O browser Brave desactivou o novo sistema FLoC que a Google está a promover como sendo o futuro dos cookies, com críticas arrasadoras de como põe a privacidade dos utilizadores em risco.
Com a morte anunciada dos cookies para efeitos de tracking entre sites (os browsers irão começar a bloquear os cookies 3rd party, havendo alguns que já o fazem), a Google apressou-se a arranjar uma alternativa que permita continuar a recolher dados sobre todos os que usam a internet. O resultado foi o FLoC, que apresenta como sendo uma alternativa que respeita a privacidade dos utilizadores ao não fazer o tracking individual, em vez disso colocando-os em grupos de interesse com centenas ou milhares de outros utilizadores.
É uma descrição que pode ter sido habilmente delineada, mas que na prática continua a fazer o mesmo de sempre, permitindo catalogar os interesses dos utilizadores e que foi duramente criticada pela EFF e, agora, também pelo Brave.
No caso do Brave as críticas não se ficaram apenas pelas palavras, com o browser a desactivar o FLoC desde já - sem sequer esperar por deliberações para saber se o FLoC será permitido face ao RGPD / GDPR europeu, que tinha feito a Google abdicar dos testes na Europa, por recear que não seria o caso.
O Brave diz que, a coberto da desculpa de que não há tracking de utilizadores individualmente, o FLoC acaba por revelar aos sites muito mais informação do que os cookies faziam, incluindo um histórico dos sites que os utilizadores visitaram, que ironicamente era precisamente o que se procurava impedir com o bloqueio dos cookies 3rd party. E esta é uma informação bastante valiosa, que permite que a Google obtenha dados com os quais poderá manipular a venda de publicidade direccionada que, como ficou recentemente comprovado, é uma prática corrente.
Independentemente de tudo isto, e nem que seja pela parte de já vir com ad-blocker e anti-tracking de origem, podem sempre ver que tal é a experiência de usar o Brave (que internamente continua a utilizar o Chromium, a mesma base do Chrome) - sendo também o browser recomendado para instalar em casa dos familiares que não se sintam muito confortáveis com a tecnologia e possam estar mais predispostos a clicar nas publicidades abusivas que surjam em popups.
2021/04/13
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Se não fosse o meu apego ao Firefox, o Brave seria o meu navegador. Ainda sou um dos resistentes à hegemonia do Chromium como motor de renderização. Veremos até quanto mais tempo teremos alternativa a este!
ResponderEliminarEpá, tenho exactamente a mesma opinião do que tu! Será que já seremos chamados de Velhos do Restelo?
EliminarUso o Brave à mais de um ano, até mesmo para assistir videos do YouTube sem a incómoda publicidade que se repete ao longo de um vídeo mesmo dentro daquela APP.
Eliminareu acho que ambos já usam o mesmo motor de renderização, se não estou em erro.
ResponderEliminarO Vivaldi também tomou a mesma decisão
ResponderEliminarPara uso pessoal tenho usado derivados do Chromium, mas profissionalmente só uso Firefox.
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