2016/02/11

Análise ao BQ X5 com Cyanogen

A BQ é uma empresa que nos tem surpreendido pela abrangência das suas apostas, que vai das impressoras 3D aos smartphones e tablets que não só incluem Android como também Ubuntu, Android One, e - para o caso que nos traz aqui hoje - Cyanogen. O Luis Costa esteve com um X5 com Cyanogen e conta-nos que tal correu a experiência.


A BQ tem efectuado uma aposta abrangente, com incursões em várias frentes, desde o Ubuntu ao Android One. A empresa espanhola tem procurado desta forma investir em diferentes plataformas, tentando obter o melhor de cada uma delas. Pairava no ar a possibilidade de a BQ se associar à Cyanogen. Esta era uma ideia que agradava a um largo espectro de utilizadores, que viam nesta opção a possibilidade de ter acesso a uma distribuição do Android altamente apetecível, com um ciclo de actualizações mais rápido e espera-se que garantido.


O BQ X5


O BQ X5 foi apresentado no final de 2015, e representou um marco muito importante para a BQ. Para além do software, a BQ apostou também na construção, com a passagem do policarbonato para o corpo em metal, mais precisamente em alumínio anodizado. Numa altura em que grande parte da concorrência de "linha branca" vinda do Oriente já aposta em equipamentos com construção em metal, era premente que a BQ também procedesse a esta alteração, por forma a acompanhar aquilo que os grandes players já apresentam.


Em termos de hardware, a BQ apostou mais uma vez num conjunto sólido de especificações, facto que é imagem da marca. Em vez de entrar numa corrida por núcleos (cores) ou MHz, a BQ opta por escolher hardware que garanta um bom compromisso em termos de autonomia e desempenho.

O X5 tem um processador Qualcomm Snapdragon 412 acompanhado de 2GB de RAM, o mínimo exigido a um equipamento deste segmento nos tempos que correm. O ecrã de 5" HD é talvez o ponto que poderia ter recebido um upgrade para o FullHD, mas a BQ não deve ter querido aproximar-se da fasquia dos 300€. De referir que a BQ mantém a aposta na tecnologia Quantum Color + para uma gama mais alargada de cores e utiliza a protecção Dragontrail em lugar do Gorilla Glass, a qual promete maior resistência aos riscos.

As câmaras ficam a cargo de um sensor IMX 214 de 13MP da Sony para a traseira e 5MP para a frontal, que tem a particularidade de ter um flash, algo que não é muito normal. É portanto uma boa notícia para os fãs das selfies, que também podem contar com uma abertura ƒ/2.0. Dos 16GB de armazenamento, o utilizador fica com 11,8GB disponíveis, que podem ser expandidos através de um cartão microSD. Tem capacidade para dois cartões nanoSIM 4G em simultâneo, pois o slot do cartão microSD é independente, encontrando-se do lado oposto, junto aos botões de volume e power. A bateria de 2900mAh, tem muito sumo para garantir uma boa autonomia.

Ainda a referir a existência de um led de notificações na parte frontal e a disponibilização de rádio FM, funcionalidade que curiosamente continua a ter bastantes interessados.


A construção tem uma excelente qualidade. O corpo de uma peça em metal tem rebordos chanfrados que permitem um toque agradável e um perfeito encaixe na mão. Naturalmente que as dimensões do equipamento também ajudam a que o X5 seja facilmente utilizado com apenas uma mão.

Uma palavra ainda para a traseira, que tem um tratamento oleofóbico que lhe permite, pura e simplesmente, manter um aspecto limpo, sem dedadas.



No vídeo de unboxing, além de uma vista geral do equipamento podem verificar a eficácia da resistência às dedadas.


O CyanogenOS



Logo no primeiro arranque o utilizador é convidado a criar uma conta para gerir o seu equipamento e aceder aos serviços que a Cyanogen disponibiliza. Se não gostarem do tema instalado, podem recorrer à loja para trocar por outro mais ao vosso gosto. O launcher disponibilizado tem uma organização vertical com ordenação alfabética, para um acesso simplificado.

Em termos de design, o CyanogenOS não foge muito ao Android puro, aliás, esse nunca foi um objectivo da Cyanogen, que sempre procurou acrescentar valor através da adição de novas funcionalidades. Neste campo destaca-se a possibilidade de configurar inúmeros aspectos ao gosto do utilizador, como o bloquear de aplicações, ordenar o menu de atalhos rápido ou alterar a dimensão do ecrã de bloqueio. No caso da utilização de um PIN, os números são ordenados aleatoriamente, eliminando assim a possibilidade de adivinhar um código através das impressões no ecrã.

O LiveDisplay é outra das funcionalidades que merece destaque. A temperatura da cor é ajustada em função da hora do dia, permitindo ter um ajustamento gradual, chegando à noite com um nível de azul mais reduzido para uma melhor noite de sono.

A câmara



A aplicação que a Cyanogen disponibiliza é bastante simples, não tendo muitas das opções que já começam a ser habituais nas propostas de outras marcas. A solução passa por utilizarem uma outra app disponível no Google Play, e o que não faltam são boas alternativas.




Com pouca luz, já se sabe, não há milagres. Com boa iluminação os resultados são satisfatórios, mas sem deslumbrar. As cores aparecem demasiado puxadas, com uma intensidade que foge à cor natural.
Em termos de focagem a curta distância, e quando na presença de muitos objectos, a câmara teve dificuldade em obter o ponto de focagem pretendido.


Desempenho



Uma das vantagens do CyanogenOS é (ainda..) não vir carregado de bloatware e este facto só contribui para um melhor desempenho do equipamento. O Snapdragon 412 está longe de ser um processador extremamente poderoso (para isso a Qualcomm tem outras propostas como o "escaldante" 810 e o novo 820), mas é uma unidade de processamento bastante competente, capaz de alimentar todas as solicitações sem grandes sobressaltos.

O facto de ter 2GB de RAM e o ecrã ser apenas HD também contribui para um desempenho sem paragens, como se deseja. Corre todos os jogos, sendo que os mais pesados levam mais tempo a carregar. Nada que não fosse esperado. Em termos de autonomia, como todo o conjunto é bastante equilibrado, o utilizador não terá dificuldades em ter um dia de utilização sem compromissos.



Apreciação final



O Aquaris X5 é a mais recente incursão da BQ no campo dos sistemas operativos para equipamentos móveis. A empresa espanhola tem procurado investir em diferentes campos, sendo que esta parceira com a Cyanogen pode ser a mais proveitosa de todas e para todas as partes, empresa e clientes.

Ao apostar num sistema operativo com provas dadas, a BQ pode dispensar a parte de desenvolvimento de novas soluções de software, concentrando os seus esforços em outras áreas como o projecto e certificação. Ao acelerar estas duas áreas, conseguirá colocar mais rapidamente no mercado equipamentos com hardware mais actualizado e de acordo com todos os regulamentos europeus.

Este X5 é um equipamento bastante equilibrado, onde somente a câmara traseira ficou aquém do esperado. Tem um desempenho sem sobressaltos e um toque bastante interessante, que representa uma grande evolução face ao anterior design da marca. Pode ser uma boa base de trabalho para um equipamento de gama alta.

Está disponível no mercado por um PVP de 239,90€ e pode ser adquirido na loja online da marca. Outra vantagem que não pode ficar esquecida, é o facto de ter 5 anos de garantia.




BQ Aquaris X5


Prós
  • CyanogenOS
  • Corpo em metal
  • Traseira com tratamento anti-dedadas
  • 5 anos de garantia
Contras
  • Prestação da câmara traseira
  • Ecrã HD começa a ficar curto

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