2014/03/17
GitHub envolto em polémica sobre discriminação sexual
A relação entre as mulheres e o mundo tecnológico predominantemente masculino nem sempre corre da melhor forma, e agora temos mais um caso que vem relembrar esses problemas, com a saída de Julie Ann Horvath do GitHub que vem partilhar a sua história sobre a discriminação sexual a que foi sujeita e outros comportamentos abusivos por parte de empregadores e colegas de trabalho.
Julie Ann poderá ter sofrido com o crescimento que o GitHub teve. Enquanto era uma pequena equipa onde todos se conheciam ele poderia sentir-se mais integrada, embora achasse que nem sempre os seus colegas a levassem a sério "por ser mulher". Mas os relatos que faz da sua relação com a esposa de um dos fundadores do serviço mostra-nos uma história que parece saída de uma telenovela, e onde um aparentemente inocente convite para sair rapidamente se tornou num pesadelo, dando origem a um ambiente pouco amigável e onde a dita senhora passou a persegui-la e intimidá-la mesmo no local de trabalho (actualização: parece que não é o primeiro incidente com esta senhora). No entanto a gota de água terá sido ver a forma como alguns dos seus colegas homens olhavam para duas colegas de trabalho enquanto dançavam, e que lhe fez relembrar a forma como olhariam para duas dançarinas num clube de strip.
Mesmo que se esteja a ver apenas um dos lados da questão (e como em tudo, raramente as coisas têm apenas "um lado"), aqui dá-se o caso do próprio GitHub ter já vindo a público abordar a questão, dizendo que vai investigar o que se passou e pedindo desde já desculpa e lamentando algumas das coisas que se passaram. Algo que por si só dá credibilidade às queixas apresentadas por Julie.
Embora aqui me pareça que o problema principal não tenha sido o relacionamento homens-mulheres (mas sim o mulheres-mulheres), penso que o maior risco será achar que muitas destas coisas entre homens e mulheres nos ambientes tecnológicos (e não só) acabem por ser considerados perfeitamente "normais" ou "brincadeiras sem maldade". Mas a verdade é que quando se invertem os papeis de homens e mulheres, muitas das coisas que se podem achar naturais e com piada rapidamente deixar de o ser - e se isso não é sinal de que há discriminação... então não sei o que seja.
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lol, até parece uma anedota:
ResponderEliminar"No entanto a gota de água terá sido ver a forma como alguns dos seus colegas homens olhavam para duas colegas de trabalho enquanto dançavam"
lol, se as mulheres forem boas os homens so têm uma maneira de olhar xD
"a esposa de um dos fundadores do serviço", problemas de mulheres, nao andaria a menina a botar a escada ao fundador e a mulher do proprio nao gostou :P
"Two women, one of whom I work with and adore, and a friend of hers were hula hooping to some music. I didn’t have a problem with this. What I did have a problem with is the line of men sitting on one bench facing the hoopers and gawking at them. It looked like something out of a strip club. When I brought this up to male coworkers, they didn’t see a problem with it. But for me it felt unsafe and to be honest, really embarrassing. That was the moment I decided to finally leave GitHub."
ResponderEliminarAs colegas dela estavam a fazer hula-hoop, presumo que no escritorio, elas não tinham um problema com os colegas a olhar, a Julie Ann Horvath teve...
É claramente um caso de sexual ! Se um colega começasse a fazer uma cena do mm genero no escritorio, provavelmente tinha os mesmos colegas no banco a ver.
Ninguém estava a espreitar. Elas não estavam a fazer isso em privado. Estavam a vista de toda a gente.
Os colegas em vez de tarem a ver uma cena kkr na net, estavam a olhar para elas, eu também faria o mesmo.
Reparem que a unica pessoa que se queixa é a Julie Ann Horvath, ela queixa-se porque estavam a olhar para outras duas colegas que não se queixaram de nada.
Aliás, até podemos olhar para isto de outro prisma, será que elas deviam estar a fazer hoola-hoop à frente de toda a gente? Se elas não querem chamar à atenção, não fazer hoola-hoop é um bom começo...
Isto para mim é um problema entre ela e a mulher do CEO. Depois arranjou estes casos para inventar um sexual discrimination suit, meteu na internet e deixou a internet fazer o que a internet faz...
Eu tenho pena porque realmente há mulheres que sofrem sexual discrimination.
Ou esta historia está muito mal contada, ou isto não é um desses casos, é apenas um grito para atenção mascarado de sexual harassment/discrimination...
Cheers!
América != Portugal (Mundo, para ser mais preciso...).
ResponderEliminarPara sequer se tentar 'perceber' este episódio (o que, à partida e por si só, é impossível já que envolve mulheres) devemos contextualizar o assunto na sociedade onde se enquadra e - no que não está nada claro para mim - na cultura pessoas envolvidas (uma vez mais, a América é extremamente heterogénea).
A "terra da liberdade" é manifestamente hipócrita onde, por exemplo, palavrões e nudez (ainda que parcial) são consideradas atentados contra os bons costumes e, por isso, é impensável que passem na televisão pública. Posto isto, os episódios de assédio podem revestir-se de, na prática, qualquer coisa que cause desconforto a uma das partes e possa haver uma conotação sexual qualquer.
De facto, o relato de moças a dançar e homens a babar-se foi o que me fez desconfiar da versão que veio a público. Mais, se houvesse um caso claro de assédio, parece-me que estaria a ser discutido no tribunal e não na praça pública.
Posso estar errado mas, tudo isto soa mais uma vendetta pessoal e a lavagem e roupa suja (ainda que possa estar machada com fluídos sexuais...) do que a assédio.
Infelizmente, por cá haverá certamente situações bem mais desagradáveis sem que a vítima possa, sequer, pensar em fazer alguma coisa, quanto mais dar-se ao luxo de vir a público apontar o dedo.
Nota: texto acima pode conter 'piadas' machistas.