2021/12/14

Google volta a apostar na realidade aumentada

Repetindo as frequentes mudanças de direcção no passado, a Google parece voltar a dedicar-se à Realidade Aumentada, preparando uns óculos e sistema operativo optimizado para a função.

Nada como ter uma empresa chamada Apple a preparar uns óculos de realidade aumentada para que, subitamente, toda a indústria se apresse a seguir o exemplo. É esse também o caso da Google, que agora dá indicações de querer desenvolver uns óculos de realidade aumentada e um sistema operativo específico para isso.

É compreensível que a Google o queira - e deva - fazer, o que torna o caso caricato é que a Google já tinha dado passos nesse sentido há quase uma década, quando revelou, com grande pompa e circunstância, os seus Google Glass. Mas, ao estilo de outros projectos, como o Tango, e o sistema de VR (como os óculos Google Cardboard, que permitiram a milhões de pessoas tomar o primeiro contacto com a realidade virtual), a Google repetidamente deixa cair estes projectos no esquecimento. E depois, alguns anos mais tarde, a Apple lá lança algo nessa área, e a Google apressa-se a tirar o pó às coisas que já tinha, fazer umas alterações, e relançar as coisas.

Assistimos isso na realidade virtual, quando o ARKit da Apple "matou" o Project Tango da Google e levou-a a lançar o ARCore (e ao ponto de agora termos iPhones e iPads com LIDARs); e agora voltamos a assistir ao mesmo neste campo da realidade virtual e realidade aumentada.

Admito que parte disto pode nem ser apenas culpa da Google. Muitas vezes os pioneiros numas áreas não são os que acabam por ter o sucesso esperado. A Google pode ter estado simplesmente "à frente do seu tempo" nestes projectos, e agora a Apple capitalizar por se estar no momento em que aquilo que "deveria ter sido", pode realmente passar a sê-lo. Um sistema de realidade aumentada, como o que era prometido pela Magic Leap há anos, precisa de enorme poder de computação, mas simultaneamente manter-se com volume compacto, peso ultra-leve, e ter autonomia que o torne prático de usar e não uma mera curiosidade. É toda uma combinação de factores que ainda hoje se torna muito complicado de conseguir, mas em que a Apple fica numa das melhores posições para o concretizar.

E bem que isso é necessário. Depois de anos e anos a termos smartphones apenas com evolução em câmaras e desempenho que já chegou ao ponto de não poder ser usado por causa do aquecimento, é preciso algo novo que nos volte a deixar maravilhados com algo que "parece impossível". Venha de lá essa era da realidade aumentada que liberte as pessoas de andarem de cabeça a olhar para baixo com as mãos a "tricotar" no smartphone.

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