2013/12/25

Iron Maiden usaram pirataria... para saber onde dar concertos


A partilha é algo que está enraizado desde sempre na cultura digital. Já no tempo dos vagarosos modems de 9600 bauds muitas BBS cresceram à custa do software que disponibilizam; os CDs tiveram igual crescimento com os "warez" - compilações de programas que eram coleccionados e partilhados entre todos - e com a internet... o mesmo tem acontecido. Há quem encare a partilha de conteúdos como sendo o maior inimigo dos criadores (ou, melhor dizendo: dos lucros), mas felizmente há quem também olhe para ela de uma forma bem mais saudável e natural.

Os Iron Maiden são uma banda que já vai a caminho dos 40 anos, mas continua a ser uma das que continuamente permanece no top das músicas mais vendidas. Uma empresa de análise de mercado reparou que a banda tinha uma grande legião de seguidores nos países da América Latina, e também do "diabólico" tráfego de BitTorrents usado para as partilhas. Em muitos casos, isso daria direito a queixas mediáticas (ou até ameaça de sanções económicas - como as que os EUA fez a Espanha por não criminalizar os downloads que eles consideram ilegais), mas para os Iron Maiden isso foi visto como uma oportunidade.


Actualização: infelizmente, parece que a notícia original tomou a liberdade para assumir algumas coisas que estavam incorrectas. Afinal os Iron Maiden não usaram directamente os dados sobre as estatísticas da pirataria das suas músicas (embora o resultado final tenha sido "coincidente").


A banda agendou concertos para estes países (uma destas tournées ficou registada no documentário Flight 666) e o resultado foi o que se esperava: só no concerto dado em São Paulo a banda ganhou mais de $2.5 milhões em bilhetes e venda de merchandising) - e nos meses que se seguiram somaram mais alguns milhões de seguidores nas redes sociais.

É certo que cada caso é um caso, e isto que foi feito pelos Iron Maiden não seria possível em muitos outros casos de autores que vêem os seus conteúdos pirateados na internet. Mas, sempre será mais um exemplo a considerar... de que se calhar não será pior olhar para os focos de pirataria como uma oportunidade em potencial em vez de inimigos a abater.

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