A China vai proibir a circulação de Teslas na cidade de Beidaihe durante a realização de um encontro dos membros do partido.
Depois de já ter proibido os Teslas em bases militares e outras instalações secretas, a China volta a demonstrar os receios das capacidades dos carros modernos quanto à sua potencial aplicação para vigilância e espionagem. A maioria dos carros actuais, especialmente os que estão equipados com sistemas de assistência à condução, contam com inúmeras câmaras e sensores, que não só é indispensável para a sua função como também podem servir como verdadeiros espiões sobre rodas.
Mesmo sem acesso às câmaras, os simples dados de localização podem revelar padrões e localizações importantes - como aconteceu no caso dos dados do Strava, onde as corridas dos utilizadores revelavam bases militares. Um carro com câmaras torna-se num elemento bastante mais capaz, especialmente tendo em conta que muitos deles contam com cobertura a 360º.
Esta preocupação da China é legítima, sabendo-se que qualquer empresa privada estará obrigada a cumprir com as leis do país, e facilmente se imagina que uma agência de inteligência pudesse exigir os dados recolhidos de veículos que circularam em determinado local, ou conduzidos por determinada pessoas. Importa é relembrar que o mesmo não se limita aos automóveis norte-americanos ou chineses (estes últimos estando a fazer uma forte campanha de expansão no ocidente), e também se aplicará aos automóveis europeus.
Não será descabido que, daqui por mais uns anos, para além das câmaras de vigilância fixas, as autoridades começarem a pedir o acesso a potenciais imagens captadas pelos automóveis em determinado local a determinada hora. Leve-se estas capacidades ao limite (com ajuda das tecnologias 5G e petabytes de armazenamento de dados), e poderemos ter um Street View capaz de mostrar qualquer local ao alcance da câmara num automóvel, de múltiplas perspectivas, em qualquer momento.
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A ironia dos políticos chineses quererem saber de tudo e de todos, tendo centenas de milhares, talvez milhões de câmaras pelo país, um sistema que atribui pontos sociais a cada pessoa, mas não quererem ser eles mesmos vigiados por eventuais TESLAS com os quais se cruzem... se não é irónico não sei o que é.
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