Para além de jornalistas e activistas, a lista de potenciais alvos de uma campanha de spyware inclui chefes de estado e até um rei.
O caso da infecção dos smartphones de jornalistas e activistas com spyware do NSO Group (que continua a conseguir infectar iPhones com uma simples mensagem, tal como já tinha acontecido no passado) continua a dar que falar.
Foi revelada uma lista com cerca de 50 mil números de telefone que seriam alvos preferenciais para espionagem, e por lá podemos encontrar três presidentes ainda em funções, Emmanuel Macron (França), Barham Salih (Iraque) e Cyril Ramaphosa (África do Sul); o rei Mohammed VI de Marrocos; três primeiros-ministros, Imran Khan (Paquistão), Mostafa Madbouly (Egipto) e Saad-Eddine El Othmani (Marrocos), assim como vários outros ex-primeiros-ministros (Yemen, Líbano, Uganda, França, Cazaquistão, Argélia, e Bélgica) que terão sido adicionados à lista quando ainda ocupavam o cargo. Um grupo de pessoas de risco mas que, como não disponibilizaram (ainda?) os seus smartphones para análise, não se pode avaliar se terão sido infectados, ou alvo de tentativa de infecção.
O NSO Group já veio dizer que nada tem a ver com esta lista, dizendo que deverá ter sido compilada por "desconhecidos", mas este novo episódio vem dar ainda mais visibilidade ao cenário preocupante de ninguém estar garantidamente a salvo de ter o seu "fiel" smartphone transformando numa máquina de espionagem perfeita.
Também relevante, é que estamos a falar de uma empresa que vende estes seus kits de spyware a qualquer entidade disposta a pagar o (elevado) preço que é pedido; pelo que até países que tradicionalmente poderiam não ter grandes capacidades de ciber-espionagem poderão facilmente obter essa vantagem. Um destes dias ainda vemos o NSO Group a cortar os intermediários e fazer ele próprio a espionagem, e a vender a informação directamente a quem a procura... Ou, em alternativa, ainda vamos descobrir que alguns dos smartphones destes alvos de interesse têm os seus smartphones infectados com uma dezena de spywares do NSO Group, um por cada entidade que os deseja espiar.
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