Meta prepara chatbots AI para agarrar utilizadores

A Meta está a preparar bots AI que podem iniciar conversas sem serem solicitados, para manterem os utilizadores activos nas suas plataformas.

Documentos revelam que a Meta está a desenvolver chatbots personalizados com inteligência artificial que podem enviar mensagens sem que o utilizador as peça. O objectivo é manter conversas mais longas e aumentar o envolvimento dos utilizadores, mantendo-os activos nas suas plataformas por mais tempo.

Conhecido internamente como "Project Omni", os chatbots são treinados para recordar conversas anteriores e personalizar as respostas com base nesse histórico, permitindo que sejam mais úteis e "humanos". A Meta diz que há certos requisitos que têm que ser cumpridos, como o utilizador ter interagido pelo menos cinco vezes com o mesmo bot nos últimos 14 dias, e o contacto só pode ocorrer até 14 dias após a última mensagem do utilizador. Estes bots podem ter vários papéis, desde chefes de cozinha até conselheiros de moda ou personagens fictícias, podendo ser usados por criadores de conteúdos e influenciadores para interagir com fãs. A Meta diz que os bots nunca iniciarão uma conversa completamente nova, apenas dando seguimento a conversas após a conversa ter sido iniciada pelo utilizador.

A Meta tenta justificar esta iniciativa como uma forma de combater o que Mark Zuckerberg apelida de "epidemia de solidão", mas basta olhar para trás para ver todas as demais coisas que a Meta tem feito - desde sempre - para tentar manter os utilizadores o mais "agarrados" possíveis às suas plataformas. São insistentes as notificações do Facebook a pedinchar que um utilizador volte a abrir a app ("veja as suas memórias", "veja o que o seu amigo publicou", etc.), e, de forma que considero ainda mais abusiva, os emails com "actualizações" do Instagram deixaram de ser enviados com o nome do "Instagram" como remetente, agora usando o nome dos amigos, como forma de tentar obter a atenção dos "alvos".

Nisto dos bots, a Meta segue apenas o exemplo já bem sucedido das plataformas de encontros, que há muito descobriram que podiam facturar muito mais ao criar bots para manter os clientes pagantes entretidos...