Apesar da ténue linha que separa a moderação da censura, as redes sociais têm sido acusadas de pouco ou nada fazerem para combater a desinformação flagrante que ajudam a espalhar, e com as quais até acabam por lucrar. Depois do Facebook, também o Twitter avança com um plano de ataque contra esta situação, mais concretamente destinado a combater a desinformação sobre as vacinas Covid-19.
O Twitter aplicará um alerta de "desinformação" aos tweets que considerar enganadores, que englobam categorias como: desinformação sobre a natureza do vírus, eficácia do tratamento ou medidas de prevenção, risco de infecção e gravidade da doença, ou ainda que se façam passar por profissionais de saúde. E para quem os fizer, será aplicado um novo sistema de penalização progressiva em função do número de violações que for apanhado a fazer:
- 1 violação: sem qualquer penalização
- 2-3 violações: conta bloqueada por 12 horas
- 4 violações: conta bloqueada por 7 dias
- 5+ violações: suspensão permanente da conta
Apesar de achar positivo combater a desinformação, e destas medidas estarem em linha com o que a comunidade científica, e senso comum, advocam; não posso deixar de pensar em como facilmente estas regras poderiam ser bem diferentes; se à frente de certas organizações estivessem aquelas pessoas que durante décadas asseguravam que o fumo do tabaco não fazia mal nenhum, ou que a gasolina com chumbo era perfeitamente saudável, ou ainda que a água das canalizações em Flint era perfeitamente segura para a população. E quando se fala de um país que nos últimos anos foi governado por um presidente especialista em promover mentiras como verdades, esse risco não me parece ser apenas "teórico".
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