Numa altura em que enfrenta inúmeros processos, um documento revelado pela Google mostra como beneficiava de vantagens sobre os seus concorrentes.
A Google tem enfrentado vários processos de tirar partido da sua rede de publicidade e motor de pesquisa para ter prioridade sobre concorrentes, e agora cometeu um deslize que comprova isso mesmo. Um documento que foi censurado incorrectamente revelou um projecto secreto da Google chamado Project Bernanke, no qual a Google conseguia ter vantagem sobre serviços de publicidade concorrentes, permitindo pagar menos pela apresentação de publicidade e ganhando centenas de milhões de dólares.
O cenário de publicidade na internet é equivalente a uma renhida disputa sobre quem tem direito a apresentar a sua publicidade, usando um sistema idêntico ao dos leilões, em que o bloco publicitário é preenchido pelo anunciante que estiver disposto a pagar mais (tendo em conta todo um imenso número de critérios sobre o utilizador). A Google tirava partido da informação privilegiada a que tinha acesso, para alterar os preços dos anúncios dos seus parceiros, para que conseguisse ter mais oportunidades de ganhar face a serviços rivais. Na prática, seria algo equivalente a ter uma casa de leilões que, para produtos com licitações em carta fechada, dizia a alguns clientes qual era o valor que deveriam pagar para conseguirem ficar com a peça.
A Google já veio dizer que não fez nada de ilegal nem errado, que se limitou a tirar partido da informação que já dispunha, e que irá defender a sua posição em tribunal no decorrer do processo. No entanto, parece ser uma peça fundamental que demonstra os riscos de todo e qualquer monopólio, em que temos uma única empresa com poder desproporcional que presta o serviço, faz as regras, e ainda fica no controlo para dizer que está tudo bem e funciona como deveria funcionar.
Pelo menos foram honestos ao retirarem "Don't be evil" do código de conduta. A antecipação destes acontecimentos está sugerido pela sua remoção.
ResponderEliminarPelo menos foram honestos ao retirarem "Don't be evil" do código de conduta. A antecipação destes acontecimentos está sugerido pela sua remoção.
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