2014/05/05

VESA prepara sistema de compressão de vídeo entre dispositivos e ecrãs

Com as resoluções crescentes dos ecrãs, transmitir toda essa informação dos CPUs/GPUs para os monitores começa a ser cada vez mais complicado. Para resolver esse problema e servir já como preparação para as futuras resoluções 8K, a VESA quer adoptar um sistema de compressão de dados entre placas gráficas e monitores/televisores.

Embora para a maioria das pessoas o acto de ligar um cabo a um monitor ou televisor seja algo simples e que não obriga a pensar, para quem gosta de conhecer os aspectos técnicos sabe bem as coisas que estão envolvidas. Um simples stream de vídeo Full HD a 60Hz é algo que requer uma largura de banda de 3.5Gbps; valor que aumenta para 14Gbps no caso de conteúdos Ultra HD 4K (por isso obrigando a recorrer ao DisplayPort 1.2); e que se estivermos a falar de conteúdos 8K, disparam para valores superiores a 50Gbps, que seriam incomportáveis de transferir de forma "barata".

[tabela: Anandtech]

Por isso, a VESA propõe a criação de um sistema de compressão que permita reduzir esta quantidade de dados para valores bem mais reduzidos, baixando os custos e tornando viável a transmissão de vídeo em resoluções ultra-elevadas, como será o caso dos 8K.


Um sistema deste tipo levanta desde logo bastantes preocupações a todos os que se preocupam com a qualidade de imagem que chega aos seus ecrãs. A VESA promete um sistema que será visualmente indistinguível da imagem original, mas o sistema não é 100% lossless, o que implica que irá haver diferenças na imagem, por muito diminutas que possam ser. Por outro lado, há várias aplicações - como jogos - onde já temos que lidar com os tempos de processamento que alguns monitores/televisores fazem, e que adicionam atraso de vários frames na apresentação das imagens, e que poderão ser piorados com um sistema deste tipo, se não for garantida uma velocidade "em tempo real".

O que vale é que ainda deveremos poder ficar descansados nos próximos anos, pois até ao UltraHD 4K a 60Hz, o DisplayPort 1.2 desenrasca perfeitamente.

Pena é que não se vejam maior aposta e destaque em sistemas que promovam framerates diferenciados, e que tal como acontece com os MP3 de bitrate variável, permitiram fazer com que os filmes e jogos pudessem apresentar os conteúdos com os framerates mais adequados - ao estilo do Nvidia G-Sync. Uma cena estática seria exibida durante quanto tempo fosse necessário sem ser necessário reenviar a informação a cada frame, enquanto que em cenas de acção poderíamos ter as imagens sempre nítidas a 60fps ou mais. Mas pode ser que depois deste sistema de compressão tirar da mesa a questão da largura de banda, se possa dedicar mais atenção a esses aspectos.

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