2022/08/09

A internet nas férias - ou a saga de ter 5G no Algarve

As férias deste ano estão a ser uma aventura inesperada, fazendo-me regressar à pré-história dos dados móveis e do acesso à internet.

Faço parte do número grupo de portugueses para quem, nas férias de Verão, é tradição rumar a sul para o Algarve. Mas este ano, inesperadamente, deparei-me com problemas que não imaginava que pudessem acontecer nesta altura - ou, por outro lado, podem ser apenas aquilo que normalmente designamos por retrato do "país real".

Quem por aqui passa há algum tempo saberá que, ao longo dos mais de 14 anos do Aberto até de Madrugada, nunca deixei de fazer publicações todos os dias (e já lá vão mais de 14 anos). É algo que acaba por ser mais difícil do que possam imaginar, especialmente quando se consideram coisas como, viagens ao estrangeiro, falhas no serviço de internet, doenças, ou como no caso que serve de tema hoje: as férias.

Noutros tempos, era indispensável escolher um destino que assegurasse uma ligação WiFi. Mas posteriormente, a única preocupação que tinha era a de ter dados móveis suficientes para aguentarem a manutenção do AadM (e família de blogs) durante o período de férias. Este ano, com a oferta das semanas de dados ilimitados, foi algo que nem sequer me fez pensar no assunto. Mal sabia eu o que estava para vir...

Chegado ao destino, passo pelo sofrível ritual de ligar ao WiFi do hotel. Um ritual que daqueles que obriga a passar por um portal, com registo obrigatório, e com aceitação obrigatória de aceitar uma infinita quantidade de spam (valha-nos os emails temporários). Triste, mas nada de novo. Infelizmente, depois de todo esse sofrimento, descubro que a a qualidade da internet do hotel parece ter ficado parada no tempo. Com sorte, consegue chegar aos 2 Mbits, com 0.1 Mbits de upload, e isto sem contar com as inúmeras vezes em que é preciso desligar o WiFi e voltar a fazer login para a ligação ser retomada. Hotel de quatro estrelas, internet de zero estrelas.

Mas, nada de grave, pensei eu, basta dar uso à semana de dados ilimitados via 5G. Certo?
Afinal não. O tão famoso e anunciado 5G não só é uma miragem, como o próprio 4G me faz desejar que o smartphone tivesse uma antena de esticar, à moda antiga.

Embora esteja numa zona que se possa considerar "civilizada", o sinal 4G está sempre em valores mínimos, e tanto fazer estar dentro do apartamento, na varanda, na rua, virado para cada um dos pontos cardeais, e todas as demais tentativas para conseguir captar melhor sinal. O resultado prático: uma ligação de um mísero Mbps em download e upload, também com lag excessivo e falhas frequentes.

Com tudo isto, uma publicação que normalmente demoraria cinco a dez minutos a fazer passa a ser uma aventura para mais de 30 minutos, passando por uma dezena de "desliga-liga" do 4G / WiFi. E cada visita a um site obriga a ver a página a aparecer aos poucos, como nos tempos da internet com modem dialup.

Como não gosto de ser negativista, temos sempre o lado positivo: conseguimos melhor apreciar todos os fantásticos sites que usam imagens com dezenas de megabytes, e que passam despercebidos a quem tenha ligações de 100 Mbits ou mais.

9 comentários:

  1. Falta referir qual o operador móvel utilizado e a(s) zona(s).
    A adicionar a cobertura indoor é sempre mais complexa do que a cobertura outdoor. Existem zonas na AML que cobertura indoor é quase inexistente.
    No entanto da minha experiência, todos operadores móveis no Algarve, deixam muito a desejar no acesso a dados móveis e mesmo em chamadas de voz convencionais.

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  2. Muitas das antenas das operadoras de comunicações móveis nas zonas de Veraneio ficam em sobrecarga nesta altura do ano, pois estamos a falar de localidades que ficam com 2 ou 3 vezes mais população do que a que têm no resto do ano.
    Das duas uma, ou as operadores quiseram poupar no momento da instalação, ou foi feita uma má avaliação das necessidades daquela zona, mas todos nós sofremos as consequências: falhas de rede móvel e velocidades de internet móvel miseráveis

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  3. Nas zonas costeiras do Algarve, fora dos periodos de verão, a velocidade de dados móveis não é grande coisa. Não se consegue muito mais que 7 a 8Mpbs seja Meo ou Vodafone. No dias de hoje é pouco. E depois apregoam 5G..... para quê?!

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  4. A malta só se lembra dos Algarves no Verão, mas a verdade é que no resto do ano a qualidade das comunicações por lá roça o medíocre. O 5G é mais uma anedota neste país seja onde for!

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  5. Uma anedota, mas consistentemente entre as ~00H e as ~10H a velocidade do 5G multiplicava-se, o que permitia pelo menos sorrir, em vez de atirar os router moveis ao mar. Durante esse período, era a oportunidade de efectuar downloads de séries no Netflix/Amazon Prime/etc, para mais tarde consumir offline durante dia. A justificação é fácil, ter uma infraestrutura montada para picos de 3-4 meses de acesso na altura das férias, não é economicamente viável para quem fornece estes serviços, ou há outras explicações?

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  6. Como algarvio e residente pir cá desde o meu ano zero, só posso dizer isto:

    Ainda bem que vocês vêm cá, para que mais gente consiga conpreender um pouco melhor o que passamos por aqui na maioria dos restantes dias do ano.

    Não é problema exclusivamente do verão.

    O Algarve não é mesmo local de investimento estratégico por parte de quem manda neste país.

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  7. No Garrão, por exemplo, tenho que levantar a mão para conseguir abrir o email, apps ou o navegador.... Antena à moda antiga! Não penso que seja exclusivo da Vodafone!

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  8. Moro a 10km de Leiria e quase nem sinal de tlm tenho dentro de casa, tenho de ir para perto das janelas, meo

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  9. Carlos Martins, há muitos anos que uso cartões de net móvel nas férias. O indicado é mesmo experimentar a rede das três operadoras primeiro no local e depois comprar um cartão de internet ilimitada por 15 dias, cartão da melhor rede no local.

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