2014/03/18

Análise ao Sony Vaio MultiFlip

O nosso incansável Luis Costa passa a vida em movimento e divide a sua atenção entre tablets e portáteis. Desta vez teve a oportunidade de testar um equipamento que pretende ser um dois-em-um, e diz-nos o que achou deste Sony Vaio Multiplip transformável.


A Sony, surpreendentemente (pelo menos para mim) decidiu vender o seu negócio de PCs. A marca Vaio é um nome icónico e incontornável no mundo dos portáteis, um pouco à imagem do que a Apple consegue com os seus produtos. Comprei vários portáteis, mas por uma razão ou por outra (€€€), nunca me cheguei aos Vaios - isto para lá da vitrina de exposição, entenda-se.



Nos eventos que a Sony tem realizado, tenho assistido à apresentação de portáteis/ultrabooks muito interessantes. Vaio Pro, Duo e Tap, diferentes propostas para responder às necessidades de um vasto leque de clientes. É certo que a Sony tem conseguido algum destaque na área mobile, os tempos são também de mudança, mas será isso suficiente para deixar cair algo como os Vaio?

Independentemente desta venda, os Vaio continuam no mercado. Por isso mesmo, faz todo sentido verificar como se comporta este MultiFlip.

O Vaio MultiFlip


Este portátil enquadra-se no grupo dos ultrabooks, e fruto do seu mecanismo transformista, pode ser também um (grande) tablet. Com 1.31Kg e 325,4x14,3 -17,9x223,4mm (frente/altura,profundidade) não é propriamente um peso pluma, mas transporta-se com facilidade numa mochila. Foi meu companheiro de viagem durante umas semanas e posso-vos dizer que não sentia grande diferença este ultrabook e o Nexus 10 (embora o primeiro pese mais do dobro do segundo).


A reduzida altura tem o seu preço, mas mesmo assim temos um jack 3,5mm, uma porta HDMI e duas USB 3.0, e um leitor de cartões.


O MultiFlip tem 4 tamanhos de ecrã, mas em Portugal apenas são comercializadas as versões de 13,3" e 15,5". A distinguir estes dois modelos, o facto de as 13" terem uma câmara traseira de 8MP e virem acompanhadas de uma caneta (digitizer), enquanto que o modelo de 15 polegadas perde estes dois itens, mas "ganha" uma gráfica dedicada e um disco híbrido de 1TB+ 16GB NAND.

A destacar ainda a ligação NFC que permite interagir com outros equipamentos que tenham a mesma tecnologia e o teclado retro-iluminado que muito jeito dá em zonas de fraca iluminação. Tem como autonomia anunciada, 6 horas.


O corpo do portátil é feito em alumínio escovado, o que dá uma solidez confortável ao conjunto, sendo ao mesmo tempo suficientemente leve.


Uma das vantagens deste ultrabook é o facto de poder funcionar como tablet. É por aqui que vou começar.
Um tablet de 13" não é claramente um expoente de mobilidade. É uma máquina para ser utilizada sobre algo, seja uma mesa ou até mesmo as pernas do utilizador.
É neste formato que a interface do Windows 8 faz mais sentido. O Internet Explorer em "modo Metro" tem vantagem sobre o Chrome, que só consegue tirar partido do toque na sua versão Canary.
A caneta pode constituir-se como um precioso auxiliar.


O ecrã de grande dimensão e elevada resolução em combinação com a referida caneta foi particularmente útil para consultar páginas e para editar e corrigir os artigos no blogger.


 O sistema de fixação do ecrã é constituído por dois mecanismos, um mecânico e outro magnético.


Para rodar o ecrã basta seguir as indicações apresentadas num autocolante que está colado no canto inferior direito.
Em primeiro lugar coloca-se o botão de bloqueio na posição desbloqueado. Depois há apenas que vencer a força dos imanes. Para isso, ou se utiliza uma mão de cada lado do ecrã (esquerda e direita) ou em alternativa, só de um lado, mas sempre com a mão a dar apoio na parte traseira do ecrã.  Depois de duas ou três tentativas, está dominado o processo.


Inicialmente pensei que o mecanismo fosse frágil, e por isso mesmo desaconselhada a utilização frequente, mas após uma análise mais cuidada e desde que se tenha atenção ao rodar o ecrã, é coisa para não dar problemas ao utilizador. Resumindo, cumpre como tablet, mas o Windows (e as aplicações) ainda tem que melhorar bastante neste aspecto.

O ecrã é de qualidade superior, com cores intensas. Um prazer à vista. A resolução, FullHD aliada às 13" permite trabalhar (sem esforço) dois documentos em simultâneo.


O touchpad de grandes dimensões acaba por completar a menor utilidade do toque, devido à distância a que este se encontra, tornando-se pouco prático esticar o braço. O método tradicional (rato) é mais prático.
Temos vários gestos à disposição, facilitando a navegação. Há diversos parâmetros para configurar, permitindo adequar o touchpad às necessidades do utilizador.
A sensibilidade talvez seja um maior do que o desejável. Várias vezes simulava um duplo toque involuntário, e nem a alteração para menor sensibilidade resolveu este aspecto. A solução foi passar a ter atenção a onde andam os dedos :)


O teclado, retro-iluminado é espaçoso, e de curso curto. Tive alguns problemas com a tecla de espaços e o apagar. Se não fossem pressionadas junto ao centro da tecla, havia vezes que não funcionavam. É possível que esta situação se deva a maus tratos que esta unidade de testes tenha sofrido, pois todas as outras teclas funcionaram sempre sem problemas.

O SSD, ao invés da memória que já apresenta uns simpáticos 8GB, estava limitado a 128GB. Existe um modelo com 256GB, com o natural incremento no preço final.
Os testes efectuados revelaram um SSD com boa velocidade de leitura, mas quando em escrita, os valores obtidos ficam aquém do que outras unidades de topo conseguem obter.

O CPU, um Intel i5-4200U, para navegação na internet, edição de documentos, ou visualização de vídeos portou-se à altura do que se exige a um equipamento desta categoria.
Na parte que diz respeito aos jogos, a conversa, ainda é outra. FPS recentes, é para esquecer. Para isso, devem adquirir outro tipo de equipamento, ou em alternativa a versão de 15" deste MultiFlip.
A ventoinha, embora relativamente silenciosa, acabava por se fazer sentir com alguma frequência, principalmente quando se puxava pelo browser. Nada de mais, é que faz estar "bem" habituado aos tablets.

Como aspectos menos conseguidos, tenho de salientar o sistema de abertura (levantar o ecrã) e a ficha do carregador. Enquanto que o sistema de rotação do ecrã está bem conseguido, o levantar do ecrã tem claramente nota negativa.


Seria supostamente a pequena saliência que se apresenta na imagem em cima a facilitar a abertura. A questão é que mesmo conseguindo fazer força nesta última, nunca é suficiente para garantir a abertura. A forma mais fácil de o conseguir para por colocar o ultrabook a ~45º (apoiado numa superfície) e com as mãos fazer força, no ecrã para cima, no teclado para baixo, apenas o suficiente para se poder que depois se proceda à abertura "normal".


A ficha do carregador até foi bem pensada. Quantas vezes já viram um equipamento a voar porque alguém tropeçou no cabo de alimentação? A ficha cumpre exemplarmente esta função. Se alguém puxar o cabo, esta solta-se. O problema é que o sistema de fixação da ficha é demasiado sensível e esta acaba por se soltar ao mínimo toque no cabo, ou até mesmo movimento do ultrabook. Se por um lado a ficha tem este aspecto menos positivo, o carregador, com uma porta USB, para além de permitir ligar adaptadores de rede ou IR, pode servir também para carregar um smartphone ou um tablet.


Software

As marcas teimam em injectar paletes de aplicações nos seus equipamentos, sendo muitas delas de utilidade questionável. A Sony, não é excepção neste campo... Há aplicações que parecem duplicar funcionalidades, ficando o utilizador algo perdido no meio de tantas opções. Como não podia deixar de ser, actualizei o firmware, e aproveitei o balanço para instalar a actualização do Windows (8.1).


Curiosamente, após esta instalação comecei a ter problemas com a ligação sem fios. Depois de muitas experiências, a solução do problema passou por voltar ao driver anterior.

Além da suite de ferramentas, este portátil faz-se acompanhar de uma mão cheia de aplicações. Destaco as apresentadas em cima, as quais em conjunto com a caneta permitem efectuar algumas tarefas de edição de imagem de forma bastante simplificada.


Este sim, é um conjunto de ferramentas de elevado valor, facilitando a vida a quem tenha de tratar imagens. A função de selecção de uma parte específica da imagem para recorte e posterior colagem é fantástica.




Apreciação final

Os ultrabooks são inegavelmente (ainda) um objecto de luxo, que não está ao alcance de todas as carteiras. Com um peso reduzido e uma espessura que nos faz pensar onde é que conseguiram enfiar tanta coisa, conseguem atrair as atenções dos utilizadores.

A Sony, procurou com estes novos Vaios diversificar a oferta ao consumidor final. Este MultiFlip não é um tablet tradicional, mas pode muito bem funcionar como tal, bastando para isso virar um ecrã, coisa que leva uns meros segundos. Basta o Windows e as suas aplicações evoluírem decisivamente para o toque, e este tipo de equipamentos ganhará ainda mais valor.

Como ultrabook, no modo portátil "tradicional", o MultiFlip portou-se muito bem. À excepção dos problemas a cima referidos, a experiência de utilização é muito agradável. Foi um excelente companheiro de viagem. O SSD de 128GB pode bem ser uma das limitações para quem procura uma máquina a longo prazo. O upgrade para 256GB, embora com um custo (elevado...) acrescido, pode bem ser a melhor opção. A caneta, para o utilizador comum pode nem ser utilizada diariamente, mas vai por certo ser muito útil a quem trabalhe com vídeo e imagens.

Com um PVP recomendado de 1200€, este MultiFilp sai do AadM com valoroso QUENTE, unicamente porque considero que uma máquina com este custo de aquisição tem de ser exemplar em todos os aspectos.


Vaio MultiFlip 13"



Prós
  • Leve
  • Rápido
  • Funcional
Contras
  • Sistema de abertura
  • Sistema de fixação da ficha do carregador
  • Algumas teclas não respondiam correctamente 

Galeria de imagens




4 comentários:

  1. Olá.
    Tenho um e não encontro os contras que fazem no final.
    O driver do wireless também me dá problemas, sabem-me dizer onde posso arranjar o antecessor?
    Tenho um à cerca de 2/3 meses e é uma máquina fantástica. Versátil, rápido, silencioso, cumpre o que promete. Muito bom!

    Cumprimentos

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    Respostas
    1. Vamos por partes :)
      - As teclas, tal como escrevei, podem ter sido danificadas em testes anteriores.
      - A ficha do carregador, a menos que o meu modelo fosse diferente (ver foto), é que não tem desculpa. Falta-lhe "capacidade de aperto".
      - A tampa, consegue abrir sem que o teclado venha atrás? É lhe fácil fixar o teclado quando levanta o ecrã?

      Wireless, depois de actualizar para windows 8.1, fiz roll back para o driver anterior (já estava instalado)

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    2. Olá Luís :)

      - Não digo que seja fácil levantar o ecrã, mas também não acho que seja assim um contra digno de estar presente nessa lista ;)
      - O carregador parece-me "tão mau" como qualquer outro...não vejo diferenças para outros que já tive. Assim terão de colocar esse contra em quase todos os portáteis no mercado.
      - As teclas, não vejo nenhum problema a não ser que podiam ser pretas (ao estilo macbook) pois como são retroiluminadas nem sempre ficam perceptíveis com luz directa no teclado, pois ficam demasiado brilhantes.

      Quanto ao wireless, acho que já tenho o update 8.1, tenho de confirmar.

      De resto, ótimo artigo, não faria melhor ;)

      Cumprimentos

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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