2020/10/15

Análise headphones Corsair HS60 Haptic

A Corsair tem uns novos headphones / headset que promete fazer sentir os sons: o Corsair HS60 Haptic.

Unboxing e primeiras impressões


Os Corsair HS60 Haptic são uns headphones com feeback háptico que prometem fazer sentir as baixas frequências, e chegam numa caixa sem grandes excessos.


Os únicos acessórios, se assim se puder dizer, são o microfone que vem em separado e se pode encaixar nos headphones, e a respectiva cobertura em espuma para minimizar ruídos indesejados. (Um pequeno detalhe que poderia ser revisto, é que a pequena tampa em borracha que tapa a ficha de ligação ao microfone nos headphones, rapidamente será perdida por ficar "solta".)

A ligação ao PC é feita via USB, funcionando de imediato sem que sejam necessários drivers adicionais, embora seja recomendada a instalação do software iCue da Corsair, para ter acesso a funcionalidades avançadas, como diferentes perfis de equalização.

De resto, a robustez do conjunto, proporcionada pela estrtura em metal, dá confiança de que são headphones para durar uma vida; e a qualidade dos acabamentos em coisas como as costuras das parte almofadadas, é irrepreensível.


Em funcionamento


Os Corsair HS60 Haptic são surpreendentemente confortáveis de utilizar. Isto é conseguido não só com a parte acolchoada que suporta o peso na cabeça, como com a utilização de espuma com efeito de memória na parte das almofadas sobre as orelhas. Uma combinação acertada para um produto que irá ser usado durante longas horas - e ainda mais quando é destinado ao segmento "gamer", que não quererá arriscar distracções ou desconforto durante um jogo.

Também uma boa decisão foi colocar todos os controlos acessíveis directamente nos headphones. Assim, podemos ajustar o volume (com bastante precisão), fazer o mute / unmute do microfone, e também ajustar a intensidade do efeito háptico (ou desligá-lo) a qualquer momento, sem precisar mudar de janela no ecrã do computador - e bastante mais prático do que ter esses controlos num "dongle" pendurado no cabo.

Mas passemos à parte que interessa: que tal é usar estes headphones?

Ora, posso dizer que foi uma agradável surpresa. Para começar os headphones tem uma qualidade sonora excelente, que mais que justificariam o seu preço mesmo sem qualquer artifício adicional. O botão rotativo digital de ajuste de volume evita os problemas com os ajustes analógicos que, ao fim de alguns meses / anos, podem começar a gerar ruído devido ao "mau contacto" (como infelizmente já me aconteceu nalguns headphones). O inconveniente de poderem ser necessárias "muitas voltas" para ir do volume mínimo ao máximo, é amplamente compensado pelo facto de assim se ter um ajuste bastante preciso do volume pretendido, sem os saltos de volume que por vezes se fazem notar nos ajustes de volume digitais.

Quanto à parte háptica, confesso que também me surpreendeu. Já tinha experimentado headphones que prometiam feedback físico mas acabam por ser meros "vibradores" encostados às orelhas, que mais serviam para irritar e que depressa se desligava. Neste caso, comecei por procurar música com dose de graves reforçada para por à prova este sistema da Taction, e não demorou para que esses graves se fizessem sentir, literalmente, de forma notória mas não excessiva - sendo que cada um poderá facilmente ajustar a intensidade de forma directa nos headphones.

O passo seguinte foi ver até onde este sistema se faz sentir. Um teste com rampa de frequência mostra que o sistema se faz sentir logo desde os 5Hz (!) e mantendo-se em acção, com intensidade que vai reduzindo o efeito físico, até cerca dos 100 Hz. Ou seja, cumpre exactamente aquilo a que se propõe, fazendo sentir as frequências que habitualmente só poderiam ser sentidas com um subwoofer a debitar bastantes dB.


Um salto à pista do T. Rex do fantástico "The Great Fantasy Adventure Album" de Erich Kunzel & The Cincinnati Pops Orchestra da Telarc serviu como confirmação. Os passos do dinoassauro começaram a fazer-se sentir muitos antes do que seria possível ouvir noutros headphones (e até mesmo em muitos subwoofers) - e será seguramente a demonstração a fazer para quem quiser ver / ouvir / sentir o que valem estes headphones. :)

Obviamente, e sendo estes headphones dedicados ao segmento dos jogos, isto significa também que será possível ter uma melhor percepção de todo o tipo de barulhos que possam ocorrer por perto (ou longe), para uma maior imersão - e possivelmente vantagem - nos jogos. Poder sentir que alguém está por perto, antes mesmo de ser possível ouvi-los, dará uma vantagem que poderá fazer a diferença entre perder ou vencer. Em jogos mais ambientais, tipo survival horror - como o Alien - a possibilidade de sentirmos toda e cada frequência dos locais, dá também toda uma nova dimensão à experiência (que também se aplica às explosões nos jogos de acção, barulhos dos motores em jogos de automóveis, etc. etc.)


Apreciação final


Estava à espera que estes Corsair HS60 Haptic fossem apenas mais uma tentativa de facturar à custa do mercado gaming, com uns headphones medianos com sistema vibratório. No entanto, o que descobri foram uns headphones de qualidade, com um sistema que realmente permite colmatar um dos pontos fracos dos mesmos, reforçando a actuação dos graves que, na maior parte dos casos, nem seriam perceptíveis.

Destaco também o facto do sistema hátpico funcionar sem criar barulhos que interfiram com a qualidade sonora, nem do próprio mecanismo, nem de vibrações de outras partes do headphone. Algo bastante positivo tendo em conta que estamos a falar de um segmento de preço bastante aceitável para este tipo de produto, que tem um preço recomendado de 129.99 euros.

Por tudo isso, este Corsair HS60 Haptic sai daqui com a nossa mais alta recomendação:

Corsair HS60 Haptic
Escaldante

Prós:
  • Qualidade sonora
  • Efeito háptico
  • Qualidade de construção

Contras:
  • A borracha que fica solta da ficha do microfone. :)
  • Falta de um adaptador para ouvir áudio com ficha de 3.5mm

Corsair HS60 Haptic

Escaldante (5/5)


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