2024/01/30

Apple ameaça sair do Reino Unido se for aprovada lei de controlo das actualizações

A Apple diz que o Reino Unido quer controlar as actualizações de segurança, a nível global, para poder manter vulnerabilidades que utiliza para espiar os seus alvos.

Depois do célebre caso em que combateu o FBI nos EUA para manter as protecções de um iPhone pertencente a um alegado criminoso, a Apple volta a apresentar-se como defensora da segurança e privacidade dos utilizadores combatendo as intenções do governo britânico em assumir o controlo das actualizações de segurança.

A medida, uma vez mais apresentada com a justificação de investigar terrorismo e crimes contra crianças, exige que todas as empresas obrigadas legalmente a fornecer dados a pedido das autoridades (ou seja, todas), passem a ter que dar pré-avisos atempados sobre toda e qualquer actualização de segurança que pretendam aplicar nos seus produtos e que possam por em causa o acesso do governo britânico à dita informação. Isso por si só já seria bastante polémico, mas a medida vai mais longe, ao querer controlar não só as actualizações efectuadas no território britânico, mas a nível global. Algo que a Apple considera ser um grande grande risco de segurança e que colocaria o governo britânico na posição de controlar a segurança e privacidade dos seus utilizadores em todo o mundo.

A Apple equipara a medida a uma forma de "veto secreto" que permitiria ao governo britânico impedir ou adiar actualizações de segurança que corrigissem vulnerabilidades que estivessem a ser usadas para espiar pessoas. E chega ao ponto de ameaçar com a possível saída do mercado britânico se a medida for aprovada.

Pelo seu lado, o governo britânico tenta desvalorizar essas preocupações, dizendo que não vai impedir as actualizações de segurança mas que apenas pretender ter um aviso antecipado para poder adaptar-se às alterações efectuadas nos sistemas. Mas, sabendo-se a gravidade das falhas 0-day, até mesmo alguns dias de atraso para disponibilizar uma actualização de segurança podem ter graves repercussões na segurança dos utilizadores.

Talvez seja apenas uma questão das agências britânicas pedirem com jeitinho aos seus aliados norte-americanos para terem acesso aos métodos de espionagem pré-instalados nos produtos Apple, e fica tudo resolvido.

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