A Intel está a ficar "entre a espada e a parede" nas conturbadas relações entre EUA e China, tendo sido obrigada a pedir desculpa pela intenção de proibir a utilização de componentes de Xinjiang.
A região de Xinjiang é onde a China tem instalados os seus polémicos "campos de reeducação" da população Uyghur muçulmana, e onde vários relatos dizem estarem a ser cometidas atrocidades terríveis, incompatíveis com qualquer estado de direito. É um assunto "tabu" para o governo chinês, que recusa qualquer intromissão internacional neste assunto, e sobre a qual não deixa passar nada - como a Intel agora descobriu. A Intel tinha feito um comunicado que visava cortar qualquer relação entre componentes que ela, ou os seus fornecedores, pudessem usar com origem em trabalho potencialmente forçado naquela região. Mas depressa foi obrigada a mudar o discurso.
Depois da medida ter atraído a atenção dos canais nacionalistas, a Intel foi forçada a "clarificar" o que queria dizer, emitindo um pedido público de desculpa "aos seus respeitados clientes chineses, parceiros, e ao público" em que diz que não pretende assumir qualquer posição referente a esse tópico, limitando-se a cumprir com a legislação dos EUA a que também está obrigada.
A máquina da propaganda chinesa não perdoa, e diz que as empresas ocidentais que quiserem permanecer no território deverão manter o máximo respeito pela China, ou serem forçadas a pagar pesadas multas até que o façam.
... Simultaneamente, a China vai tentando reescrever a História e eliminar os incidentes indesejados, tendo recentemente removido estátuas em Hong Kong que recordavam o massacre de Tiananmen.
2021/12/25
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