A Apple parece estar disposta a ir até às últimas instâncias a testar a paciência da UE no que diz respeito às exigências de abertura da App Store.
O objectivo da legislação europeia é permitir o acesso ao iOS ao mesmo estilo do que acontece no Windows e macOS, em que os developers estão livres para distribuir as suas apps como bem entenderem, e usarem os métodos de pagamento que desejarem. A Apple relutantemente deu alguns passos nesse sentido, permitindo coisas como lojas de apps alternativas, mas continuando a manter poder de decisão sobre que lojas são permitidas e, mais absurdamente, continuando a cobrar comissões sobre as apps, mesmo as apps gratuitas.
Agora, mesmo perante a ameaça de multas que podem começar a tornar-se pesadas, a táctica da Apple continua a ser a da interpretação criativa das exigências europeias, que neste novo capítulo da telenovela passa por mudar a cobrança da taxa CTF (Core Technology Fee) para uma nova taxa CTC (Core Technology Commission)!
Apple blocks auto-updates to these apps, cripples search for them, and blocks customer support and family sharing, and otherwise ensures that using these apps will be an intentionally-miserable experience for users and a commercial failure for developers.
— Tim Sweeney (@TimSweeneyEpic) June 26, 2025
Apple explaining their new tax structure for app developers: https://t.co/FbNXe5t8um pic.twitter.com/75pJAxqHmt
— Kosta Eleftheriou (@keleftheriou) June 26, 2025
Sim, poderá parecer que estamos num sketch humorístico, mas é mesmo esta a realidade em que a Apple vive e o tipo de coisa a que está disposta a fazer para manter as suas lucrativas comissões sobre o sistema iOS.Core Technology Fee
— Kosta Eleftheriou (@keleftheriou) June 27, 2025
Core Technology Commission ( <— you are here)
Platform Participation Surcharge
Digital Infrastructure Tariff
Developer Experience Optimization Levy
Ecosystem Enablement Contribution
Innovation Pipeline Toll
App Store Operational Symbiosis Adjustment
Mandatory… https://t.co/8YN9nQI9nP
Refira-se que este tipo de coisa não é exclusiva da Apple, nem das empresas norte-americanas. E basta recordar o que aconteceu quando a UE exigiu o fim do pagamento do aluguer do contador de electricidade; que levou à sua transformação na taxa de potência contratada. Resta esperar que, desta vez, a táxtica de mudar o nome das coisas não seja suficinte para contornar tecnicamente o que é exigido, e a UE demonstre que não está disposta a aturar mais palhaçadas vindas da empresa de Tim Cook, e que os developers possam distribuir as suas apps livres de total interferência da Apple ou de qualquer tipo de comissões. Refira-se ainda que a Apple está a ser alvo de medidas idênticas nos EUA, pelo que será difícil argumentar que são os "mauzões" da Europa a querer estragar-lhe a vida.


















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