2012/10/11

Anti Virus Falsos e a Ilusão da Segurança


A questão da segurança informática é algo a que ninguém pode actualmente ficar indiferente. Com cada vez mais pessoas a usarem os seus computadores para fazerem compras online, aceder aos bancos, e a muitos outros serviços - o potencial destrutivo que um virus que se apodere dos nossos dados é... imenso.

Muitos argumentam - e com razão, direi eu - de que é insustentável ter supostos "anti-virus" que diariamente se vão tornando mais e mais volumosos, adicionando novos métodos de detecção e assinaturas de virus e malware que poderão, algum dia, por algum motivo, chegar ao nosso PC. Não seria mais simples ter precisamente o inverso, de um sistema de "white-listing" onde apenas se validasse precisamente os programas que queremos correr - uma só vez - em vez de continuamente pesquisar pelos "milhões" de coisas que não queremos?

Mas, isso é algo que se torna secundário quando nos deparamos com casos como este:



Uma empresa foi processada em 163 milhões de dólares, por ter iludido 1 milhão de utilizadores fazendo-os pensar que os seus computadores estavam infectados com malware.

Ou seja... como se não fosse suficiente estar-se preocupado em manter o computador livre de virus e malware; agora (e não é só de agora!) temos também que estar preocupados com aquelas empresas que usam este receio como porta de entrada para os seus produtos... mesmo quando para isso têm que "mentir um bocadinho".

Estas empresas criam produtos que alertam os utilizadores de que os seus computadores estão em risco e que terão sido encontrados virus e malware instalados; e sugerindo a compra do seu software de protecção anti-virus que... na realidade nada faz. É a verdadeira banha-da-cobra em versão digital, que nos relembra que a liberdade na internet faz com que seja terreno fértil para todo o tipo de esquemas e logros que tentam apanhar os mais desprevenidos (e com 1 milhão de utilizadores afectados neste caso, já se vê que não faltam desprevenidos por este planeta fora).

Escusado será dizer que não deverão clicar em qualquer popup ou banner que vos apareça a piscar no vosso browser a dizer que o vosso PC está infectado! Certo?


Será arriscado dizer até que ponto é que também uma empresa supostamente credível não poderá estar a fazer coisas idênticas a estas empresas fraudulentes - e isso faz com que, no final, por mais sistemas que se inventem, tudo se resume a uma simples coisa que precede em muito todos os computadores e sistemas informáticos: a confiança.


Confiam no fabricante do anti-virus que diz que o seu produto faz o que é descrito? Confiam na "app store" que vos diz que as Apps lá existentes são seguras? Confiam no developer que criou a App e estão dispostos a executá-la no vosso smartphone ou computador? Ou, se começarmos pelo início: confiam no fabricante que fez o equipamento, os seus componentes, o seu sustema operativo?

Isso é que vai determinar sempre a verdadeira segurança de qualquer equipamento... e para que saibam responder adequadamente, tal como em tudo o resto, há que estar informado e educado - e, para quem não se quiser ficar pela informação, ter acesso a ferramentas que permitam averiguar se cada um dos componentes "suspeitos" efectivamente se comporta tal como será esperado, e sem surpresas escondidas.

1 comentário:

  1. Eu tenho um anti-virus que até agora, e mesmo nestas épocas conturbadas, nunca me falhou.
    Xubuntu!

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