2022/07/27

Análise ao Xiaomi 12



A Xiaomi expandiu a sua oferta com 3 novos modelos, o Xiaomi 12 Pro para o segmento premium, o Xiaomi 12X para a gama média alta, e o Xiaomi 12 que hoje temos em análise, equipamento que faz a ponte entre os dois segmentos de mercado.

Unboxing


Na caixa, em primeiro plano, um bloco com a capa de silicone e a documentação de referência. 


Num segundo plano, o smartphone, envolto no plástico com alguns destaques técnicos. 


Os acessórios surgem na zona inferior.


Além da já referida documentação e capa de silicone, um clip para instalação dos cartões, cabo USB-C e o carregador.


O carregador disponibiliza uma potência máxima de 67W, uma relação de 20V/3,25A.




O Xiaomi 12


Ao contrário da opção seguida pelas marcas que ocupam os dois primeiros lugares do pódio, a Xiaomi optou por dar continuidade às linhas mestras do modelo anterior (Xiaomi 11), mantendo a curvatura do ecrã frontal e do corpo, ao invés de apostar em arestas bem definidas. 


As curvas dominam o corpo, havendo apenas pequenas alterações nos cantos (e na zona dos botões), resultantes de uma curvatura menos acentuada nesta zona, que passa a contar com uma faixa de metal mais larga. O corpo fica assim mais equilibrado, tendo como principal vantagem um encaixe facilitado na mão, melhorando o conforto em utilização. 


O bloco de câmaras está em destaque na traseira, apresentando uma saliência com uma altura considerável, que nem mesmo uma capa de silicone consegue disfarçar, sendo que essa também não é a intenção da marca. No canto inferior esquerdo, o logótipo da Xiaomi e uma referência ao 5G.


Na frente, um furo centrado na zona superior do ecrã, com este a estender-se até sensivelmente metade da zona lateral. As margens superior e inferior do ecrã são ligeiramente maiores e sem curvatura.


A lateral superior apresenta uma grelha para saída de som, uma referência à Harman Kardon, um microfone e um sensor infra vermelhos.


Na lateral oposta, mais uma grelha (na mesma orientação da presente da outra lateral), a porta USB-C, um microfone e o slot para os cartões. Tendo em conta a proximidade entre o microfone a zona para enfiar o clip que liberta a bandeja para os cartões, é recomendável toda a atenção, para não estragarem o microfone.

Especificações técnicas

  • Processador
    • Snapdragon 8 Gen 1
    • Processo de fabrico com eficiência de energia de 4 nm
    • CPU: 1 núcleo Prime (baseado em X2), 3,0 GHz 3 núcleos Gold (baseado em A710), 2,5 GHz 4 núcleos Silver (baseado em A510), 1,8 GHz
    • GPU: GPU Qualcomm Adreno
    • Motor de IA Qualcomm de 7ª geração
  • Armazenamento e RAM
    • 8 GB + 128 GB, 8 GB + 256 GB, 12 GB + 256 GB
    • LPDDR5 RAM + armazenamento UFS 3.1
  • Ecrã
    • AMOLED FHD+ DotDisplay 6,28"
    • 20:9, 2400 x 1080 com 419 ppp
    • Taxa de actualização: 120Hz
    • Taxa de amostragem de toque: até 480Hz
    • Mais de 68 mil milhões de cores
    • Gama de cores: DCI-P3
    • Exibição TrueColor: JNCD≈0,61, Delta E≈0,59
    • Relação de contraste: 5.000.000 : 1
    • HDR10+Dobly Vision
    • Corning Gorilla Glass Victus
  • Câmara traseira
    • 50 MP, f/1.9, 26mm (wide), 1/1.56", 1.0µm, PDAF, OIS
    • 13 MP, f/2.4, 12mm, 123˚ (ultrawide), 1/3.06", 1.12µm
    • 5 MP, f/2.4, 50mm (telephoto macro), AF
    • Vídeo: 8K@24fps (HDR), 4K@30/60fps (HDR10+), 1080p@30/120/240/960fps, 720p@1920fps, gyro-EIS
  • Câmara frontal
    • 32 MP, f/2.5, 26mm (wide), 0.7µm
    • Vídeo: 1080p@30/60fps, 720p@120fps, HDR
  • Bateria e carregamento
    • Bateria de 4500mAh (tipo)
    • Carregamento turbo com fio de 67W
    • Carregamento turbo sem fio de 50W
    • Carregamento sem fios inverso de 10W
    • Carregador de 67W na caixa
    • USB tipo-C
    • Xiaomi Adaptive Charge
  • Rede e conectividade
    • Dual SIM
    • Bandas de rede:
      • Suporta 5G*/4G/3G/2G
      • 5G: Suporta NSA + SA
      • 5G: n1/n3/n5/n7/n8/n20/n28/n38/n40/n41/n66/n77/n78/n79
      • 4G: LTE FDD: B1/2/3/4/5/7/8/12/13/17/18/19/20/25/26/28/32/66
      • 4G: LTE TDD: B38/39/40/41/42/48
      • 3G: WCDMA: B1/2/4/5/6/8/19
      • 2G: GSM: 850 900 1800 1900 MHz
      • Suporta 4x4 MIMO
  • Redes sem fios
    • Bluetooth 5.2
    • Wi-Fi 6 / Wi-Fi 6E
    • NFC - Compatível com Google Pay
  • Áudio
    • Altifalantes duplos
    • Dolby Atmos
    • Harman Kardon
  • Sensores
    • Sensor de proximidade
    • Sensor de luz ambiente
    • Acelerómetro
    • Giroscópio
    • Bússola eletrónica
    • Motor linear
    • Disparador IR
    • Sensor de cintilação
  • Software
    • MIUI 13
    • Android 12
  • Dimensões
    • Altura: 152,7 mm
    • Largura: 69,9 mm
    • Espessura: 8,16 mm
    • Peso: 180g

Em utilização


A marca chinesa apresenta neste Xiaomi 12 uma opção interessante, apostando em dimensões mais compactas do que vem sendo habitual. Este facto, aliado à curvatura da traseira, permite um encaixe confortável na mão, com os botões a estarem num enquadramento que não obriga a mudar a mão de posição para carregar nos mesmos.

Para os destros, a posição do bloco de câmaras não será um problema, já os canhotos terão de viver com o indicador a ter de se ajustar à saliência do primeiro. Uma capa, poderá ajudar a minimizar esta questão, reduzindo ou eliminando mesmo a diferença de altura motivada pelo alojamento das câmaras.

Igualmente a ter em conta, a posição das grelhas de som, pois ver um vídeo numa orientação em modo paisagem ou aproveitar para jogar, vai convidar a rodar o smartphone no sentido dos ponteiros do relógio. Desta forma, as grelhas para saída de som não ficarão obstruídas e o bloco de câmaras ficará confortavelmente alojado na palma da mão.

Falando de som, as duas grelhas, uma de cada lado, deixavam antever uma experiência estéreo de qualidade, mas a experiência sonora acabou por ficar aquém do esperado. A coluna na parte superior (esquerda) não tem a mesma potencia e qualidade de som da que se encontra no lado oposto (poderão testar esta situação, tapando uma saída e depois a outra). Em termos práticos, o som satisfaz, mas há margem para melhorar.


O sensor de impressão digital surge no terço inferior do ecrã, isto quando seria muito mais prático um posicionamento no terço intermédio, na zona do botão de on/off. Em termos de desempenho, nada a apontar. A posição é identificada por um grafismo quando se agarra no smartphone, não sendo necessário carregar no botão de on/off para este efeito. O sensor nada fica a dever aos da geração anterior, na traseira do equipamento, conseguindo reconhecer a impressão digital de forma eficiente, desbloqueando o terminal sem atrasos.




Em termos de desempenho, o Xiaomi 12 responde ao que se exige de um equipamento premium e menos não seria de esperar, pois o smartphone vem equipado com o melhor processador Qualcomm do momento. 

As duas colunas, ainda não apresentam aquilo que se pode denominar de excelência. São bastante melhores que a habitual dupla com coluna principal e a das chamadas de voz, mas no caso deste Xiaomi 12, falta à que tem esta função a mesma pujança de definição de som que a coluna principal apresenta.

O ecrã AMOLED apresenta uma boa qualidade de imagem, com tons fortes e um brilho capaz de lidar com a luz solar directa, mantendo os conteúdos visíveis para consulta, onde apenas destoa a película de protecção, incapaz de resistir muito tempo sem riscos. A taxa de refrescamento apresenta apenas duas opções de configuração, predefinida ou personalizada. A primeira é gerida pelo sistema, adequando a taxa de actualização aos conteúdos a serem apresentados, ao passo que a segundo apresenta duas opções, 120 ou 60Hz. Ao contrário do modelo Pro, o Xiaomi 12 não tem um painel LTPO, pelo que não é possível usufruir de taxas de actualização mais baixas, para um consumo de bateria mais reduzido.  






Seguindo no tema bateria, a autonomia está longe de deslumbrar, sobretudo com a taxa de 120Hz activa. O smartphone consegue chegar ao final do dia com facilidade, mas não faz mais que um dia de utilização, isto sem sessões de jogos, área que pesa fortemente no consumo de bateria. O processador Snapdragon e (?) a interface MIUI, serão dois dos principais responsáveis por este modesto desempenho, com a Qualcomm a não ficar bem na fotografia, quando comparada a prestação com o Exynos 2200 da Samsung.


Se nos cingirmos ao universo de equipamentos já testados com processador Snapdragon 8 Gen 1, o cenário não muda de figura, com o Xiaomi 12 a não conseguir destacar-se, sendo que, como atenuante, não usufrui do menor consumo que um ecrã com tecnologia LTPS disponibiliza, ao baixar a taxa de actualização do ecrã até 1Hz.




O carregamento rápido, até 67W, disponibilizou uma carga completa em 48 minutos, sendo que apenas foram necessários 15 minutos para atingir a marca dos 50% de bateria, chegando aos 86% em meia hora. 


Com este nível de prestação, poderão optar por não carregar o smartphone durante a noite, se bem que o sistema de carregamento já consiga adaptar o procedimento à hora de levantar, evitando o prolongar da carga pela noite fora. Pelo menos é isso que o equipamento indica, mas alguns inusitados despertares a meio da noite, tardavam em indicar um carregamento já finalizado, isto quando o mesmo seria suposto ser prolongado até ao amanhecer. Ao fim de algumas semanas, foi possível confirmar a operação desta funcionalidade, com a carga a ficar nos 80% até perto da hora de despertar, altura em que o carregamento era finalizado.



Xiaomi é MIUI. A interface da marca chinesa foi e continua a ser a sua bandeira, com o Android a apresentar uma roupagem diferente da que a Google disponibiliza. Quem compra um smartphone desta marca, já saberá com o que contar, ou terá de aprender a viver com isso, situação que a Xiaomi tem vindo de alguma forma a agilizar ao longo dos anos, dando ao utilizador mais do que uma opção para o mesmo fim. 


Android 11/ Android 12 / MIUI 11 / MIUI 13

As notificações são exemplo deste processo. O Android 12 surge com um novo layout, mas a Xiaomi opta por manter as suas linhas mestras, disponibilizando na MIUI 13 o layout antigo (em linha com o Android 11), dando ao utilizador a possibilidade de optar por um novo layout, que fica a meio caminho daquilo que a Google apresentou, onde nem todos os botões viram as dimensões aumentadas e as cores não seguem tonalidades apresentadas no fundo de ecrã. 


Nesta versão da MIUI 13, os atalhos rápidos estão acessíveis do lado direito (deslizar de cima para baixo), ficando as notificações do lado esquerdo, curiosamente, ou não, a mesma organização utilizadas pela Apple no iOS. Para quem tenha uma mão pequena, não será a opção mais confortável, ficando com a opção de passar dos atalhos rápidos para as notificações, com um deslizar do dedo na horizontal.


As câmaras


Apesar de não se apresentar tão apetrechado como o modelo Pro, este Xiaomi 12 tem uma tripla câmara traseira bastante competente, capaz de apresentar muito bons resultados na maioria das situações, inclusivamente nos ambientes pouco iluminados. 


A interface da aplicação que gere a utilização da câmara, apresenta a habitual disposição, com uma fila de ícones à esquerda (flash, HDR, AI, Filtros em tempo real, Google Lens e atalhos rápidos/definições e à direita, três secções (controlo do zoom, modos de fotografia/vídeo e acesso à galeria), botão de disparo e mudança de câmara.



As definições apresentam inúmeras opções, com o modo nocturno automático e a correcção das imagens através da grande angular, a merecerem destaque.


Xiaomi 12

Em termos de qualidade de imagem, há um equilíbrio de tons entre os três sensores, se bem que com a tendência para puxar pelas cores nos ambientes com pouca iluminação, havendo que corrigir manualmente o brilho para corrigir a imagem. A lente ultra wide, em conjunto com a correcção automática da distorção, disponibiliza boas imagens nas ocasiões onde for necessário aumentar a área a captar. O zoom é muito bom até às duas vezes, cumpre minimamente a 5x, mas o mesmo não se pode dizer das 10x, onde o ruído domina as imagens. No que ao vídeo diz respeito, a estabilização da imagem é eficiente para tratar das mãos mais propicias para tremer, conseguindo evitar a maioria dos solavancos na imagem. Já o zoom, sofre do mesmo mal das fotografias, recomendando-se que não passem das 5x, sendo mais seguro optar pelas 2x, ou alterarem a posição onde se encontrarem a filmar.

Apreciação final


Não sendo um smartphone perfeito, o Xiaomi 12 consegue exibir-se a um excelente nível na maioria das situações, com excepção da autonomia, onde se fica por uns medianos 12 valores, com a bateria a ser suficiente para um dia de utilização. O processador é o melhor disponível à altura do desenvolvimento do equipamento, o ecrã com taxa de actualização de 120Hz, tem a fluidez que se espera num smartphone de topo e o armazenamento acompanha o nível de desempenho do conjunto, sem destoar. As câmaras surgem em bom nível, mesmo nas zonas pouco iluminadas, havendo apenas que contar com as limitações do zoom e uma tendência para puxar pelo brilho da imagem.
A MIUI surge bem organizada, se bem que com aplicações e funcionalidades que poderiam ser opcionais aquando da configuração inicial, deixando ao utilizador a responsabilidade de escolher o que pretende utilizar, ao invés de encher o smartphone com bloatware que nunca será utilizado. Ainda a rever, o aspecto gráfico que não acompanhou a evolução do Android 12, com o design da MIUI a prevalecer.

Com um preço na casa dos 700€ (mas sendo possível encontrá-lo a 620€), o Xiaomi 12 bate-se sem receios com as ofertas da concorrência, perdendo algumas batalhas, ganhando outras, sendo uma das melhores opções, para quem procura um equipamento capaz de apresentar um desempenho de topo, não tendo a autonomia como um requisito essencial, saindo desta analise com um distinto “QUENTE”



Xiaomi 12

Quente


Prós
  • Qualidade de construção
  • Design e formato “compacto”


Contras
  • Autonomia
  • MIUI a necessitar de uma actualização de design

Xiaomi 12
Quente (4/5)

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