O fundador e ex-CEO da Waymo não considera que a Tesla deva chamar ao seu serviço "robotaxi" enquanto ainda mantiver um operador de segurança a bordo.
A Tesla lançou o seu serviço Robotaxi na zona da Baía de São Francisco, mas nem todos ficaram convencidos. John Krafcik, ex-CEO da Waymo e figura central no desenvolvimento de veículos autónomos, não poupou críticas à estreia. O argumento é directo: se ainda há um funcionário da Tesla dentro do carro, então não se pode chamar robotaxi.
O serviço tem sido imensamente promovido por Elon Musk e o seu exército de seguidores, que não poupam comparações com a Waymo e de que o "Robotaxi" se tem expandido de forma muito mais rápida - embora por agora conte ainda com um número bastante limitado de veículos. No entanto, devido a restrições legais, é obrigatório ter um "condutor de segurança" ao volante na Califórnia. No Texas, onde a legislação é mais flexível, esse funcionário pode sentar-se no banco do passageiro, que também tem servido para passar a ideia de que "não está a fazer nada". Para Krafcik, este detalhe invalida a ideia de autonomia total, chegando mesmo a ironizar que a Tesla apenas "recriou a experiência de andar num Uber" em vez de apresentar verdadeira inovação.
A questão centra-se na definição de condução autónoma. De acordo com a SAE, apenas veículos que operam em Nível 4 ou 5, em que o carro assume todas as tarefas de condução sem intervenção humana, podem ser considerados totalmente autónomos. A Tesla ainda não recebeu autorização para testar ou operar acima do Nível 2 ou 3 na Califórnia, o que levanta dúvidas sobre a legitimidade do nome "Robotaxi".
Krafcik recordou ainda o percurso da Waymo. Em 2017, quando lançou um programa piloto no Arizona com condutores de segurança, a empresa evitou usar qualquer termo que criasse uma falsa ilusão de autonomia. Hoje, a Waymo já opera serviços totalmente autónomos em várias cidades nos EUA com uma frota de mais de 1.500 veículos. Para Krafcik, a Tesla deveria simplesmente adoptar uma abordagem mais transparente em vez de se focar no constante exagero das capacidades actuais. Relembre-se que, apesar da constante insistência do modo "FSD" (Supervisionado), a empresa de Elon Musk continua sem cumprir as promessas feitas há mais de meia década, ao ponto de ter agora ter que enfrentar múltiplos processos de clientes que nunca receberam aquilo por que pagaram.
2025/08/20
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