Nos EUA a política da espionagem chegou ao ponto de fazer com que até as escolas invistam em equipamentos de vigilância para monitorizar os alunos, que tradicionalmente seriam utilizados em investigações anti-terrorismo.
Nos últimos anos fomos descobrindo como ferramentas, que em tempos seriam atiradas para a categoria das teorias da conspiração ou da ficção de filmes de espionagem, eram afinais reais e usadas regularmente. Células de comunicação falsas (stingrays), que enganam os smartphones nas proximidades para que se liguem a elas e possam monitorizar tudo o que é feito; sistemas que conseguem infectar smartphones com spyware a partir de um simples SMS; ou apoderar-se de todos os seus dados, incluindo fotografias e mensagens já eliminadas, numa questão de minutos.
Ferramentas que ninguém ficará chocado ao descobrir que seriam usadas por entidades como o FBI, NSA, ou forças policiais - mas que estranhamente (inexplicavelmente?) estão também a ser compradas por diversas escolas nos EUA, que as utilizam para monitorizar smartphones dos alunos e professores.
Há mais de uma década, séries como The Wire mostravam-nos uma sociedade em que as autoridades ainda tinham dificuldade em fazer coisas como interceptar o envio de fotografias entre telemóveis. Hoje em dia, isso não só se tornou corriqueiro, como chegamos ao ponto das escolas terem também capacidade para isso e muito mais, actuando como mais um elemento de monitorização constante que, na prática, acabará por funcionar como uma excelente forma de ensinamento para que alunos, e professores, optem por usar as ferramentas e sistemas que mais garantias dêem quanto à privacidade da sua informação. Se alguém viver sob o receio permanente de que alguém irá espiar o seu smartphone, não será lógico que recorre a todas as ferramentas ao seu dispor para que a informação que deseja manter privada, se mantenha o mais protegida possível?
Ainda vamos chegar ao ponto em que teremos sistemas que, ao estilo da dupla encriptação do TrueCrypt, irão mostrar informação pública "normal" para satisfazer quem as for espreitar, por trás de um código PIN normal, e com a verdadeira informação privada a ficar protegida por um sistema de protecção de adicional, com um código ou password diferente.
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Não sei aonde vamos parar mas, sei que atualmente a coisa já está preta com múltiplos serviços apps e sites que já nem funcionam com vpn ligada.
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