2025/09/12

Apple lança carregador de 40W "dinâmico" que chega aos 60W

A Apple lançou um novo carregador que se arrisca a gerar confusão, por indicar que é de 40W mas chegando aos 60W de pico.

A Apple já é bem conhecida por querer redefinir coisas existentes só "porque sim". A Apple não usa reconhecimento de impressões digitais, tem o "Touch ID", nem reconhecimento facial 3D, mas sim o seu "Face ID". Nem sequer o botão da câmara é um botão, mas sim o "Camera Control"; e o seu botão programável é o "Action Button". Nos ecrãs não temos um ecrã de 120 Hz, mas sim um ecrã "ProMotion".

Ora, agora as coisas complicam-se um pouco mais, pois não é apenas uma designação artística mas sim uma manobra com números concretos, no seu carregador "40W Dynamic Power Adapter with 60W Max".
Tradicionalmente, vemos os carregadores indicarem a potência máxima que suportam, e ponto final. Mas desta vez a Apple quis ser mais habilidosa, e lança um carregador que suporta 40W de carga contínua, mas que pode chegar aos 60W de pico durante períodos mais curtos.

A Apple diz que assim pode tirar o máximo partido dos sistemas de carregamento rápido que possam receber maior potência durante a fase inicial, mantendo o tamanho compacto de um carregador de 40W face a um carregador de 60W tradicional. Uma explicação que é legítima, mas que vem com um pequeno problema. Com a Apple a usar esta "artimanha", não será surpresa que muitos fabricantes copiem a táctica, sendo uma questão de tempo até comecem a chegar os inevitáveis exageros. Em breve arriscamos-nos a ver carregadores "dinâmicos" de 20W com pico anunciado de 120W que só pode ser mantido por poucos instantes; podendo levar à criação de novos sistemas complexos para tentar descrever o tempo que suportam de carregamento de pico - tudo isso algo que seria facilmente evitável se mantivessem as coisas como são: indicando a potência suportada de forma contínua!

De certa forma, a Apple poderá ser culpada por trazer para os carregadores o mesmo tipo de palhaçada que se assiste nas colunas de som, em que frequentemente vemos fabricantes a anunciar potências desmesuradas de pico face à dimensão dos altofalantes, e acabou por fazer valer a designação dos Watts "RMS" para se saber a potência real. Nos projectores de baixo custo também é frequente vermos anunciadas luminosidades disparatadas, fazendo com que só se deva acreditar nas especificações certificadas como os lumens ISO.

2 comentários:

  1. Ainda bem que desistiram do carro. Imaginem-se os "km's dinâmicos" que seriam anunciados face à realidade...
    Fica novamente provado que a marca sabe bem que tipo de público atinge (a maioria analfabetos digitais super influenciados) ao se permitir continuar com estas anedoticas novidades.

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  2. realmente, complicar algo simples ..isso ate deveria ser regulamentado por entidades competentes.. como fazem com a eficiência energética..

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