A notícia de que o PasswordBox (um serviço de gestão de passwords) comprou o Legacy Locker (um serviço de "heranças digitais") veio bem a propósito de um tema que se esteve a discutir recentemente na nossa mailing list: qual a melhor forma de lidar com todos os nossos dados digitais... quando morrermos?
A grande maioria das pessoas tem uma reacção/relação algo adversa assim que se menciona a palavra "morte". Mas, goste-se ou não, é algo natural e inevitável (pelo menos por enquanto), e que mais tarde ou mais cedo terá que ser encarada. Aliás... se forem utilizadores dos serviços do Google, um dos primeiros passos será activarem o serviço do Inactive Account Manager. A experiência de escrever um email que será entregue aos nossos contactos de confiança em caso da nossa morte (detectada através de um período de inactividade de 3, 6, 9 ou 12 meses) é algo... inspirador.
A verdade é que temos cada vez mais "bens digitais", que podem ir desde simples contas online com acesso a música, jogos, etc. até dinheiro digital - como os bitcoins. Já imaginaram o que seria deixar tudo isso perdido num limbo digital caso morram subitamente, e em que os vossos familiares nem saibam o que tinham; ou igualmente frustrante, saberem que o que vocês tinham, mas não terem forma de chegar até eles por não saberem as vossas passwords, chaves de encriptação, etc. etc. E isso pode ser algo tão básico e imediato como... nem sequer conseguirem entrar no vosso computador/smartphone/tablet por não saberem a password/PIN/gesto de segurança.
Não há formas 100% perfeitas de lidarem com esta situação, e métodos tradicionais como "os testamentos" tornam-se pouco adequados face à volatilidade dos dados digitais - aquilo que disserem hoje poderá nada ter a ver com a vossa realidade digital daqui por alguns meses; para não falar que as boas práticas de segurança recomendam a mudança de password a intervalos de tempo regulares. Colar um autocolante na parte de baixo do portátil ou teclado também não será muito recomendável... sob pena de facilitar o trabalho a algum ladrão que os roube.
... O mais importante será talvez estarem consciencializados para esta questão, para que arranjem o vosso próprio método de lidar com a eventualidade de um dia saírem de casa e não mais regressarem, e do que desejam que seja feito com os vossos pertences digitais.
Se por acaso já usam algum método para salvaguardar esta situação, deixem a sugestão nos comentários.
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