2021/11/23

Google e Facebook fomentam "clickbait"

À semelhança do spam, também o clickbait é uma das pragas do mundo moderno - e que existe por ser negócio lucrativo, sustentado pela publicidade das plataformas da Google e Facebook.

Com os milhões de sites na internet, é inevitável que muitos deles se limitem a replicar aquilo que viram noutros. No entanto, há uma classe de sites e páginas especial, que se especializaram no roubo de conteúdos e geração de títulos que incentivam a que se clique neles - os chamados sites e artigos "clickbait", cujo único propósito é atrair o clique dos utilizadores.

Esses sites normalmente limitam-se a copiar directamente outros artigos, introduzindo apenas algumas variações suficientes para tentarem iludir sistemas de detecção de cópias, e também fazem os possíveis por segmentar os conteúdos de forma a conseguirem o máximo de cliques possíveis: uma lista de 10 coisas que poderia ser apresentada numa única página, torna-se em 10 páginas separadas em que o visitante terá que clicar para percorrer cada uma delas. E porquê?... Pelo dinheiro.

Estes sites não existem apenas para gastar os botões dos ratos dos visitantes. O único motivo da sua existência é o lucro, e isso é conseguido através da apresentação de publicidade, com as maiores redes de anúncios a pertencerem à Google e Facebook. Cada clique representa uma nova página, com uma nova dose de anúncios; e de cada vez que são apresentados, são mais alguns cêntimos a reverter para a conta dos criadores desses sites. Sites que normalmente estão integrados em redes que perpetuam este sistema, gerando centenas de sites idênticos, com milhares de páginas ou grupos no Facebook, que reciclam e repetem estes conteúdos, até à exaustão, indiferente a que sejam conteúdos legítimos ou falsos - tudo o que interessa é que gerem cliques, e muitas vezes isso é conseguido com os assuntos falsos.

Indirectamente, acabam por ser empresas como a Google e o Facebook (Alphabet e Meta) a sustentarem todo este ecossistema, pois são as suas plataformas de publicidade que sustentam e fomentam a proliferação deste tipo de sites. Quanto aos utilizadores, resta tentarem reconhecer e manterem-se afastados destes pedinchões de cliques, já que muitas vezes nem sequer os ad-blockers funcionam (pois limitam-se a escondê-los os olhos dos utilizadores, mas não impedem que o mesmo seja contabilizado como sendo visto).

2 comentários:

  1. O admirável mundo novo supostamente "evoluído" das sociedades ditas "desenvolvidas"...

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  2. Vou aproveitar já que falam da Google aqui, para perguntar se já viram que agora no Youtube se um video estiver "marcado" como +18, ao logarmos na nossa conta, para verificação da idade, pede que demos à google, ficheiro com os dados do CC ou id do cartão de crédito... ou seja, de mim já chega o que têm... nem sei se de acordo do RGPD isso será permitido na UE !!

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