As primeiras máquinas de escrever eléctricas surgiram nos anos 20, e limitavam-se a ser versões mecanicamente idênticas às máquinas de escrever manuais, mas com actuação electromecânica que eliminava a "força" do utilizador da equação. Hoje em dia pode parecer estranho, mas nas máquinas de escrever manuais era preciso exercer uma força relativamente constante para que a letra ficassem bem impressa, já que uma tecla carregada com pouca força iria causar uma impressão mais fraca, com a letra a ficar menos "carregada" que as outras.
Mas, em 1961, a IBM lançou as Selectric, que abdicavam das barras de impressão, trocando-as por uma bola!
O funcionamento destas máquinas parecia algo saído de um filme de ficção científica, e tinham a vantagem de ser extremamente rápidas, conseguindo dar resposta até ao escritor mais rápido.
Este último vídeo permite apreciar o seu funcionamento em câmara lenta, e torna ainda mais impressionante pensar que um mecanismo sujeito a tal violência conseguisse funcionar de forma continuada, dia após dia, mês após mês.
Lembro perfeitamente de usar uma máquina de escrever elétrica no terceiro ciclo mas estas IBM não conhecia, uma bela obra de engenharia mecânica, até apetece dizer que dão 10 a 0 a alguns chips nos smartphones de hoje :)
ResponderEliminarMais interessante ainda como foi vítima do primeiro keylogger conhecido https://arstechnica.com/information-technology/2015/10/how-soviets-used-ibm-selectric-keyloggers-to-spy-on-us-diplomats/
ResponderEliminarTanto uma como a outra são invenções fantásticas. Fazer um keylogger é retransmitir de um equipamento destes, é obra.
EliminarA minha mãe era escritoraria de gestores de direcção numa empresa e ela usava uma máquina destas.
EliminarLembro-me de escrever nesta máquina quando tinha de passar o dia Von a minha mãe. Estava muito à frente no tempo. O teclado tinha um clic provisional.
Durante alguns anos trabalhei como scheduler no planejamento e produção dessas máquinas na IBM Sumaré.
ResponderEliminarDurante alguns anos trabalhei como scheduler no planejamento e produção dessas máquinas na IBM Sumaré.
ResponderEliminarComecei a trabalhar na IBM em maio de 1969 na linha de montagem OPD (Office Products Division) e depois estive em Campinas na implantação da nova linha de montagem com a transferência da fabricação para lá. Começamos num galpão, num bairro de Campinas mesmo, Taquaral, onde treinávamos os novos funcionários. Antes da mudança definitiva para Sumaré, me desliguei do departamento e voltei ao Rio. As máquinas realmente foram uma revolução no mercado. Um tempo muito gostoso e bem vivido.
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