A União Europeia alertou a Shein por violar leis de protecção do consumidor, acusando a empresa de exibir falsos descontos e utilizar tácticas de pressão para incentivar compras. Segundo a Rede de Cooperação para a Proteção do Consumidor da UE, os preços promocionais mostrados nem sempre correspondem ao valor anterior real dos produtos, e há prazos artificiais criados para apressar decisões de compra.
A investigação apontou também rótulos enganosos que indicam características especiais nos produtos, quando na verdade essas são exigidas por lei. A Shein é ainda acusada de apresentar informação duvidosa sobre sustentabilidade e de fornecer informações incompletas ou incorrectas sobre devoluções e reembolsos. A empresa também esconde os seus dados de contacto, dificultando o acesso ao apoio ao cliente. Desde que foi classificada como "plataforma online de muito grande dimensão" (VLOP), a Shein passou a estar sujeita às regras do Digital Services Act, que obrigam plataformas a remover bens e conteúdos ilegais e a garantir transparência em classificações e avaliações. O incumprimento pode resultar em multas de até 6% do volume de negócios global. A Shein tem agora um mês para responder às exigências da UE. A marca enfrenta igualmente dificuldades nos Estados Unidos, onde as recentes tarifas obrigaram ao aumento de preços.
Infelizmente, este tipo de práticas acaba por ser frequente em muitas lojas online (e não só), a par de outras técnicas: como a de inflaccionar produtos para preços absurdamente elevados, para de seguida voltarem ao preço normal e surgirem nas páginas de destaques como tendo os maiores descontos. Devia ser obrigatório que estas lojas exibissem o histórico de preços (num site independente externo), já que isso seria a única forma de mostrar se os consumidores estão a ser enganados ou não.
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