Há uma nova moda entre alguns trabalhadores que passaram a trabalhar a partir de casa a tempo inteiro: arranjarem um segundo emprego remoto, secreto, e fazerem ambos em simultâneo.
Com algumas empresas a aproveitarem a desculpa do trabalho remoto para cortarem nos salários, há também pessoas que "contra-atacam" combinando um segundo emprego remoto com o seu emprego original.
A ideia não é propriamente nova. No passado já vimos casos de pessoas que praticamente tinham automatizado as suas funções e passaram anos "sem fazer nada"; ou outros que criativamente sub-contratavam pessoas na Ásia a baixo custo para fazerem o trabalho por si. Mas desta vez, são os trabalhadores remotos que optam por acumular um segundo emprego remoto, e manobram a agenda e tarefas de ambos para os conseguirem manter em simultâneo - ao ponto de, por vezes, poderem estar em duas reuniões em simultâneo.
O cenário não é ideal mas acaba por ser compreensível em funções em que as pessoas sintam que o seu trabalho produtivo é reduzido a umas poucas horas por semana, quando se desconta o tempo passado nas tais reuniões que seriam quase sempre dispensáveis. E afinal, se forem avaliados pelo trabalho produzido e forem capaz de manter o nível de qualidade e produtividade esperado, nem sequer se pode dizer que estejam a descurar as suas funções.
Infelizmente, estes casos vão servir para que algumas entidades empregadores comecem a exigir sistemas de monitorização mais intrusivos, para tentarem evitar estas situações de multitasking. Mas, antes de seguirem por esse caminho, talvez fosse melhor pensar: se não confiam nos seus funcionários o suficiente para acreditarem que eles fazem a sua função, talvez existam problemas mais graves que importa resolver antes de quererem espiá-los em suas casas.
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