Sinalizando o estado das coisas na China, um visitante foi surpreendido ao chegar à porta do prédio e descobrir que não precisava de chave nem de código, pois o seu hospedeiro do Airbnb pegou na sua foto de perfil e adicionou-a ao sistema de reconhecimento facial das portas.
São cada vez mais os locais de alojamento que recorrem a fechaduras electrónicas que podem ser abertas através de códigos ou do smartphone, dispensando o uso de chaves tradicionais. No entanto a proliferação dos sistemas de reconhecimento facial tem feito com que esses sistemas se alastrem a cada vez mais áreas, incluindo o das fechaduras inteligentes. Neste caso, com a surpresa de ter sido possível fazer algo como pegar na foto de perfil do cliente, sem a sua autorização, para que a porta do prédio se abrisse quando chegasse.
My AirBnB host took my profile pic and added it to the apartment’s facial recognition system without my consent. Walk up, camera scans my face, doors unlock. Not sure if I’m supposed to be outraged and “call someone out” for this or chuffed such a janky hack worked.— Paul M Gerhardt (@pmg) January 6, 2020
Obviamente que a questão que se coloca é: e se mais alguém decidisse pegar na sua foto - que está visível publicamente - e a imprimisse, para tentar entrar?
Isso deu origem a uma pequena aventura, visitando uma das mega-lojas Xiaomi na China, comprando uma impressora portátil, e imprimindo a foto - só depois se lembrando que teria sido bastante mais simples e imediato mostrar a foto directamente no ecrã do smartphone; sendo que em ambos os casos a porta se abriu.
15/ hahaha success #666神操作— Paul M Gerhardt (@pmg) January 6, 2020
As a bonus I just took a selfie and blew that up on my phone. Works almost as well. No need for the printer. At all. Next time I should think about this for more than 10 minutes before buying material. pic.twitter.com/cckZFoEFZ5
É certo que noutros equipamentos o reconhecimento facial tem evoluído para não se deixar enganar por fotos, fazendo um scan 3D do rosto da pessoa; mas há também preocupações de que também esses scans 3D das pessoas acabem por ser recolhidos de uma forma ou de outra.
Penso que não haverá muitas formas de compatibilizar a conveniência de utilização com a protecção contra eventual utilização abusiva dos nossos dados, e infelizmente a demonstração de como os nossos dados têm sido abusados - mesmo sem nos focarmos na China - mostra-nos que não se torna viável assumir que só sejam usados eticamente para o bem comum.
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