Lançada em 1989, a Nintendo Game Boy foi uma consola portátil que marcou diversas gerações, mas a sua criação esteve em risco por motivos técnicos.
Hoje em dia, estamos habituados a ter smartphones com ecrãs de alta-resolução, CPUs a funcionar a GHz, e com gigabytes de memória à disposição. Mas em 1989, a Nintendo teve que se desenrascar com um CPU Sharp LR35902 a 4.19 MHz, e 64 KB de espaço de endereçamento (8 KB para o ecrã). O seu LCD tem apenas 160 x 144 pixees, praticamente equivalente ao tamanho de um icon de uma app nos dias de hoje.
O mundo teria sido um local diferente sem a Game Boy, e isso esteve muito perto de acontecer quando o presidente da Nintendo testou os primeiros protótipos e não gostou do que viu. O ecrã LCD utilizado tinha muito pouco constraste e gerava imagens "esborratadas", mas deu-se a feliz coincidência da Sharp ter criado os ecrãs LCD STN (Super-Twisted Nematic) que permitiam um contraste bastante superior, que permitiu que o projecto avançasse.
Foram também muitas as técnicas utilizadas para poupar memória (com sistema de tiles e sprites para a gestão do que era apresentado no ecrã), e também para evitar jogos não oficiais (o código de validação dos cartuchos dos jogos formava literalmente a palavra Nintendo, permitindo que a Nintendo bloqueasse qualquer tentativa por violação da sua marca registada - como de resto ainda actualmente gosta de fazer).
Um olhar nostálgico sobre uma época onde se dava valor a cada byte de um jogo, e onde nem se imaginaria que viríamos a ter jogos com mais de 100 GB que logo no dia de lançamento obrigam a uma actualização de mais uns 80 GB.
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