Worldcoin recolhe scans da íris em Portugal

Apesar de alguns países terem proibido a recolha de scans oculares, a Worldcoin continua a fazê-lo onde quer que possa, incluindo Portugal.

A Worldcoin é um projecto de criptomoeda criado por Sam Altman, o CEO da OpenAI (que recentemente foi despedido e readmitido numa questão de dias), e que se tenta destacar de todos os outros milhares de projectos de criptomoedas combinando-o com a identificação biométrica. Para isso o projecto tem andado por todo o mundo a recolher scans oculares de pessoas, com Portugal a ter sido um dos países de lançamento da fase beta, e essa recolha já chega a centros comerciais, incluindo até a menores sem acompanhamento dos pais.

Apesar do projecto assegurar que são seguidas todas as regras de privacidade, há muitos especialistas que estão "horrorizados" com o facto de se estar a permitir a recolha deste tipo de dados biométricos a uma escala global. Alguns países já proibiram a recolha de dados pela Worldcoin, sendo que também não deixará de ser algo suspeito que a própria Worldcoin diga abertamente que tem dado prioridade a países em desenvolvimento onde existe "menos burocracia". Por cá, a empresa dizia já ter superado 1% da população portuguesa no início do ano, pelo que agora, e a avaliar pelas filas nos centros comerciais, certamente terá valores bastante superiores.

Sabendo-se que a nossa CNPD é tipicamente bastante conservadora e cautelosa, seria interessante saber o que diz sobre este tipo de recolha de dados biométricos por uma empresa privada, incluindo dados de menores - que quase garantidamente não terão enquadramento legal justificativo, especialmente ao ser feito sem qualquer tipo de autorização ou consentimento dos pais.


Actualização: A CNPD ordenou a suspensão temporária da recolha de dados pela Worldcoin.