador que acompanha o smartphone, não havendo por isso necessidade de adquirir um carregador para o efeito. Um nota de destaque para o cabo USB-C, que apresenta uma grossura assinalável, nada habitual nos cabos que as marcas disponibilizam com os seus equipamentos.


Câmaras


Neste campo das câmaras, não há lugar a grandes surpresas, pois o hardware é o mesmo a Asus apresentou nas câmaras do ZenFone 6, havendo apenas a adição de um sensor para a câmara frontal que cumpre o esperado, mas sem deslumbrar.


A interface não apresenta novidades, com uma fila de ícones à esquerda (filtros, flash, formato da imagem, modo HDR e definições) e duas secções à direita, uma com os modos de fotografia/vídeo e outra com o botão de disparo, ladeado pelo botão para alternar a câmara (frontal/traseira) e o acesso ao álbum de fotografias. À esquerda desta zona, dois ícones para os modos de fotografia "normal"/panorâmica, por baixo destes o zoom, havendo ainda mais um ícone no canto superior esquerdo, que assinala a detecção automática do cenário a fotografar.


Asus ROG Phone II

Os resultados das câmaras traseiras apresentam um nível de qualidade superior ao do ZenFone 6, algo que advém do espaço temporal que a Asus teve para optimizar o desempenho dos dois sensores, em particular do sensor Sony, que está a disponibilizar melhores resultados em ambientes com pouca iluminação.


Caso assim pretendam, poderão utilizar uma versão modificada da Google Camera, a qual possibilita a obtenção de melhores resultados, em alguns tipos de cenários, nomeadamente, com pouca luz ambiente.


Apreciação final



Por opção própria, a Asus chegou tarde a este mercado altamente competitivo, facto que acabou por dificultar a sua implementação, pois as restantes marcas não perderam tempo a colocar os seus trunfos na mesa. Foi preciso aguardar pelo ZenFone 4, para vermos o primeiro equipamento de topo da Asus, se bem que o seu preço deixou-o longe dos bolsos de muitos consumidores, algo que foi invertido com o bem sucedido ZenFone 5. O ano de 2019 está a ser bastante positivo para o departamento mobile da Asus. Mesmo com um atraso na chegada ao mercado, fruto de uma inesperada situação com o módulo da câmara, o ZenFone 6 acabou por ser um equipamento bem conseguido.

Este ROG Phone II vem dar continuidade ao bom trabalho da marca, apresentando-se com fortes argumentos para se bater não só com os outros smartphones de gaming, mas também com o segmento premium, fruto de uma escolha de hardware de elevado desempenho, aliado a um design diferenciador, imagem de marca da ROG.

O Snapdragon 855 Plus é ainda o melhor processador disponível no mercado, garantindo um despenho de topo, auxiliado pelos 12GB de memória RAM e do armazenamento UFS 3.0 com velocidades ultra rápidas.

O ecrã AMOLED (uma das críticas ao ZenFone 6) é um verdadeiro luxo, com a taxa de refrescamento a 120Hz a mostrar-nos que o nosso smartphone afinal não tem um ecrã tão bom quanto pensávamos. A complementar o ecrã, temos dois altifalantes frontais com DTS X Ultra, que transportam a utilização do smartphone para outro nível. É mais um dos casos que nos fazem perguntar porque razão andam as diferentes marcas a apostar em notchs e afins, ao invés de apresentarem duas colunas frontais (fica a dica para o ZenFone 7...).


Em termos de gaming, a Asus fez quase tudo o que estava ao seu alcance para disponibilizar uma experiência de elevada qualidade, com os acessórios a poderem potenciar a forma como se utiliza o ROG Phone II. A limitação acaba por estar no próprio Android e na falta de jogos que possam potenciar este tipo de equipamento.

Instalando o Kunai Gamepad é incontornável a comparação com a Nintendo Switch, uma consola que conseguiu obter um enorme sucesso em termos de vendas. Muito se pode criticar o nível de hardware apresentado pela Nintendo, mas os jogos acabam por potenciar o mesmo, fazendo quase esquecer o ecrã 720p com uma resolução 1280 x 720 pixeis e a versão modificada do processador Tegra X1 lançado em 2015. O ROG Phone II é precisamente o inverso, temos um ecrã fabuloso, o melhor processador do momento, mas faltam os jogos (em quantidade e qualidade) que justifiquem o investimento num smartphone de gaming.

Este cenário belisca contudo o nível de excelência que o ROG Phone II apresenta, onde só as câmaras e as dimensões/peso poderão fazer o consumidor pensar duas vezes. Tirando estes dois aspectos, o ROG Phone II da Asus é uma máquina de nível premium (até no preço... ~900€), capaz de se bater com os topo de gama, merecendo por isso a nossa tão desejada classificação "Escaldante".



Asus ROG Phone II

Escaldante



Prós

  • Design
  • Desempenho
  • Ecrã
  • Qualidade de som


Contras

  • Peso
  • Câmaras não estão ao nível do restante hardware
  • Preço



Asus ROG Phone II

Escaldante (5/5)



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