O NSO Group voltou a ser apanhado a mentir, ao se descobrir que afinal estavam a usar dados de localização de milhares de pessoas reais, enquanto promoviam o seu sistema de tracking de Covid-19.
Enquanto uma das mais notórias empresas de fornecimento de serviços de spyware, o NSO Group não merece qualquer tipo de simpatia por parte do público - nem tão pouco seria de esperar que tivessem qualquer tipo de respeito pela privacidade das pessoas. É precisamente o que volta a acontecer, relativamente ao seu sistema de tracking de Covid-19, que a empresa demonstrou efusivamente a vários governos e orgãos de comunicação social. A empresa dizia que a demonstração usava apenas dados simulados, mas um dos habituais deslizes "do costume" deixou que esses dados de localização acabassem por ficar expostos publicamente na internet, e uma análise aos mesmos revelou uma situação bem diferente daquela que tinha sido dita.
Os dados de localização apanhados são demasiado realistas para serem simulados, contando até com o tipo de interferências que ocorrem no mundo real, quando um smartphone está a tentar determinar a localização perante reflexos de múltiplos edifícios; para além de padrões de movimentação que revelam famílias e amigos que viajam em conjunto, onde moram, onde trabalham, etc. No passado já múltiplos investigadores demonstraram que basta uma mão cheia de pontos geolocalizados, para se poder individualizar uma pessoa, mesmo a partir de dados de localização supostamente "anónimos".
Por agora o NSO Group parece ainda nem sequer se ter decidido em acertar a sua história, já que para as empresas estrangeiras parece continuar a negar que os dados de localização sejam reais, mas para alguns investigadores israelitas parece já ter admitido que se tratavam de dados reais. Seja como for, é apenas mais um dos muitos casos que demonstra a facilidade com que estes tipos de dados são comercializados e utilizados, sem que os cidadãos façam a menor ideia de quem poderá ter acesso a toda a sua movimentação.
Esses senhores têm ferramentas de espionagem, de tal maneira potentes, que são classificadas como armas.
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