2017/01/21

Satélites Galileo estão a perder os relógios


O sistema de "GPS" Europeu Galileo anunciou finalmente que estava pronto para entrar em funcionamento no mês passado, mas nem um mês passou e já começam a surgir problemas complicados e misteriosos a bordo dos satélites: com os imprescindíveis relógios a deixarem de funcionar.

O sistema de geolocalização Galileo, tal como o GPS norte-americano, depende da existência de relógios ultra-precisos a bordo, que permitem aos dispositivos em terra detectar o reduzido desfasamento entre eles (devido às diferentes distâncias que as transmissões têm que percorrer) para determinar a posição no solo. Pelo que, sem relógio, não há sistema.

O problema é que os relógios dos satélites Galileo já em órbita têm parado a um nível assustador. Entre os 18 satélites já lançados, há já 9 relógios que deixaram de funcionar (sendo que um deles parece ter sido reactivado remotamente pelos técnicos). Mesmo considerando que cada satélite está equipado com quatro relógios (dois de rubidium, dois de masers de hidrogénio) precisamente para efeitos de redundância em caso de problemas, não serão suficientes para lidar com relógios a falhar a esta frequência - e um dos satélites já está precisamente reduzido a apenas dois relógios.

A ESA continua a tentar perceber o que estará a causar este problema, mas fica na ingrata situação de ter que optar entre suspender o lançamento de mais satélites (e adiar ainda mais o já muito atrasado programa Galileo), ou arriscar lançar satélites, que melhorariam o funcionamento da rede... mas arriscando-se a que o problema possa continuar a alastrar-se e inutilizar todo o sistema Galileo a curto/médio prazo.

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