2020/11/13

Xbox Series X - em funcionamento

Depois do processo de configuração incial e das primeiras impressões, passamos finalmente à parte que interessa: jogar com a Xbox Series X.

Depois da aventura de transferir os jogos e efectuar as devidas actualizações para aqueles que foram optimizados para a Xbox Series X, é finalmente tempo de passar à acção.

Os tempos de carregamento

Já tinhamos referido que todo o interface funciona com maior fluidez, e o mesmo acaba por se aplicar também ao tempo de carregamento dos jogos. As novas consolas desta geração fizeram uma grande aposta na redução dos tempos de carregamento, e isso é algo com vantagens práticas e imediatas para os jogadores. Os jogos, ainda estando longe de ser "instantâneos", carregam com muito maior velocidade, reduzindo drasticamente os longos tempos de desespero que, nalguns casos, até incentivavam os jogadores a pegarem no smartphone e fazerem uma curta partida num jogo rápido para se entreterem enquanto esperavam.

Os jogos

Ora bem, a forma mais fácil de descrever a passagem de uma Xbox One X para a Series X será dizer que é o equivalente a ter feito um upgrade da placa gráfica. Jogos que anteriormente eram a 4K a 30fps passam agora a ser em 4K a 60fps, com toda a fluidez acrescida que isso traz; e, de uma forma geral, até cenas mais complexas que anteriormente já nos tinham habituado a um redução no framerate correm agora sem qualquer hesitação.


O Forza Horizon 4 é um dos jogos já adaptado para a Series X que mostra algumas das melhoras, mas que por outro lado também poderá não ser a melhor comparação, considerando que já era um jogo excelente na Xbox One e One X.

O HDR

Uma das capacidades da XBox Series X é a de aplicar tratamento HDR até a jogos antigos que não o suportavam, mas infelizmente é algo que por agora me parece estar longe de funcionar como deve - ao ponto de me ter obrigado a desactivar a opção. Se é certo que há jogos onde a coisa funciona bem, há também outros em que o modo HDR fica completamente horrível. E nalguns casos, como o Tetris Effect, activar ou desactivar o modo HDR no jogo ou tentar ajustar a luminosidade não resulta em qualquer alteração (não sei se será bug do jogo, ou bug do Auto HDR, ou qualquer outra coisa). O que é certo é que praticamente nos obriga a ter que jogar de óculos escuros, e que me fez ter que chegar ao cúmulo de simplesmente desactivar o modo HDR global da Xbox Series X - activando-o apenas para os jogos em que o HDR fica direito.

A tal fluidez de acesso aos menus faz com que isto possa ser feito de forma bastante rápida, mas espero que numa actualização futura a Xbox passe a disponibilizar uma opção para se poder activar / desactivar o HDR jogo por jogo, ou até escolher entre opções mais / menos agressivas, em vez de apenas disponibilizar uma opção global para todos.

Quick Resume

A par dos tempos de carregamento mais reduzidos, há uma funcionalidade que se revela ainda mais importante e útil, o Quick Resume. A nova Xbox tem a capacidade para "congelar" o estado actual dos jogos, permitindo que depois se regresse aos mesmos em meia-dúzia de segundos. Isto faz com que mesmo um jogo que possa demorar 30 ou 50 segundos a carregar, e nos faça sofrer pela passagem de vídeos iniciais ou selecção por uma dúzia de menus, pode estar pronto a jogar em segundos.

Em termos práticos, quando se está num jogo multi-player e se morre durante a sessão, é perfeitamente possível saltar para qualquer outro jogo e passar 1 minuto entretido, antes de se regressar ao jogo original. Algo que nem seria concebível nas gerações anteriores. Esta será definitivamente uma das melhores novidades desta Xbox.

Apreciação final

A Xbox Series X é uma excelente consola que serve como actualização bastante necessária, permitindo inverter a tendência dos tempos de carregamento excessivamente longos que se vinham a tornar cada vez mais frequentes na geração anterior. Em termos gráficos traz a Xbox para a era 4K verdadeiramente utilizável, mantendo os 60 fps com confiança - ou até mesmo os 120 Hz para os preferir, embora quase sempre associada à redução da resolução para Full HD.

Por outro lado, sofre de um grande problema. Por agora não existe ainda nenhum jogo que mostre capacidades gráficas que não seriam possíveis numa Xbox One X; e ao contrário do que a Sony fez na PS5, ao incluir um mini-jogo que serve como demonstração do sistema, um novo jogador que chegue à Xbox Series X não tem, por agora, nenhum jogo que o faça ficar verdadeiramente de "boca aberta". Nem que fosse em jeito de "demonstração", a MS deveria ter incluído um jogo que nos mostrasse as capacidades da Xbox Series X com coisas que não seriam possíveis de replicar nas anteriores.

Por outro lado, a posição da MS / Xbox tem sido a de garantir a compatibilidade por toda a linha, e isso também acaba por ser uma vantagem, embora ligeiramente penalizador em termos de mostrar como a Xbox Series X se destaca.

De notar também que para se tirar verdadeiro partido da Xbox será necessário investir no Xbox Live ou, preferencialmente, no Xbox Game Pass Ultimate, que por €12.99/mês dá acesso a centenas de jogos, incluindo jogos de alto-nivel tanto para a Xbox como também para PC, e também o serviço via streaming xCloud, e agora também os jogos EA Play. Algo que, pelo preço de um par de jogos por ano, se torna numa proposta tentadora (anda mais numa época em que, mesmo quem compre os jogos, fica sujeito a não os poder jogar daqui por 4 ou 5 anos, quando as empresas desligam os servidores).

Há que aguardar pelos primeiros jogos Xbox que sejam capazes de levar a Series X ao limite...


Prós
  • Desempenho
  • Silenciosa
  • Quick Resume
  • Comptabilidade com todos os jogos anteriores
  • Catálogo de jogos via Game Pass Ultimate

Contras
  • Falta de jogos "next-gen" que mostrem as suas capacidades
  • Modo auto-HDR com falta de opções
  • "Obriga" a pagar mensalidade Game Pass para se tirar o melhor partido dela

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